Aventuras Maternas

O bebê está chorando! E agora?

Imagem: Internet

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Sabe qual é a pergunta de um milhão de dólares de dez entre dez mamães?

“Por que o meu bebê está chorando tanto? “

Pois é! Quando saímos da maternidade, nem fazemos ideia da infinidade de formas de choro que o nosso pequeno pode apresentar ao longo dos dias. O primeiro que tomamos conhecimento é o da fome, depois vem o da fralda cheia. Aos poucos aparecem o de dor da picada da vacina, de cólica, de sono, de solidão, de pedido de colinho, de frio, de calor e por aí vai.

O problema é que a linguagem do choro tem um código quase que indecifrável, especialmente, para as mães de primeira viagem. Em alguns dias já conseguimos entender o básico. Quando eles choram por fome, por exemplo, soa quase como um grito e sempre vem acompanhado de um biquinho sentido, como quem diz “Mamãe, porque você ainda não veio me pegar?!”. Quando o choro é por cólica ele fica roxo, fazendo caras e bocas e se contorcendo todo, batendo pernas e braços. Já quando está com calor, a reclamação é mansinha, quase um resmungo. Outro choro bem forte e quase desesperado é o da fralda cheia de xixi. Esse é bem fácil de confundir com o choro de fome, mas basta pegar no colo para sentir a fralda molhada e entender o real motivo.

Ainda existem os outros que, às vezes, não fazemos ideia do porquê. Não melhoram com o aleitamento, nem com troca de fralda, nem com ar condicionado ou cobertinha e, pior, nem com colo! Mas acredito que uma mãe calma ajuda muito, já que eles sentem a nossa ansiedade e estresse naturalmente. Então, se não entender o choro de forma alguma e o bebê continuar chorando, respire fundo e conte até 10 para encontrar um equilíbrio.

Para tentar ajudar a acalmar os bebês, fiz uma relação de boas maneiras que podem ajudar:

1. pacotinho ou casulo (embrulhar o bebê apertadinho)

A pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante dos cinco sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave. Bebês alimentados, mas nunca tocados, frequentemente adoecem e morrem. Estar embrulhadinho não é tão bom quanto estar no colo da mãe, mas é um ótimo substituto para quando a mãe não está por perto.

Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que não mexam os braços. eles se sentem confortáveis, “de volta ao útero”. bebês mais agitados precisam mais de ser embrulhados, outros são tão calmos que não precisam.

Se o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um cueiro solto. não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. se estiver encostando, o bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao invés de relaxar.

Todos os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar uma massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um bebê que passava 24 horas por dia apertadinho no útero. depois de 1 ou 2 meses, você pode reduzir o tempo, principalmente com bebês tranqüilos e calmos.

2. posição de lado

Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas. ele passava a maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para baixo, coluna encolhida, joelhos contra a barriga. Até adultos, quando em perigo, inconscientemente escolhem esta posição.

Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do cotovelo do adulto, com braços e pernas livres, pendurados). Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. atualmente especialistas são unânimes em dizer que bebês não devem ser postos para dormir de bruços, pelo risco de morte súbita.
O bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no útero, porque na verdade o útero é cheio de fluido e o bebê flutua, como se não tivesse peso algum. Do lado de fora, sem poder flutuar, virado de cabeça para baixo, a pressão do sangue na cabeça é desconfortável.

3. shhhh shhhh – o som favorito do bebê

O som “shhh shhh” é parte de quem somos, tanto que até adultos acham o som das ondas do mar relaxante. para bebês novinhos, “shhh” é o som do silêncio. ele estava acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um aspirador de pó. Imagine o choque de um bebê acostumado a tal som o tempo todo chegando a um mundo onde as pessoas cochicham e caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio!

Coloque sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça “shhh”, “shhh”. aumente o volume do “shh” até ficar tão alto quanto o choro do bebê. pode parecer rude tentar “calar” um bebê choroso fazendo “shh”, mas para o bebê, é o som do que lhe é familiar.

Na primeira vez fazendo “shhh”, seu bebê deve calar após uns 2 minutos. com a prática, você será capaz de acalmar o bebê em poucos segundos. É ótimo ensinar isso aos irmãos mais velhos, que adorarão poder ajudar e acalmar o bebê.

Para substituir o “shhh”, pode-se ligar:

– secador de cabelos ou aspirador de pó

– som de ventilador ou exaustor

– som de água corrente

– um cd com som de ondas do mar

– um brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos

– rádio fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia

– secadora de roupas ligada com uma bola de tênis dentro

– máquina de lavar louças

– o barulho do carro ligado também acalma a criança.

4. balanço: quando pensamos nos 5 sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato – geralmente esquecemos o sexto sentido. não é intuição, mas a sensação de movimento no espaço.

movimento rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e adultos). isso porque o balanço imita o movimento que o bebê sentia no útero materno e ativa as sensações de “movimento” dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar.

como balançar ?

1. carregando o bebê num “sling” ou canguru;

2. dançando (movimentos de cima para baixo);

3. colocando o bebê num balanço;

4. dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas;

5. colocando o bebê na rede;

6. balançando numa cadeira de balanço;

7. passeando de carro;

8. colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para isso);

9. sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando de cima para baixo com ele no colo;

10. caminhando bem rapidamente com o bebê no colo.

Quando balançar o bebê, seus movimentos devem ser rápidos mas curtos. A cabeça do bebê não fica sacudindo freneticamente. a cabeça move no máximo 2-5 cm de um lado para o outro. a cabeça está sempre alinhada com o corpo e não há perigo de o corpo mover-se numa direção e cabeça abruptamente ir na direção oposta.

5. Sucção: no útero, o bebê está apertadinho, com as mãos sempre próximas ao rosto, sugando os dedos com freqüência. quando nasce, não mais consegue levar as mãos à boca. A sucção não-nutritiva é outra forma de acalmar o bebê. A amamentação em livre demanda não é recomendada somente para garantir a nutrição do bebê e a produção de leite da mãe, mas também para suprir a necessidade de sucção não-nutritiva. Alguns especialistas orientam às mães a darem chupetas para isso, mas ainda que a chupeta seja oferecida ao bebê, não deve ser introduzida nas 6 primeiras semanas de vida, quando a amamentação ainda está sendo estabelecida. Há sempre o risco de haver confusão de bicos e o bebê sugar o seio incorretamente.

É importante lembrar que o bebê nunca chora à toa. O choro nos primeiros meses de vida é a única forma de comunicar que algo está errado. ainda que ele esteja limpo e bem alimentado, muitas vezes chora por necessidade de aconchego e calor humano. Por isso, falar que bebê novinho (recém nascido até 3 meses ou mais) faz manha (no sentido de chorar para manipular “negativamente” os pais) não tem sentido, bebês novinhos simplesmente não tem maturidade neurológica para tanto.

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Priscila Correia

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