Aventuras Maternas

Consumismo Infantil

Imagem: Internet

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As férias estão acabando e o dinheiro também! É impressionante como as crianças aprendem os verbos “querer” e “comprar” com uma rapidez meteórica. E o mais engraçado é que quando estamos sem elas, nós entramos em uma espécie de transe quase imediato quando vemos as coisas (digo brinquedos, roupas e outras coisas) que elas poderiam gostar. É realmente maravilhosa a sensação quando vemos os olhos de uma criança ao ganharem algo que tanto desejam! A grande questão é saber como lidar com o consumismo que existe dentro de nós, e deles.

Somos impactados todos os dias pela publicidade desenfreada, por filmes, desenhos, vitrines de lojas e, até livros. Tudo nos faz consumir algo. Por isso o diálogo com os filhos, e com nós mesmos, é importante. Talvez fundamental. Isso porque esses estímulos irão continuar (não adianta fugir) e o que vai prevalecer é a educação e os limites que vamos estipular nos pequenos. Se nos permitirmos fazer todas as vontades de nossos filhos, nós seremos os maiores culpados desse consumismo infantil desenfreado.

Ainda pequenos, como no caso do Arthur, eles ainda não sabem o valor do dinheiro. Na verdade, até os 12 anos eles ainda não possuem senso crítico para entender o significado da publicidade. Eles simplesmente olham aquilo que chama atenção deles ou os encantam e, imediatamente, querem pra si – seja na loja ou na TV. Eles não entendem porque não podem ter o objeto que tanto desejam. No início, o Arthur até aceitava quando eu falava que “a mamãe não tem dinheiro agora, quem sabe um outro dia?” Hoje já faz bico e chora algumas vezes.

Faço uma reflexão diária sobre dar tudo para o Arthur. É difícil, mas não quero que ele se acostume a ganhar um presente sempre quando chego do trabalho. É legal, admito. Mas ele não vai entender quando eu não puder trazer. Vai ficar na expectativa e isso vai gerar uma frustração, que pode ser apenas um choro ou uma explosão de raiva. O consumismo infantil chega a tal ponto que crianças de 4 anos, assim que chegam ao shopping, falam “vamos na Loja Americana?” no intuito de comprar alguma coisa.

O grande desafio é explicar quando não é possível atender seus desejos de consumo, seja por falta de dinheiro ou simplesmente para estabelecer limites. Por isso, separamos algumas dicas úteis e que não são impossíveis (ou utópicas) para se realizar.

Reflita sobre a própria relação com o consumo

Temos que dar o exemplo. Por isso, quando falamos que não podemos fazer ou dar tal coisa, não podemos logo em seguida fazer exatamente o contrário, seja atendendo aos desejos dos filhos ou os seus próprios.

Façam programas juntos que não envolvam consumo

Quando precisar fazer compras, seja no supermercado ou shopping, evite ir com as crianças. Aquilo é um parque de diversões pra elas! Isso se der! Algumas mães não têm com quem deixá-las, aí é ter paciência e lábia.

Atividades conjuntas são uma boa alternativa. Jogos de tabuleiros, brincadeiras de rua, passeios a parques, bibliotecas e teatros, ler juntos, além de manter seus filhos longe da influência dos comerciais são atividades importantes para o desenvolvimento da criança.

Não ofereça um brinquedo ou outra coisa como prêmio

É difícil, eu sei, mas imagine que toda coisa legal que seu filho fizer ele passar a te exigir um presente? Aí vai ser muito pior! O mesmo serve para pais que gostam de presentear para se desculpar ou encobrir sua ausência. Vira um ciclo vicioso, o que não é muito saudável, nem para a criança e nem para o seu bolso.

Um brinquedo que entra, outro que sai

Vai explicar isso para seu filho de 3 anos! Mas esse é o certo, até porque não há espaço pra tudo! Mostre para seu filho como é legal doar brinquedos para crianças que não podem ter. Leve-o junto para doar. É uma experiência e tanto!

Comece a ensinar como administrar seu próprio dinheiro

Mesmo que seu filho ainda seja muito pequeno, comece a explicar que para comprar as coisas é preciso dinheiro, e para se ter dinheiro é preciso trabalhar. Dê um cofrinho de presente e o estimule a guardar as moedinhas para poder comprar um sorvete ou algo que queira com seu próprio dinheirinho. Conforme seu filho for crescendo comece a estipular pequenas mesada para que ele comece a aprender a responsabilidade financeira e saber como gastar. Converse que ele pode guardar a mesada para comprar o boneco que tanto quer, por exemplo. Tudo faz parte de um equilíbrio, é claro que você tem que controlar o dinheiro dele, mas com orientação, ele saberá como agir no futuro.

 

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Priscila Correia

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