Aventuras Maternas

Como ensinar bons valores para as crianças?

livros

Seu filho sabe o real sentido de sentimentos e valores básicos que fazem parte de um ser humano “do bem”, no sentido amplo da expressão? Respeito, Justiça, Generosidade, Humildade e Amizade são algumas destas virtudes essenciais para a criação de um indivíduo e entender o significado de alguma delas está longe de ser tão simples quanto parece.

É preciso dar exemplos, nós temos de ter paciência e repetir os ensinamentos inúmeras vezes e é necessário que eles incorporem cada regrinha em suas rotinas. Por aqui, uso como auxílio uma coleção de livrinhos chamada “O que cabe no meu mundo”, da editora CEDIC, escritos pela autora Kátia Trindade. E, em cada um deles, de maneira leve, ela mostra de que forma podemos respeitar, ajudar o próximo, ser justos, amigos e bondosos em situações simples do dia a dia.

A pedagoga Magda Asente explica que a criança tem o hábito, principalmente em faixas etárias menores, de imitar tudo e todos. Os pais são verdadeiros heróis, mesmo que façam coisas erradas. Porém a família é o primeiro núcleo social da criança e deve transmitir, de forma saudável, o aprendizado diário da convivência.

“Pais e mães precisam entender que eles são espelho para os filhos. Eles aprendem a conviver através da rotina. Logo, se no dia a dia da família houver respeito, paciência e autocontrole, eles irão refletir tais condutas sem questionamento”, explica a pedagoga.

O uso das palavras mágicas,  como “por favor”, “obrigada”, “com licença” e “posso”? são práticas fundamentais na rotina da criança e devem se tornar hábito para a vida toda. Mas não basta ensinar à criança, é preciso fazer o mesmo e mostrar a forma correta de agir.

Magda chama atenção ainda para um dos valores mais importantes a se ensinar: a ética. “E o que é ser ético? É possuir moral e ser honesto. Não querer estar acima de ninguém. Respeitar espaços, opiniões, raça, condição social, ser solidário, não fazer intrigas e, principalmente, assumir todos os erros. Não é fácil ser ético. Atualmente contamos nos dedos aqueles que se apropriam dessa prática”, comenta.

Aprender esses códigos de respeito ao próximo na primeira infância é fundamental. “Quanto maior a criança, mais hábitos (saudáveis ou vícios) irá adquirir. Por isso que se deve encontrar o equilíbrio entre o certo e o errado. E isso vai depender muito da formação dada pela família e pelos educadores. É nessa fase que a personalidade da criança é formada. Se algo der errado, no futuro poderemos ter jovens com várias patologias”, complementa.

MEET-THE-KIDS

E qual é o papel da escola na construção deste valores?

Segundo a pedagoga, a instituição de ensino também precisa ensinar e intervir. Nos currículos educacionais, matérias como filosofia e cidadania mostram o cuidado que devemos ter uns com os outros, com os relacionamentos e com a natureza. Cabe aos professores mediar essa relação de maneira que haja aprendizagem e coerência na vivência diária e interceder quando algo partir em sentido contrário.

E é através do estímulo do sentido de coletividade que se torna possível a construção de valores que tornem as crianças indivíduos que se sintam integrados de forma completa e segura ao planeta. Solidariedade, responsabilidade social, aprender a esperar e cuidar do que existe no meio ambiente são pequenas formas de apontar para as crianças que se cada um fizer a sua parte, de mãos dadas com o amiguinho conseguiremos alcançar um mundo melhor.

tamareira

Li há alguns dias um ditado árabe que nos traz uma boa reflexão sobre este assunto também:  “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!”

Antigamente as tamareiras levavam de 80 a 100 anos pra produzir os primeiros frutos. Atualmente, com as técnicas de produção modernas, esse tempo é bastante reduzido, porém o ditado é antigo e sábio.

Conta-se que certa vez um senhor de idade avançada plantava tâmaras no deserto quando um jovem o abordou perguntando: ´Mas por que o senhor perde tempo plantando o que não vai colher?´

O senhor virou a cabeça e calmamente respondeu: “Se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras”.

Tradução: não importa se você vai colher, o que importa é o que você vai deixar… Cultive, construa e plante ações que não sejam apenas para você, mas que possam servir para todos e para o futuro.

É preciso que nossas crianças entendam este significado em cada momento do seu desenvolvimento. Não é apenas a nossa satisfação pessoal que importa. Ser feliz, desrespeitando, mentindo e magoando os outros, não fará bem nem para os outros, nem para nós mesmos.

E é por isso, que escola e família devem andar em via de mão única. “O ambiente deve ser sempre solidário, respeitoso, mostrar que está ali para ajudar no que for preciso, ensinar a conseguir e produzir, induzindo à autonomia. Precisamos reforçar sempre o quão é benéfico fazer o certo. Este é o papel de toda equipe pedagógica e administrativa. Criar crianças saudáveis e felizes”, conclui Magda.

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Priscila Correia

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