Neste final de semana, tirei meus dias de folga para descansar e fazer algumas reflexões. Ao passear com meu marido por lugares importantes da infância dele, comecei a pensar na minha também; nas coisas que vivi e que marcaram a minha vida. Foi então que chegamos à conclusão que nossos filhos provavelmente nunca terão essa memória emocional por um determinado lugar como tivemos um dia. Hoje, vivemos em uma cidade de pedra, trancados em apartamentos, em uma vida super agitada e que, às vezes, nos obriga entrar no final de semana trabalhando. O estresse, a correria e o cansaço nos consomem de uma tal maneira que quando finalmente chegamos à casa, não curtimos nossos filhos porque queremos dormir ou eles mesmos já estão dormindo. Entramos no automático a semana toda e quando chega o tão esperado final de semana queremos a paz do nosso sofá ou cama.
É claro que passeamos com nossos filhos, nos divertimos com eles, mas não chega nem perto das temporadas que eu passava em Araruama, Florianópolis ou do meu marido em Sepetiba. Lugares simples, mas que íamos com uma certa regularidade – nas férias ou finais de semana – e brincávamos de pés descalços, curtíamos o mar, brincadeiras de rua (amarelinha, elástico, queimado etc), enfim, coisas que hoje quase não vemos mais.
Nossos pais, não são como nossos avós, que curtiam os netos, levavam pra passear e nos davam uma lição de vida. Hoje, eles trabalham na mesma proporção que nós e ainda têm uma vida social ativa. Já criaram seus filhos e agora querem curtir a vida. Outros já não estão mais nessa vida e nos deixam uma imensa saudade e o pensamento de que tipo de avós poderiam ter sido.
Isso me fez conversar com meu marido e fazer uma pacto de criarmos em nossos filhos alguma lembrança boa nossa, de nossos pais, de sua infância; sair mais, ter mais contato com a natureza, viajar, incutir valores que um dia tivemos e que podemos não repassar se continuarmos no automático.
Quebrar o ciclo, sair da rotina são coisas difíceis de fazer, requer uma atenção e reflexão diária. Devemos aproveitar não só esses momentos, mas também valorizar mais nossa família, quem está ao nosso lado, quem nos dá apoio e atenção, mas nem sempre retribuímos. Essa vida louca que levamos não nos traz nada de bom. Acaba com a nossa saúde, nos afasta de quem amamos e no final nos faz sentir um gosto amargo na boca, uma constatação de que não vivemos ou não fizemos nada que pudéssemos nos orgulhar.
A família é tudo! Sempre! Portanto, dê mais atenção ao seu filho, dê algo pra ele recordar. Algo que daqui a 20 anos o faça relembrar de você e do que vocês fizeram. Fique próximo da sua família, não sabemos até quando eles estarão conosco. Pise no freio e olhe ao redor. Existe muita coisa para ser vivida e que vale muito mais a pena.