Comparar! É a primeira coisa que toda mãe faz e que nunca deveria fazer. Quando se trata, então, da hora de dormir, o assunto se torna pomo de discórdia. Isso porque existem mães agraciadas por crianças pequenas que dormem de 8h da noite às 8h da manhã ininterruptamente (praticamente o paraíso na Terra), mas é preciso ter em mente que cada criança é de um jeito e por mais que a gente se esforce para ensinar esse ou aquele hábito, existem coisas como “ansiedade da separação”, “terror noturno” e o próprio jeito de ser de cada criança que podem dificultar ainda mais a situação.
Meu filho, por exemplo, até os 4 anos, dormia às 21h e acordava às 6h da manhã (quando chegava até aí), e muitas vezes acordava no meio da madrugada querendo comer ou fazer xixi ou chorando por um pesadelo. Mas, apesar desse padrão não muito animador para esta fase, ele dormia fielmente de meio dia às 15h (se eu deixasse) todos os dias. E isso era um alento para aquele descanso nos fins de semana ou quando viajávamos. Ele almoçava, desmaiava no carrinho e só acordava relaxado horas depois em outra cidade. Uma maravilha, que depois faz uma falta…
Quero dizer com isso, que mesmo reclamando de acordar no meio da madrugada, tinha uma contrapartida durante o dia. É como a vida. Se repararmos bem, sempre temos algo bom, mesmo quando não tudo parece difícil.
Além disso, é fundamental entender e respeitar o padrão de sono dos nossos filhos, especialmente até os quatro anos, assim como entender as mudanças que acontecem dia após o dia. Aliás, as sonecas diurnas são importantes até mesmo para melhorar o sono durante a noite.
No recém-nascido, as múltiplas sonecas são um suporte extra para ajudar a mamãe cansada pelas madrugadas insones. Ele dorme de 16 a 18 horas por dia e não consegue ficar acordado mais de um hora.
Mas isso dura pouco. Com cerca de três meses, as inúmeras sonecas se transformam em 3 sonecas por dia. Essa transição normalmente é mais tranquila e é possível ter uma noção dos horários que eles vão dormir durante o dia. Quer dizer, dá para ter uma certa programação. E o melhor é que esse hábito dura até uns 9 meses do bebê. E ele também dorme um período maior à noite, acordando apenas uma ou duas vezes.
Depois dessa fase, uma das sonecas da tarde é eliminada. Os especialistas dizem que a do finalzinho da tarde é que é eliminada e eles só dormem pela manhã e depois do almoço, mas o meu filho dormia de 15h às 18h, após a mamada da tarde e só acordava para jantar.
E dependendo da soneca eliminada, o horário de dormir da noite também muda. Afinal, se o bebê acorda às 15h, ele vai ficar cansado mais cedo e vai querer dormir mais cedo também. Tem que prestar atenção no jeitinho dele. Normalmente eles começam a bater a cabeça ou a ficar desligados das brincadeiras que fazemos com eles. E como eles querer aproveitar ao máximo a diversão com os pais, cabe a nós mudar o ambiente para favorecer o soninho.
Quarto escurinho, música ambiente, uma luz quente num abajur ou aquelas luminárias que refletem no teto são ótimas alternativas para deixar o ambiente agradável e pronto para fazer o pequeno relaxar.
Depois do aniversário de um ano, muita coisa muda. É impressionante! Parece que o bebê passa por um túnel e o sono dele também. É nesse momento que a soneca da manhã normalmente é eliminada e o sono noturno dele também começa a ficar melhor. Mas o cochilo pós-almoço continua firme e forte, afinal depois do almoço, os pequenos precisam de um descanso para fazer uma boa digestão, que o corpo ainda está aprendendo a fazer.
Por volta dos dois anos, muitos bebês começam a fugir também da sesta, mas o ideal é tentar fazê-los manter esse hábito. Afinal, é bom para o crescimento, para mantê-lo descansado e até mais tranquilo. Criança que não dorme fica mais irritada e a gente nem entende o porquê. Mas o fato é que está com sono e não quer ceder.
Abaixo fiz uma listinha de alguns truques que já usei para fazer meu filho dormir.
– Até seis meses eu usava o barulho do secador de cabelo para fazê-lo relaxar. Eu li em algum lugar que o som do aparelho lembra o mesmo que o bebê escuta no útero. Não sei se é verdade, mas funcionava sempre. Ele apagava quase que imediatamente e até sorria.
– Prestar atenção no comportamento dele e levá-lo para o escurinho do quarto quando o olho começa a fechar ou quando ele se irrita com tudo e faz birra. Minha avó sempre disse que a resposta era sono. Parece brincadeira, mas era verdade mesmo. 10 minutos de paz no quarto, contando uma história e pronto, ele “desmaiava”.
– Respeitar as mudanças dele e não obrigá-lo ao dormir só porque eu quero. Se ele não está com sono e ficamos forçando quando não está na hora, esse momento se torna um incômodo maior ainda.
– Como minha mãe disse desde o início, “carrinho é sempre um fiel companheiro”. Balançar sempre foi um ótimo jeito de fazer crianças dormirem, mas como ninguém tem braços de halterofilista para fazer uma criança de 13 ou 15 quilos dormir, basta colocar o pequeno no carrinho e dar uma volta no quarteirão. É soneca na certa!
– Atividade física pela manhã! Aula de natação, psicomotricidade ou até uma brincadeira no parque são suficientes para fazer a criança pedir pela cama depois do almoço. Mas não vale exagerar! Muito cansaço acaba atrapalhando o sono.
Boa sorte! E lembre-se sempre: sono é saúde e faz crescer!