Aventuras Maternas

Sons que falam com a alma

baby-music-263x300-2Que mulher não se emocionou quando interagiu pela primeira vez com seu bebê, ainda na barriga, através da música? Um dos melhores estímulos para o feto, os sons que reproduzimos externamente podem ser usados para “falar” com nossos filhos a partir da 20ª semana de gestação, quando eles já conseguem ouvir.

E o melhor é que é possível até perceber se o som agradou ou não seu bebê dependendo se o pequeno ficou mais agitado ou tranqüilo na sua barriga. E o mais bacana é que quando essa canção é marcante e foi ouvida com  frequência, o bebê pode reconhecer e até se tranquilizar ao escutá-la depois do nascimento. Eu escutava muito Bruno Mars e Cold Play durante a gravidez, num volume agradável, pois o líquido amniótico transmite bem o som e hoje o Theo é só felicidade quando escuta a voz do Bruno.

Uma boa dica é comprar uma caixinha que toque MP3 para gravar centenas de músicas e começar adaptando o bebê a elas antes de nascer. Depois basta colocar a caixinha no quarto e colocar para ele escutar enquanto relaxa no berço.

Nos primeiros meses de vida, a caixinha de música foi o primeiro vínculo musical do Theo com o mundo, mas aos poucos começamos a achar que era preciso mais. Saber apreciar música é importantíssimo pra ser feliz. Se souber tocar, melhor ainda. Então colocamos ele nas aulinhas do projeto Tatibitati, no Jardim Botânico. Por lá, ele conheceu instrumentos como chocalho, zabumba, pandeiro, violão e muitos outros, além de partilhar com outras crianças o prazer de dançar e conhecer novos sons.

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Quando ele fez um ano, demos para ele de presente um ukulelê, que é uma das paixões dele até hoje. O instrumento que parece uma miniatura de violão tem menos possibilidades acústicas, mas ajuda o Theo a acompanhar o pai enquanto toca o instrumento no tamanho original. Ele sabe segurar e toca com ritmo, apesar de ainda não saber como extrair uma música dele.

Aos poucos outros instrumentos musicais começaram a fazer sucesso por aqui: a flauta, da qual ele já consegue extrair sons que parecem canções e a preferida dele: a bateria. Afinal, batucar é quase um relaxaste natural e produz sons que batem na frequência do coração, não é mesmo?

O resultado de todos esses estímulos é fazer com que eles iniciem o processo de musicalização de forma intuitiva. E as crianças integram a música às demais brincadeiras e jogos: cantam enquanto brincam, acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos, dançam e dramatizam situações sonoras diversas, conferindo “personalidade” e significados simbólicos aos objetos sonoros ou instrumentos musicais e à sua produção musical.

Segundo o site Pedagogia ao Pé da Letra, os conteúdos podem ser tratados em contextos que incluem a reflexão sobre aspectos referentes aos elementos da linguagem musical. A presença do silêncio como elemento complementar ao som é essencial à organização musical. Ouvir e classificar os sons quanto à altura, valendo-se das vozes dos animais, dos objetos e máquinas, dos instrumentos musicais, comparando, estabelecendo relações e, principalmente, lidando com essas informações em contextos de realizações musicais pode acrescentar, enriquecer e transformar a experiência musical das crianças. A simples discriminação auditiva de sons graves ou agudos, curtos ou longos, fracos ou fortes, em situações descontextualizadas do ponto de vista musical, pouco acrescenta à experiência das crianças.

Como encaixar a música na vida dos pequenos:

No primeiro ano de vida, a prática musical poderá ocorrer por meio de atividades lúdicas de maneira muito simples. Podemos cantar para eles durante o banho, para fazê-los dormirem ou até para aliviar cólicas. Eles vão associar a música a uma sensação prazerosa de conforto.

Aos poucos, com a ajuda até mesmo de livros didáticos podemos produzir sons vocais por meio da imitação de vozes de animais, sons corporais, como palmas, batidas nas pernas, pés, etc., ruídos de transportes e outros. Sempre estimulando a interação deles.

A partir de quatro anos já podemos começar um estímulo mais específico. As crianças podem perceber, sentir e ouvir canções, deixando-se guiar pela sensibilidade, pela imaginação e pela sensação que a música lhes sugere e comunica.

Aulas de música que estimulem o conhecimento das tradições de cada lugar do Brasil, com ritmos musicais dos mais variados pode colaborar. Outra dica é levar as crianças para assistir peças de teatro e musicais que os incentivam a interpretar o sentido das canções e a reconhecerem as diferentes possibilidades musicais.

Em resumo, escutar música é uma das atividades mais estimulantes para o desenvolvimento das crianças. Veja de que forma essa atividade colabora para isso:

–  Música expande o vocabulário, ajuda a desenvolver a fala, a rapidez de raciocínio e o poder de concentração da criança;

– Desenvolve o gosto pela música de qualidade;

– Nos 3 primeiros anos de vida o cérebro da criança absorve com muita facilidade todos os tipos de estímulos, por isso os pediatras aconselham os pais a manterem o aprendizado musical durante esse período para os pequenos;

– Estimula a interpretação, raciocínio e sensações prazerosas;

– A inteligência musical está relacionada à capacidade de organizar sons de maneira criativa e à saber diferenciar os elementos constituintes da Música;

– Por volta dos onze anos de idade é que o sistema funcional auditivo fica completamente maduro, por isso a estimulação auditiva na infância tem papel fundamental;

– Acalma os recém-nascidos;

– Favorece a integração social;

– Quando estão cantando, as crianças trabalham sua concentração, memorização, consciência corporal e coordenação motora, principalmente porque, juntamente com o cantar, ocorre com freqüência o desejo ou a sugestão para mexer o corpo acompanhando o ritmo e criando novas formas de dança e expressão corporal;

– A música vai além daquilo que ouvimos. Quando inserida na rotina das crianças e dos adolescentes, as canções contribuem para o desenvolvimento neurológico, afetivo e motor da criança.

– Nos bebês desenvolve o sentido auditivo, liguístico, emocional e cognitivo.

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Selecionamos os espaços que curtimos para introduzir a música na vida dos pequenos no Rio e em Niterói:

Coorujando – É um centro de desenvolvimento infantil, com musicalização, oficina de psicomotricidade, Dança Materna, mini ballet, além de oficinas de cupcakes, culinárias e de arte aos sábados. O projeto de música para pequenos é realizado em parceria com o Projeto Samba Menino semanalmente. Em Icaraí.

Gymboree – É um espaço de estimulação para o desenvolvimento global das crianças através de brincadeiras e novas descobertas, com um programa dividido em sete níveis, concebido para apoiar o crescimento da criança, respeitando o seu ritmo. Tem aulas de musicalização dos seis meses aos cinco anos. Ipanema ou Barra.

Projetos de Música:

Projeto Sambebê – Nos eventos que acontecem periodicamente podemos curtir shows de samba e música brasileira, com artistas de primeiro time, sem nos preocupar em atrapalhar as outras pessoas, que não estão com filhos, com nossas trocas de fraldas, amamentações e uns chorinhos de vez em quando. Sambebê é diferente de outros shows porque o ambiente é especialmente preparado para receber bem os bebês! Para que seja acolhedor, não é permitido fumar, o som é mais baixo que em shows regulares, há um trocador à disposição e tapetinhos com brinquedos no chão.

Léo Castro – Ele é professor de música para crianças de zero a quatro anos. Teve seu primeiro contato com o desenvolvimento infantil através da música, no Playgym Desenvolvimento Infantil, onde ficou de 2008 até 2009, trabalhando com crianças de um a quatro anos. Neste mesmo período, Léo iniciou sua participação em eventos como festas infantis, batizados, chás de bebês e oficinas para grupos particulares, além de dar oficinas nos mais diferentes espaços de psicomotricidade do Rio e Niterói. Utiliza em sua aula cavaquinho, pandeiro e outros instrumentos de percussão, porém, é no comando de seu violão que apresenta uma “batida” diferenciada nas músicas que toca, fazendo disso sua marca. Léo Castro, também traz consigo a irreverência e a animação às suas aulas e aos eventos que participa. Fã de Chico Buarque, Toquinho, Bia Bedran e Dorival Caymmi; o artista se inspira neles para compor suas músicas infantis e dar novos arranjos aos cancioneiros populares. Vale ficar de olho em sua agenda para sua programar.

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Priscila Correia

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