Cada trimestre é uma vida nova para a futura mamãe: o primeira é a surpresa, a sensação de que a gravidez é irreal, com uma série de sintomas que a fazem ter certeza de que o seu corpo está mudando, em seguida vem uma fase linda e cheia de descobertas: o sexo do bebê, a barriga que começa a aparecer, ele começa a se mexer, são festejos todos os dias. E aí, vem o famigerado terceiro trimestre, um misto de ansiedade, alegria, tensão, alegria e mais ansiedade.
E sobre esta última fase que vamos falar hoje: o período mais demorados de toda a gestação, não pelo tempo, mas pelas emoções que permeiam a mente da mãe. Será que o corpo da mulher já está pronto para o parto? Será que ele pode nascer a qualquer momento? Por que o bebê está mexendo menos? São muitas dúvidas.
Segundo Heron Werner, ginecologista e obstetra especializado em medicina fetal e integrante do corpo clínico do Alta Medicina Diagnóstica, na fase final da gravidez, o bebê adota a posição do nascimento e começa a entrar na arcada estrutural da região pélvica, forçando uma abertura entre os ossos. Como consequência, as dores na coluna e vértebras da gestante costumam aumentar nas últimas semanas, ficando ainda mais fortes quando combinadas com as contrações, que também ficam mais frequentes à medida que o parto se aproxima.
Nesta fase também, o bebê tem quase todos os órgãos prontos para funcionar quando ele sair do útero da mãe, sendo o pulmão aquele que se desenvolverá por último. Seu peso tende a aumentar com frequência até o dia do parto, podendo chegar à média de 30 gramas por dia, e seus movimentos dentro da barriga vão diminuir cada vez mais.
Além do desconforto nas costas, a futura mãe também precisa enfrentar outras mudanças no corpo que acompanham a reta final da gravidez. O inchaço nos pés, o aumento das câimbras e as tonturas constantes, resultado da compressão dos vasos sanguíneos das pernas pelo crescimento do útero, são comuns nas semanas que antecedem o parto e podem ser evitados com caminhadas diárias para fortalecer os membros inferiores. Já a incontinência urinária, que começa com o útero em crescimento que toma o espaço da bexiga e diminui o armazenamento de urina, pode ser evitada com fisioterapia e exercícios para o fortalecimento dos músculos da pélvis.
“Na reta final da gravidez, é muito importante que as gestantes não se esqueçam de fazer os exames de pré-natal, que detectam riscos tanto para o bebê quanto para a mãe. Os mais importantes são o teste de tolerância à glicose, que identifica a diabetes gestacional; o exame de urina, para encontrar possíveis infecções; e o exame de infecção por estreptococos tipo B, para procurar bactérias que possam causar pneumonia e outros males no bebe”, aconselha o doutor Heron.
As visitas constantes ao obstetra escolhido pela gestante também são de suma importância para que o terceiro trimestre se desenvolva sem sustos. Como o nascimento já se aproxima, as futuras mães devem fazer consultas regulares; de 15 em 15 dias após a 34ª semana e semanalmente, quando a 40ª semana estiver se aproximando. Para aquelas que esperam o parto natural e acabam vendo as semanas passarem ainda mais, chegando até a 42ª, é importante manter o mesmo ritual de exames e tentar manter a paciência e tranquilidade. “Cuidar da alimentação (evitar excesso de carboidratos e sal), praticar exercícios físicos (pilates, yoga, exercícios na água, etc) ajuda muito, completa o médico.