Desde o início do mês, tem-se falado muito sobre o surto de febre amarela no País. E, em 12 de janeiro, o governo de Minas Gerais decretou situação de emergência em saúde pública por 180 dias nas áreas onde há o surto da doença.
Em zonas urbanas, a doença também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mas ele não transmite a febre amarela com a mesma eficácia das outras doenças (Zika, Dengue e Chikungunya).
“Como a febre amarela urbana é menos comum. O aumento do número de casos é considerado um surto. Desde o começo do ano, já foram registrados mais de 150 casos suspeitos da doença e mais de 45 mortes. Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos”, explica a equipe de infectologia do Hospital Samaritano.
Mas como é feita a prevenção da doença?
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação, da mesma forma que acontece com a dengue. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios.
Qualquer recipiente como caixas d’água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados.
Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do “fumacê”.
Vacinação: quem precisa e como é feita?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como medida adicional de proteção, o Brasil adota um esquema de duas doses nas crianças: uma aos noves meses de idade e um reforço aos quatro anos.
Mas, além das doses na primeira infância, o ministério recomenda vacinação imediata para todas as pessoas que vivem em áreas rurais nas regiões com risco da doença e nas cidades que vivem surto de febre amarela.
Quem nunca recebeu imunização contra a doença também deve procurar um posto de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, todos os estados estão abastecidos com a vacina e o país tem estoque suficiente para atender toda a população nas situações recomendadas: região Norte e Centro-Oeste, parte do Nordeste (Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo-sul da Bahia), do Sudeste (Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo) e do Sul (oeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
A recomendação de vacinação para o restante do país continua a mesma: toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, deve se imunizar.
Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.
É importante saber também que não se recomenda a vacina para pessoas com doenças que baixam a imunidade – como lúpus, câncer e HIV –, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.