Aventuras Maternas

A importância da rotina

Foto: site Cais da Escrita

Foto: site Cais da Escrita

Horários pré-estabelecidos para tudo, desde o despertar, até comer, brincar, estudar e, finalmente, dormir. Parece um modo meio exagerado de criar os filhos, certo? Mas quando se trata de crianças, estabelecer rotinas – mais ou menos flexíveis, dependendo de cada família – talvez seja essa a diferença para se tornarem adultos mais responsáveis, comprometidos com resultados e maduros.

Para a pedagoga Anna Emília Ribeiro, diretora pedagógica do Centro Educacional Acalanto, a rotina é algo fundamental para qualquer criança desde o nascimento, já que os pequenos precisam estabelecer hábitos para que as estruturas psíquicas e físicas se organizem. “Quando um bebê, ainda em fase do aleitamento materno, quer mamar sem uma rotina definida, cabe à mãe, aos poucos, determinar o intervalo das mamadas, não é isso? E como ela faz? Normalmente, entre as mamadas, a mãe conversa, passeia, põe o bebê para tomar banho de sol e, logo em seguida, oferece o seio. Isso já é uma rotina.”, explica. Aline Gomes, psicóloga, coach e terapeuta da Constelação Familiar, concorda que a criança seja apresentada a uma rotina desde cedo, mas é a favor de uma certa flexibilidade. “Os bebês nascem sem referência de nada do mundo onde estão inseridos e a rotina ajuda a situá-los dando segurança. É válido que se tenham horários, mas estes não precisam ser rígidos. A criança não precisa estar sentada à mesa todos os dias ao meio dia, pontualmente, para almoçar. Se um dia o almoço iniciar meia hora mais cedo ou quinze minutos mais tarde, está tudo bem.”, pontua.

Paloma Feitosa, coordenadora pedagógica da PenseBem, fala que a rotina precisa ser pensada para incluir as atividades importantes de cada fase de desenvolvimento. “Sendo assim, essa organização ajuda a criança a concretizar tudo que é necessário. Além disso, traz conhecimento para o indivíduo, faz ele se sentir mais seguro. As crianças da Educação Infantil, por exemplo, quando conhecem a rotina escolar, se sentem “donas” das atividades, são capazes de criar/planejar de acordo com o que já sabem que as espera. É uma forma de construir criatividade, autonomia e segurança. Acredito, inclusive, que esta última – a segurança – seja a principal consequência da rotina. Em indivíduos inseguros, a rotina pode ajudar a fazê-los agir melhor, mas também pode acabar acomodando outros. É necessário ponderar o que cada um precisa para buscar um equilíbrio.”, comenta.

Inajara Simões, orientadora educacional e psicóloga, fala sobre a possibilidade de existir uma rotina para tudo, porém, isso não é indicado. “Ela tem como objetivo auxiliar na organização, e uma vez que a pessoa tenta fazer uma rotina para todas as coisas, ela pode se tornar muito controladora e não estar preparada para os possíveis imprevistos que podem (e devem) acontecer durante o seu dia. É importante que a criança tenha um horário para cumprir determinadas atividades, como comer, estudar etc. E que esse horário seja focado nessa atividade específica. Esses horários serão importantes para a organização da criança e até mesmo para que não haja uma discussão diária entre pais e crianças sobre a que horas fazer a lição de casa, por exemplo. No entanto, é importante atentar para, no momento de planejar a rotina, levar em conta que eles são crianças e que não precisam desde já entrar em contato com uma rotina atribulada a qual não haja tempo para momentos de interação e troca.”, enfatiza.

E uma informação importante: embora sejam “abertas” ao estabelecimento de rotinas, crianças menores não costumam lidar bem com atividades que durem mais que 30 minutos. Por isso, é preciso ter em mente que qualquer tentativa de criar um hábito não terá uma resposta positiva caso as crianças comecem a se estressar com aquele momento.

A jornalista Renata Rocha, mãe do Guilherme, de cinco anos, e do Henrique, de dois, conta que os dois têm rotinas muito bem definidas, embora tenham tempos diferentes. “O Henrique acorda muito cedo, por volta das 5h. Ele levanta, toma leite com chocolate, ou alguma vitamina, assiste TV, enquanto eu preparo o café e a mochila dele de escola, depois dou banho e ele às 7h está chegando na escola, onde fica por tempo integral. O Guilherme acorda um pouco mais tarde, entre 8h30 e 9h. Não gosta muito de comer pela manhã, mas sempre toma leite ou suco natural, come uma fruta e pão. Depois do café da manhã, faz a atividade de casa. Após a tarefa de casa, ele ajuda com algumas atividades do lar mesmo, recolher o lixo dos banheiros e da cozinha, deixa o quarto dele arrumado, e depois está liberado para brincar. Por volta de 11h é a hora do banho e se prepara para ir para a escola. Geralmente, sai de casa às 12h40 e 13h está na escola. Ele entra 13h10. Por volta das 18h30 é o horário em que os dois retornam para casa. Eles chegam, jantam, tomam banho e já se preparando para dormir. O Henrique dorme às 19h30 geralmente e o Guilherme dorme por volta das 20h30 ou 21h.”, exemplifica. Renata explica que a rotina deles acontece naturalmente. “Quando o Guilherme era mais novo, eu coloquei na porta do guarda-roupas dele uma rotina com horários e afazeres, e funcionava muito bem. Ele respeitava direitinho. Quando o irmão dele nasceu, ficou mais difícil seguir as regras naquele formato, então, instituímos uma outra forma, que acaba sendo realizada naturalmente, por conta da necessidade diária de cada coisa, no fluxo dos acontecimentos do nosso cotidiano doméstico. Mas, vez ou outra, mesmo sabendo o que precisa fazer e mesmo contribuindo para o bom funcionamento das coisas, ele pede para que eu volte com o sistema de colocar na parede do quarto os afazeres e horários de cada coisa. Já que é uma necessidade dele, estamos nos organizando para voltar a fazer desta forma.”, complementa.

O que acontece na casa de Renata demonstra como equilibrar os horários desde sempre pode se transformar em algo que a criança sentira falta, caso alguma coisa mude. E, ao contrário do que muitos imaginam, estabelecer essas regras não é nada ruim para os pequenos. A jornalista lembra, inclusive, que com a rotina dos filhos, ela também acaba seguindo uma para atender bem as demandas da casa, dos meninos e da família como um todo. “Como eles têm uma rotina bem estruturada, eu também preciso ter para dar conta de fazer tudo o que preciso. É bem puxado, mas se não tivéssemos este nível de organização seria muito pior. Quando criança, muito provavelmente a minha mãe tinha uma rotina, e me incluía nela, mas eu nem sabia. Não era algo compartilhado conosco, da forma como eu faço hoje com os meus filhos. Mas é lógico que ela tinha seu método de organização. Afinal, tinha quatro filhas e precisava dar conta da casa e das crianças sem a ajuda de nenhuma funcionária.”, complementa.

Na casa da relações públicas Daniela Passos, mãe de João e Heitor, com seis e um ano, a rotina geralmente também está presente, só que um pouco mais flexível. Lá, as crianças acordam cedo, um toma café pra ir à escola (onde passa o dia todo) e o outro fica em casa. O lanche da manhã e o almoço normalmente são sempre nos mesmos horários. Os dois tiram sonecas depois do almoço – o maior, na escola -, e depois é a hora do banho, lanche da tarde e jantar. “Tudo tem mais ou menos um horário fixo na minha casa, mas não temos um quartel. Também somos flexíveis. Aos finais de semana, esses horários são meio estendidos e fica tudo bem. Uma rotina importante que temos é a hora de dormir. Sempre igual. Escovar os dentinhos, xixi e cama, sempre no mesmo horário. Nos finais de semana relaxamos um pouco, mas isso não chega a atrapalhar a segunda-feira de manhã.”, explica. Daniela conta que gosta de se programar, mas sem neuras. “Tenho rotinas normais, mas sou bem relaxada. Gosto de tomar café da manhã, almoçar, lanchar, tomar um bom banho sempre no mesmo horário. Isso sempre foi assim. A minha percepção é que, para as crianças, a rotina é imprescindível. No caso dos meus filhos, eles ficam mais relaxados sabendo o que vem depois de cada atividade, sabe? Isso ajuda a evitar ansiedade.”, exemplifica.

Mas uma questão importante que alguns se perguntam: a rotina pode acabar com a criatividade das crianças e deixar tudo mais mecânico? A jornalista Renata dá uma resposta que pode ser determinante para pais que ainda não sabem se devem ou não estabelecer para seus filhos. “De forma alguma. A rotina, para mim, é simplesmente um início, meio e fim das tarefas que temos que realizar ao longo do dia, tarde e noite. Mas tudo acontece de forma natural. Aqui em casa, adoramos brincar com os meninos. É claro que alguns horários sempre serão respeitados, como a hora do almoço, do jantar e de dormir, por exemplo. Mas até a hora de dormir pode ser divertida. Um pijama legal, por exemplo, pode virar o protagonista de uma ótima história inventada por nós antes de pegarmos no sono. Os meninos são motivados a criarem histórias e nós também. Lemos muitos livros, somos favoráveis ao reaproveitamento de materiais para a confecção de brinquedos, estimulamos a criatividade, mas tudo acontece naturalmente, no nosso dia-a-dia.”.

A psicopedagoga Maria Guimarães Drummond Gruppi, diretora da escola Ponto Omega, explica que a rotina é importante não apenas para as crianças, como também para os adultos, pois, a medida em que teoricamente sabemos o que vai acontecer, nos sentimos mais seguros. “É claro que não há como garantir que toda uma vida seja pautada pela rotina, mas, a grosso modo, os eventos mais importantes do nosso dia a dia deveriam, sim, se enquadrar dentro de uma. Tanto na escola, como em casa, a criança deve estar a par do que ela vai fazer naquele dia para que ela possa se preparar. Como será o seu dia na escola? A que horas ela vai lanchar? Que horas ela vai ouvir histórias? Que horas ela volta para casa? Isso tudo deve ser rotineiramente decidido todas as manhãs no primeiro horário. Assim, as crianças se prepararão para o que virá pela frente.”, comenta. E ela lembra outro dado importante: “ficarão felizes com algumas atividades e não tão felizes com outras. Neste caso, elas terão tempo para se conformar elaborando a insatisfação. E em casa não deve ser diferente. As crianças precisam saber, com antecedência, o que elas farão depois que chegar da escola. Vão poder brincar mais um pouco? Vão poder assistir desenhos na TV? Vão tomar banho? O jantar vem antes ou depois do banho? E assim por diante.”, complementa.

E a mãe de Guilherme e Henrique concorda: “A rotina nos ajuda a organizar os processos cotidianos na nossa casa. Esta sensação de organização é levada pelos meus filhos para tudo o que eles fazem. Os tornam pessoas mais independentes, seguras, autoconfiantes, responsáveis. Quando delego funções para eles, principalmente relacionadas ao cuidado da casa, eu gero neles o sentimento de pertença, eles valorizam o lugar que moram e a credibilidade que damos a eles. Não importa se farão perfeito ou não, o importante é que façam e se sintam reconhecidos e valorizados por isso. E esses sentimentos gerados em casa vão repercutir também na sociedade que eles fazem parte. Hoje, na escola, mas no futuro no ambiente de trabalho, em suas relações de amizade etc”.

Mas e quando a crianças está acostumada e algo muda? A psicóloga clínica e psicanalista Nelia Mendes Fernandes conta que, no campo da psicologia, não restam dúvidas sobre a importância da rotina, pois entendem que ela possui função ordenadora e organizadora para o psiquismo humano, favorecendo o desenvolvimento neuropsicoemocional da criança, e podendo, portanto, ser compreendida como um dos aspectos essenciais para o desenvolvimento da autonomia e auto-estima de um indivíduo. No entanto, quando se torna algo inflexível, impossibilitando que outras respostas possam ser dadas e, de certa forma, retirando da criança seu potencial criativo, esta passa a ser prejudicial, pois impossibilita o enfrentamento de situações de frustração ou o desenvolvimento da capacidade de tolerar modificações em seu entorno. Ademais, é fundamental manter uma certa plasticidade para que não haja a apresentação de um ambiente controlado em demasia, quase falso, sem as nuances que são próprias da vida. “Como enfatizado, por ser organizadora, a utilidade principal da rotina é ocasionar segurança e previsibilidade a criança, contribuindo para o adequado desenvolvimento das funções executivas. Estas possuem coadjuvância na vida social, afetiva e intelectual desde a infância até a idade adulta. Igualmente, a rotina auxilia a criança na adaptação de seu comportamento, ordenação interna e traz também segurança, já que favorece a compreensão da relação tarefas/ tempo ao longo do dia, possibilitando mais tarde que ela mesma aprenda a se planejar diante das mais variadas situações que se apresentarem ao longo de sua vida. O desenvolvimento psiconeuroemocional ancorado por uma rotina que prevê a possibilidade de flexibilidade, auxilia inclusive a criança a lidar com eventos inesperados, favorecendo sua possibilidade de reorganização e elenco de respostas que possam ser mais adaptativas a nova situação. O contrário, propiciará atitudes ansiosas, inseguranças e medos frente ao desconhecido. Daniela conta que, em sua casa, quando algo não sai como esperado, o mais velho fica bastante incomodado. O menor também, mas ainda não sabe muito como reclamar. “Se temos planos, devemos seguir com eles, e se algo precisar mudar, o mais velho precisa ser “preparado”.”, explica.

Mas mesmo em famílias com uma rotina bem organizada, o tempo para o não fazer nada também deve ser valorizado. Nélia explica que o momento do ócio criativo é desejável. “Percebemos na atualidade a exigência que alguns pais fazem aos seus filhos na direção de que tenham alta performance e habilidades. Isso, por certo, faz com que encare-se com naturalidade ou algo esperado, que as crianças sejam cada vez mais precocemente expostas a estímulos que do ponto de vista do desenvolvimento acabam por interferir no processo gradual de maturação neuropsicoemocional. As brincadeiras livres, sem função definida, são fundamentais para que a criança desenvolva primeiro aspectos psicomotores, que irão sustentar todo o restante de seu desenvolvimento neuropsicoemocional. Assim, mesmo dentro de uma rotina, é necessário oferecer a criança momentos em que ela possa criativamente explorar seu mundo interno, seu corpo e o ambiente.”, justifica. Entretanto, lembra, a rotina possui uma função de contenção, auxiliando na organização externa, mas, sobretudo, interna das crianças, livrando-as do estresse que uma rotina desestruturada pode causar. Desta forma, o investimento em uma atitude pouco previsível dos pais frente a seus filhos poderá gerar quadros de ansiedade e insegurança que irão paulatinamente tomando o universo da criança, tendo consequências como baixo rendimento escolar ou impacto negativo nas relações estabelecidas por estas com outras pessoas.”, complementa. Paloma vai além e diz que, inclusive, esses momentos de “folga” devem ser parte da rotina. “Fazer nada, na verdade, hoje em dia, é muito difícil, tendo em vista o bombardeio de informações e atividades que cada um acessa a todo momento. Mas o momento de parar as atividades comuns e as obrigações, o que poderia ser considerado “fazer nada”, traz um descanso mental, por vezes corporal, e recicla a mente para criar mais e melhor posteriormente.”, pontua.

Outro cenário que deve ser avaliado sobre este assunto é em relação a pais que não têm rotina alguma e querem que os filhos sigam uma. Paloma comenta que conhece casos de pais nitidamente desorganizados que acabam prejudicando a rotina das próprias crianças. “Algumas vezes, a criança é mais organizada, pois toma como exemplo outras pessoas, e não consegue cumprir suas tarefas por conta da rotina embaralhada dos pais. Em geral, pais sem rotina levam as crianças a “se virarem” sozinhas, o que pode ser positivo, caso eles permitam a construção da autonomia. Em casos contrários, acabam prejudicando o desenvolvimento delas.”, pondera Paloma.

Mais uma situação comum é de pais que preferem criar os filhos livres para fazer o que querem e quando quiserem. Paloma explica que a escolha educativa dos pais é algo bastante subjetivo. Em geral, as interferências nessa escolha são necessárias a partir do momento em que os resultados esperados não estão sendo atingidos. “Não adianta, por exemplo, deixar o filho decidir quando e como quer estudar, esperar bons resultados e que ele aprenda com os próprios erros e acertos. O papel dos pais, ou melhor, responsáveis educadores, é justamente apoiar o desenvolvimento das crianças. Caso o método seja essa liberdade, também deve ser pautado no apoio. Isso significa que a criança poderá agir e decidir por si só, mas sempre contando com aconselhamentos e ajudas disponíveis por parte dos responsáveis. Conheço alguns pais que culpam os filhos que “escolheram” não estudar – porque os pais também não obrigaram, deixaram livres – por suas notas ruins. Não podemos achar que uma criança ou um adolescente tem maturidade individual suficiente para entender todas as causas e efeitos, é justamente pelas experiências que todos nós aprendemos. Apesar disso, nosso papel é não deixá-los fracassar e culpar em seguida, é apoiar.”, comenta. Para a mãe de João e Heitor, as crianças podem até ser livres, mas orientadas. “Eles não têm discernimento para decidir o que é bom ou não pra eles, ao mesmo tempo em que precisam ter autonomia em alguns aspectos para crescerem seguros e esclarecidos. Não dá para deixar solto, temos que orientar, mas também não é necessário manter uma rotina de quartel.”, complementa Daniela.

Além da casa, as crianças passam boa parte de seu tempo nos colégios. E, lá, a rotina novamente tem importância. Anna Emília, inclusive, lembra que, nas creches, cada atividade desenvolvida marcará o tempo. “Os educadores costumam apresentar as atividades através de músicas, cartões de imagens, algo que marque o que acontecerá. E isso não modificará de um dia para o outro. Pelo contrário, será por meio da apresentação repetitiva que os pequenos entenderão a rotina. Um exemplo é quando uma professora canta a música para guardar os brinquedos, e imediatamente as crianças pegam o cesto e/ou caixa organizadora para que os demais ajudem a guardar. Ao mesmo tempo, o adulto vai orientando a maneira para melhor organizar o espaço. Essa rotina é muito saudável para que todos percebam que após a brincadeira é preciso organizar o espaço para outra atividade.”, diz. “Alguns pais mostram-se incomodados com a rotina das creches, mas entendem logo em seguida quando as crianças começam a ter um comportamento muito mais tranquilo em casa frente às tarefas do dia a dia. Em reuniões, costumamos orientar aos pais que as rotinas transmitem segurança à criança.”, complementa Anna. E este “ensaio” durante a creche, certamente vai ajudar a formar alunos mais conscientes e comprometidos com os estudos. Afinal, como comenta Anna Emília, quando a criança não é apresentada a uma rotina diária, provavelmente isso terá um resultado também no aprendizado, se tornando aquele aluno não cumpridor dos deveres de casa, sem horário para o estudo sistematizado.

Para terminar, ainda que a rotina seja difícil de ser levada a diante, é importante lembrar que uma adequação correta pode ser o diferencial para que o seu filho, no futuro, tenha uma carreira bem sucedida ou não. Embora vivamos na era Google, nem todas as corporações têm esse perfil informal que a empresa americana prega. Na realidade, na maioria das instituições, essa realidade é muito diferente, com horários estabelecidos, acesso a redes sociais controlado e padrões bastante rígidos. Mas o que isso tem a ver com as crianças e a rotina? O costume com horários, padrões e hábitos não é importante apenas na infância e na adolescência. Ao se tornarem adultos, tudo o que foi “aprendido” neste sentido será fundamental para essas pessoas se tornarem profissionais mais comprometidos com a profissão que escolheram.

Mas, e afinal, crianças, normalmente, gostam da rotina? Algumas sim e outras não. Mas se forem perguntadas diretamente sobre o assunto, provavelmente dirão que não. “Rotina presume obrigação. Mas, certamente, se lhes passarmos tarefas desorganizadamente, elas terão desempenhos ruins ou ficarão confusas.”, exemplifica Paloma. Inajara vai além e diz que tudo depende da maneira como a rotina é inserida para a criança, se elas participam do processo de organização e se compreendem a sua importância para o dia a dia etc. “Rotinas bem estabelecidas, e planejadas juntamente com as crianças, têm diversos pontos positivos: estimula a autonomia, a responsabilidade e a noção de consequências.”, finaliza.

 

 

 

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Priscila Correia

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