A Semana Mundial de Aleitamento Materno acontece todo ano, de 1 a 7 de agosto. Durante esse período, também conhecido como “Agosto Dourado”, são realizados debates e discussões a respeito da importância e benefícios oferecidos através do aleitamento. “Falamos disso o ano todo, mas durante essa semana, especificamente, é fundamental informar. É um assunto de interesse mundial”, explica Graziela Abdalla, Coordenadora de Enfermagem do Grupo Perinatal e especialista em amamentação. E é mesmo. Dados divulgados ano passado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que apenas 38,6% dos bebês brasileiros se alimentam com leite materno nos primeiros cinco meses de vida – o recomendado pela OMS é que o bebê mame até o sexto mês. “É um número muito baixo se formos comparar com a quantidade de vantagens inseridas na amamentação. Precisamos ajudar a disseminar essas informações”.
Mas quais são as vantagens? A enfermeira explica que bebês que mamam no peito recebem anticorpos maternos. “Eles têm menos riscos de terem asma e ainda evita o desenvolvimento de algumas doenças como obesidade, diabetes e hipertensão”. Graziela pontua esse e outros benefícios. Veja abaixo:
– No puerpério imediato (período em que a mulher acaba de parir) ela possui risco de hemorragia. A amamentação precoce faz com que o útero contraia mais rápido e esse risco diminua consideravelmente;
– Mulheres que amamentam têm menos risco de desenvolver câncer de mama;
– A concentração de ferro existente no leite materno, faz com que a criança não precise de complemento de ferro para evitar anemia;
– O leite materno é de fácil digestão, por isso tem menos risco do bebê desenvolver cólicas;
– A mulher, na produção de um litro de leite, é capaz de gastar aproximadamente 800 calorias, que equivale mais ou menos a uma aula de ginástica;
– Proporciona uma interação entre mãe e o bebê, importante no momento do puerpério;
– Ajuda no desenvolvimento motor e emocional da criança;
– É de graça, natural, prático e não desperdiça recursos naturais;
– A sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê;
– Protege e repara o intestino dos recém-nascidos.
Polêmica
Recentemente, os Estados Unidos se envolveram em uma polêmica, por serem acusados de tentar boicotar a resolução da OMS que incentiva a amamentação. De acordo com o jornal New York Times, oficiais americanos chegaram a ameaçar outros países por apoiarem a resolução. Segundo a revista Times, os Estados Unidos estão alinhados aos interesses dos fabricantes de fórmula infantil, lobistas da indústria de alimentos para bebês e por isso se mostraram contra.
Para o médico Maurizio Pellitteri, diretor e neonatologista da Perinatal, o uso de fórmulas deve ser avaliado em cada caso, analisando a saúde da mãe e do bebê. “Quando a mulher está impossibilitada de amamentar, em pacientes internados ou que necessitem de fórmulas específicas, nós a recomendamos. No caso dos recém-nascidos que precisam de leite com características particulares, por exemplo, o uso pode trazer benefícios. Tudo deve ser analisado”, pontua. Ele explica que as fórmulas podem ser fundamentais para alguns bebês, mas nada substitui o leite materno. “As fórmulas podem ajudar a salvar a vida de crianças que não têm acesso ao aleitamento, mas amamentar é sempre a melhor solução para mãe e bebê. Se não há nenhum problema, o aleitamento é a melhor opção sempre”.
Informações: Assessoria de Imprensa