Um dos períodos mais esperados pelos pequenos, as férias também são um ótimo momento para os pais observarem e participarem do crescimento dos pimpolhos. Na brincadeira, os pais podem ainda aproximar os filhos até de conteúdo educativo, como a leitura e escrita.
Autora de mais de 10 livros e facilitadora de oficina de escrita pela Sonhos de Bolso, Natalia Ávila dá algumas dicas, como, por exemplo, em um dia de brincadeira com os primos ou na piscina, a escritora sugere inserir um elemento fantástico e fazer perguntas que desenvolvam a imaginação das crianças, como “O que faria se uma sereia tivesse aparecido?”. A expressão da criança pode ser desenhada e explicada por ela ao novo mentor da brincadeira. Natalia ainda dá dicas de outras formas de estímulo. “É importante incentivar o hábito de registrar. Anotar os sonhos, fazer uma lista de tudo que quer fazer durante as férias. Uma lista das coisas possíveis e outra das coisas impossíveis”, explica.
Idas ao cinema, teatro ou aquele filme que passa na TV também podem incrementar o desenvolvimento escolar e passar como uma brincadeira. A autora diz que pode pedir para a criança escrever sobre o filme, do que mais gostou e do que não gostou, como se fosse uma resenha. Desta forma, há exercício de escrita, caligrafia e até ortografia, pois quanto mais contato com as palavras, mais elas serão lembradas até após um período longe dos cadernos. Os menores, por sua vez, podem fazer um desenho sobre a peça ou filme, como também expressar verbalmente, com estímulo dos pais, que podem fazer perguntas sobre pontos importantes, como a sequência das cenas.
Já a psicóloga Olivia Klem fala para os responsáveis aproveitarem para olhar mais o estado de espírito dos filhos, mas sem abrir mão de se divertir e relaxar, deixando as ansiedades de lado. “O período das férias é um período no qual a criança pode se ver livre de suas obrigações e mergulhar em atividades recreativas. Pais e mães devem conter o desejo de encher os filhos de novos cursos nesses períodos. Mas lembrem-se: crianças aprendem brincando. Brincadeiras criativas e em família estimulam a atividade cognitiva e o desenvolvimento social das crianças. Cursos são importantes, mas as férias são férias”, enfatiza.
O cronograma dos passeios ou atividades pode ser construído juntos ao filho, e brincadeiras criativas também são recomendadas. A especialista lembra ainda que devem-se ficar atentos se as crianças destoarem do comportamento que apresentam nas escolas, como deixar de comer e se tornar mais desobediente. Muitas vezes, a causa pode estar em casa. “Se a criança se comporta bem com outras pessoas e ambientes, mas com os pais são resmungonas e desobedientes, os pais devem analisar se há algum conflito familiar que esteja sendo captado pela criança, se há alguma desarmonia no lar de alguma ordem. Normalmente os adultos se enganam acreditando que escondem problemas sérios da criança (brigas entre os pais, preocupação dos pais em relação ao desempenho escolar da criança, preocupações financeiras), mas a criança pode acabar sentindo que há algo de errado. A criança que sente que há algo de errado em sua casa ou com seus pais sente-se insegura. Se o inverso ocorre, vale investigar o que está havendo na escola e como é a interação dos coleguinhas”, completa a psicóloga.
O tempo de qualidade pode ainda ser melhor aproveitado quando o adulto embarca no mundo do filho. Uma delas é se atualizar ao lado da criança o que ela tem visto na TV ou na internet e dar bastante espaço para diálogo aberto. “A ideia não é buscar o que repreender, mas estar sempre atento, como os pais devem estar, claro, e aprender a apreciar o que é importante para quem você mais ama nesse mundo”, detalha.
Já quem tem família tamanhos M ou G, o ciúme e rivalidade entre irmãos pode acontecer quando eles estão disputando a desejada atenção dos pais. E vai caber aos pais saber equilibrar a brincadeira, dando amor, cuidado e atenção para os filhos. Para sair bem deste jogo de cintura, o responsável deve entender que cada filho deve ser tratado como único, isso quer dizer que os pais devem saber individualiza-los através de seus gostos, de seus talentos e capacidades. As atividades de férias também devem ser planejadas para ambos serem agradados.
No caso de acontecerem brigas e discussões, os pais devem tomar extremo cuidado para não botar ainda mais lenha na fogueira, tomando lados em disputas entre os filhos. “O importante na hora das brigas ou discussões é que todos conversem em conjunto buscando resolver os conflitos através do diálogo. Os pais são os intermediadores do diálogo e do entendimento nestas ocasiões e precisam buscar promover o equilíbrio, incentivando os filhos a resolverem os problemas entre eles mesmo, não intervindo de maneira mais impositiva e direta como primeiro recurso”, resume a psicóloga.
Informações: Assessoria de Imprensa