Os dados do IBGE revelam que os números de tratamentos de fertilização em todo o país vem registrando sucessivos aumentos nos últimos sete anos. Os dados mais recentes, divulgados em 2018, apontam mais de 36 mil nascimentos anuais. O método mais utilizado pelos casais com dificuldades para engravidar é a Fertilização In-Vitro (FIV) que consiste na estimulação ovariana a base de medicamentos para obter o maior número de óvulos e aumentar as chances da gravidez. “A indicação desse tratamento é para aqueles casais que não conseguem uma gravidez após um ano de relações sexuais não protegidas. Sabe-se que 10-15% dos casais enquadram-se nesse critério, devendo procurar um especialista para maiores investigações sobre o motivo de não estarem conseguindo engravidar”, afirma o especialista em Reprodução Humana Roberto de Azevedo Antunes, Diretor-médico da Clínica Fertipraxis, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde considera a dificuldade de engravidar como uma “doença” do sistema reprodutivo. As dúvidas em relação às dificuldades de engravidar são comuns entre os casais, mesmo aqueles que não tem diagnóstico de infertilidade. A seguir, Antunes esclarece a seguir as dúvidas mais comuns entre os pacientes:
1- “O que é Fertilização in vitro?”
Reprodução assistida, ou seja, “o bebê de proveta”. Ela corresponde ao processo no qual a paciente é submetida a uma hiperestimulação ovariana controlada com gonadotrofinas ( injeções subcutâneas) , a qual produz uma reposta ovariana de múltiplos folículos ( e portanto, maior chance demais óvulos). Esses são puncionados por via transvaginal guiada por ultrassonografia, para a obtenção dos óvulos, que após sua captação e retirada dos folículos ovarianos, são preparados para a realização de dois possíveis procedimentos: a FIV clássica,quando colocamos os óvulos juntamente com os espermatozoides em cultura e deixamos que os espermatozoides fecundem os óvulos por conta própria, ou, mais recentemente, a FIV tipo ICSI, isto é, a injeção intracitoplasmática de um espermatozoide capacitado (escolhido) em cada um dos óvulos maduros aspirados. Independente da técnica utilizada, após a fecundação e desenvolvimento inicial dos embriões, transferimos um determinado número deles para a paciente através de um cateter, através do colo uterino, guiado pela ultra-sonografia, para definir um melhor local de colocação dos embriões no útero. Então, esperamos entre 12-18 dias para saber se a paciente engravidou.
2- “Vou fazer uma Fertilização in vitro. Vou engravidar na minha 1ª tentativa?”
De um modo geral, as chances de sucesso do procedimento giram em torno de 30% por tentativa. Além disso, existem diversos fatores que influenciam essas taxas de gravidez, como por exemplo: a idade da paciente, a causa da infertilidade, o tipo de protocolo utilizado para a FIV, entre outros. Portanto, antes de podermos estimar as chances de uma fertilização in vitro bem sucedida, precisamos considerar todos esses fatores. Também não é verdade, porém, que “são precisa muitas até o sucesso”. Por isto, o planejamento de uma tentativa deve ser bem cuidadoso.
3- “Fiz uma fertilização in vitro e consegui muitos óvulos. Qual é a melhor opção: congelar os óvulos excedentes ou fertiliza-los e congelar os embriões excedente?”
Essa é uma dúvida que deve sempre ser discutida com seu médico durante a realização de uma FIV. O congelamento de embriões é a forma clássica de preservar o resultado excedente de um ciclo de reprodução assistida. A utilização de embriões descongelados em tentativas subsequentes ainda possui melhores taxas de sucesso do que a utilização de óvulos descongelados. Entretanto, as novas técnicas de congelamento e descongelamento de óvulos vêm trazendo resultados cada dia melhores de aproveitamento e sucesso, de modo que atualmente já existem diversos casos relatados de gravidez após utilização de óvulos descongelados. Devemos ainda considerar que o congelamento de óvulos evita a ocorrência de questões éticas importantes que ocorrem quando congelamos embriões, como por exemplo: o destino desses embriões caso um casal se separe, o que fazer com os embriões excedentes quando o casal consegue ter seu filho, entre outras. Portanto, antes de decidir o que fazer com o excesso de óvulos, tenha uma nova conversa com seu médico!
4- É possível fazer uma fertilização in vitro quando um dos membros do casal é portador do vírus HIV?
Um casal no qual um dos cônjuges é portador do vírus HIV e o outro não. Dessa forma, conseguimos evitar o contágio do homem quando a mulher é portadora do vírus e minimizar o contágio da mulher quando o homem é soropositivo. Quando utilizamos gametas (óvulos e espermatozoides) de um portador do vírus eles são preparados de modo especial, diminuindo também as chances de transmissão do vírus para o embrião durante a sua formação e desenvolvimento no laboratório.
Informações: Assessoria de Imprensa