Cada vez mais mulheres têm repensado a maternidade. Segundo pesquisa realizada pela Bayer e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e divulgada ano passado, 37% das brasileiras não querem ter filhos. O levantamento apontou ainda que a parcela da população que deseja engravidar, tem postergado o momento: 72% das 7 mil entrevistadas em 11 países não pretendem gestar pelos próximos três ou cinco anos, pelo menos.
Por outro lado, a adesão feminina aos anticoncepcionais está em queda. Os motivos são variados: efeitos colaterais como dor de cabeça e redução da libido, necessidade de uso diário, risco de trombose e até mesmo o desejo por autoconhecimento – por entender o ciclo, as mudanças corporais e os pontos positivos da menstruação. “Hoje, a mulher busca por métodos cada vez mais modernos, que ofereçam segurança, efeitos colaterais menores e que se encaixem no seu dia a dia”, aponta a ginecologista e obstetra credenciada da Paraná Clínicas, Dra. Ana Claudia Afonso Ramos (CRM-PR 21.910, RQE 14.836).
O problema é que não existe um método 100% eficiente e bom para todas. “Todos possuem riscos e benefícios”, destaca a médica. “Os mais comuns e mais utilizados são as pílulas, mas dependendo de uma boa avaliação caso a caso podemos oferecer à paciente opções injetáveis, adesivos, anéis vaginais e os contraceptivos reversíveis de longa duração, como os Dispositivos Intrauterinos (DIUs) ou implantes subcutâneos”, completa a ginecologista.
Antes de fazer a escolha, é importante levar em consideração não só os efeitos colaterais, mas o perfil de cada mulher. “Uma paciente com uma rotina mais agitada, por exemplo, precisa que o método escolhido ofereça, além de segurança contraceptiva, comodidade em termos de uso. Provavelmente, ter que lembra de tomar a pílula todos os dias, seja uma tarefa difícil, acarretando em aumento da falha contraceptiva”, alerta Dra. Ana Claudia.
Pílula
Normalmente, combina estrogênio e progesterona. Traz benefícios como regularidade do ciclo e redução de cólicas e de fluxo menstrual. Em contrapartida, pode gerar dores de cabeça, principalmente durante a pausa, redução da libido e requer disciplina e atenção, pois precisa ser tomada diariamente e pode falhar durante o uso de antibióticos, por exemplo.
Injeção
Em sua maioria, também combina estrogênio e progesterona. Traz benefícios semelhantes aos da pílula, mas demanda menor frequência de aplicação, com intervalos de um ou três meses. Além dos efeitos colaterais tradicionais do anticoncepcional oral, a injeção pode causar retenção de líquido, aumento do apetite, irregularidade menstrual e demora no retorno à fertilidade.
Adesivo
Em geral, tem como base estrogênio e progesterona. Oferece benefícios e efeitos colaterais semelhantes aos dois métodos citados anteriormente, mas apresenta algumas particularidades que podem dificultar o uso: precisa ser trocado a cada sete dias, não é transparente, pode ser facilmente notado dependendo da roupa e do local de aplicação e também pode descolar antes do prazo ideal. Em contrapartida, é um ótimo método para quem tem problemas gástricos, pois sua absorção se dá pela pele.
Anel vaginal
Também combina estrogênio e progesterona e apresenta benefícios e efeitos colaterais semelhantes aos métodos contraceptivos já citados. Mas, assim como o adesivo, tem algumas particularidades de uso. O anel de silicone requer atenção especial ao horário de inserção e retirada, pois com 3 horas de atraso, já há comprometimento da contracepção. Apesar de ficar posicionado dentro da vagina, ao alcance do dedo indicador, não costuma causar desconforto ou ser sentido na relação sexual, mas pode escapar durante a penetração ou o uso de absorventes internos, por exemplo.
Implante
A base apenas de progesterona, também traz benefícios e efeitos colaterais semelhantes aos métodos contraceptivos anteriores, mas se enquadra em uma categoria diferente, chamada de contraceptivos reversíveis de longa duração – ao lado dos DIUs. É um pequeno bastão de plástico que fica embaixo da pele, geralmente no braço, e libera o hormônio de forma gradativa. Entre as principais vantagens está o tempo de duração, de até três anos, e a baixa necessidade de revisão médica, mas precisa ser aplicado pelo ginecologista em consultório ou centro cirúrgico.
DIU hormonal
Composto somente por progesterona, tem como principais benefícios a redução ou o desaparecimento completo do fluxo e das cólicas. Além disso, tem duração de até cinco anos, mas precisa ser implantado pelo médico em consultório ou centro cirúrgico. Apesar de não exigir tanta disciplina da mulher, requer acompanhamento regular com o ginecologista para garantir seu posicionamento e eficácia. Por isso, a paciente precisa realizar, pelo menos, uma revisão anual, com exame físico, coleta de preventivo e ecografia transvaginal.
DIU de cobre
É a única opção desta lista que não apresenta adição de hormônios. Esse tipo de DIU é composto por uma estrutura de plástico e um fio de cobre, que ao ser posicionado no colo do útero, causa uma pequena inflamação que dificulta a mobilidade e passagem dos espermatozoides, bem como a implantação do óvulo no útero. Entre os benefícios estão o tempo de duração, de até 10 anos, a inexistência de hormônio e a possibilidade de uso mesmo durante a amamentação. Em contrapartida, pode causar aumento do fluxo e das cólicas, além de demandar revisão anual.
Informações: Assessoria de Imprensa.