A quinta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, coordenada a cada quatro anos pelo Instituto Pró-Livro, divulgada no fim de 2020, teve como público-alvo a população brasileira a partir dos 5 anos, alfabetizada ou não, e mostra que o índice de leitura entre os pequenos cresceu. Esse fato é embasado nos estudos que envolvem o hábito de leitura, desde livros à outras plataformas. De acordo com a educadora Claudia Onofre, consultora da plataforma de livros Infantis Dentro da História, este foi um dos impactos positivos do período de pandemia. Segundo a especialista, o desafio agora é estimular a leitura infantil de forma constante, uma tarefa que pode ser facilitada quando envolve os gostos dos pequenos, seus sentimentos, personagens favoritos e momentos que estejam passando no seu desenvolvimento, como escovar os dentes, reconhecimento da natureza e vocabulário.
Ainda segundo a profissional, a leitura infantil, aplicada da maneira correta, pode estimular diversos pontos, como o desenvolvimento da criança, equilíbrio de sentimentos, organização de horários e a unidade familiar. Para isso, é importante se atentar a 4 pilares: idade, equilíbrio emocional, administração do tempo e constância e saber unir os gostos tecnológicos da criança à leitura. Entenda:
:: 1- IDADE
Segundo a educadora, é primordial escolher a leitura de acordo com a idade da criança, até para não desmotiva-la com um conteúdo que ainda é difícil para ela assimilar. “Cada livro possui ensinamentos específicos que motivarão o desenvolvimento da criança. É importante escolher um que se adeque a ela, e assim cativa-la será ainda mais fácil, e a leitura será sempre prazerosa”.
ATÉ OS DOIS ANOS:
Nessa fase, os livros são focados em estimular os sentidos, como visão, audição e tato. As histórias são repletas de cores e formas que atraem a criança para o universo dos livros.
3 A 5 ANOS:
Aqui, as palavras nos livros já não são mais novidade e a curiosidade só vai aumentando! Os títulos ajudam a ampliar o vocabulário nessa nova fase.
6 A 8 ANOS:
Para as crianças entre essas idades, os livros estimulam a memória, a compreensão do texto e aprimoram o processo de alfabetização.
9 A 12 ANOS:
Crescer e manter o gosto pela leitura é muito mais simples quando a criança já sabe qual tipo de história ela gosta mais, desde conto de fadas até ação, as aventuras que elas vão viver junto com os personagens vão fazer com que elas nunca enjoem de serem boas leitoras.
:: 2- EQUILÍBRIO EMOCIONAL
Muitas vezes, dentro ou fora de casa, as crianças tendem a ficar mais agitadas, inclusive por conta do imediatismo da era tecnológica. Existem diversas atividades positivas para o cuidado emocional infantil e a leitura colabora para esta administração. “O livro acolhe, acalma e possibilita grandes viagens. Sempre indico que as famílias se permitam viver ‘15 minutos de ouro’ por dia em relação a leitura.”
A educadora ensina que neste momento pais e filhos devem parar tudo o que estão fazendo, desconectar do celular, do computador, da televisão e se entregarem. Uma dica é escolher com a criança um lugar para chamar de seu e que seja aconchegante. Jogar almofadas no chão em cima de um tapete ou edredom e desfrutar desse momento. “Faça a leitura, mostre as ilustrações, explore a história com gestos e tom de voz. Depois, peça que a criança conte ou reconte a história, dê asas à imaginação. Tenho certeza de que irão se surpreender e esses 15 minutos significarão um tempo maior de comunhão e afeto que só a leitura é capaz de proporcionar”, comenta Cláudia.
:: 3- ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO E CONSTÂNCIA
Entender que existe uma rotina e tarefas a serem cumpridas, deixa a criança menos ansiosa, fazendo com que ela entenda e queira vivenciar as opções que são colocadas no dia a dia. “Estipulando um horário para a leitura, seu filho vai entender e esperar por aquele momento, vai criar laços com a família e ficará educado para outras futuras atividades em sua vida, entendendo que obrigações são satisfatórias quando realizadas da melhor maneira. Isso é importante tanto para o pequeno quanto para os pais e a vida em comunidade”, explica a educadora.
:: 4- SABER UNIR OS GOSTOS TECNOLÓGICOS DA CRIANÇA À LEITURA
Cláudia conta que a tecnologia sempre contribuiu com informações atuais de forma positiva para o desenvolvimento infantil. A situação do isolamento social desmistificou a era digital como algo improdutivo ou até viciante. “A tecnologia traz diversidade e novos horizontes e a liberdade de interação, seja de conhecimento, atividades lúdicas, leitura ou de aproximação com pessoas queridas que as crianças foram privadas do convívio”.
A tecnologia também possibilita novos incentivos para as crianças desenvolverem maior gosto pela leitura, porém, é preciso observar se o uso dos aparelhos tem sido consciente. Para isso, um caminho frutuoso é observar os gostos dos filhos, isso possibilita o trabalho fora das telas. Um desenho animado ou jogo pode ser transportado para a rotina de outras maneiras. Se a criança gosta de Heróis DC em games ou filmes, Barbie, Mundo Bita, Disney Princesas, Marsha e o Urso, Peppa Pig, entre outros grandes nomes do entretenimento infantil, é possível mobilizar os ídolos para a leitura.
“O mais importante é estabelecer a rotina e cuidar para que tudo caminhe como o acordado, assim quando a criança for para a tela será tranquilo, leve e prazeroso para todos, e o melhor: sem nenhuma culpa”, finaliza a pedagoga.
Informações: Assessoria de Imprensa.