A prática esportiva é sempre estimulada por especialistas e médicos por conta dos inúmeros benefícios não apenas para o corpo, mas também pelo desenvolvimento social e cognitivo e ambiente inclusivo que proporciona. Entretanto, não é raro encontrar casos de abusos – que incluem violência, agressão e comportamentos inaceitáveis – nesse universo, especialmente quando as crianças passam de simples alunos para atletas de alto rendimento que participam de competições municipais, estaduais, nacionais e até no exterior. Mas é possível mudar essa realidade. Como? Estabelecendo limites e seguindo algumas regras, como consta na Cartilha lançada pela Hebraica Rio na última semana.
“A violência, incluindo casos de racismo, homofobia, misoginia e ameaças, é inaceitável, especialmente quando direcionada a crianças que participam dos jogos”, diz Luiz Mairovitch, presidente da Hebraica Rio. Referência no esporte, o clube de Laranjeiras sempre se destacou por oferecer um ambiente acolhedor para crianças de diferentes contextos econômicos que participam do treinamento de futsal – inclusive, além dos treinos com foco no esporte, o clube proporciona suporte integral, incluindo lanches, uniformes e todo o suporte necessário para que as crianças possam se dedicar sem outras preocupações. “Nosso objetivo vai além do treinamento esportivo. Queremos criar um ambiente acolhedor e inclusivo, oferecendo suporte não apenas para o desenvolvimento esportivo, mas também pessoal das crianças”, enfatiza Mairovitch. E continua: “Um clube ou academia podem ir além da competição, oferecendo um ambiente positivo e inclusivo para crianças de todas as origens. Este espaço não só promove o desenvolvimento esportivo, mas também valores fundamentais de respeito, inclusão e apoio mútuo, criando um impacto positivo na vida dos jovens atletas”.
Mas criar um ambiente saudável e inclusivo dentro de um meio tão competitivo quanto é o esporte é difícil, mas não impossível. Para isso, é necessário haver comprometimento com algumas diretrizes que visam não apenas a alta performance dos atletas, mas também o desenvolvimento positivo dessas crianças e jovens, inclusive para promover valores importantes dentro e fora do campo.
A seguir, conheça a Cartilha de Boas Práticas Desportivas da Hebraica Rio, com 10 para melhorar o ambiente e o comportamento no esporte – esses ensinamentos servem como base para a rotina de treinos e campeonatos das equipes da Hebraica Rio.
1. Respeito mútuo: Pais, alunos e profissionais devem cultivar um ambiente de respeito, compreendendo que todos têm um papel importante no desenvolvimento esportivo;
2. Educação em primeiro lugar: Enfatizar a importância da educação e do fair play, valorizando o comportamento ético e respeitoso no jogo e na vida;
3. Valorização do esforço e dedicação: Incentivar o reconhecimento do esforço e da dedicação, independentemente do resultado final, promovendo uma mentalidade de crescimento;
4. Tolerância zero para discriminação: Combater atitudes discriminatórias como racismo, homofobia e misoginia, criando um ambiente seguro e inclusivo para todos;
5. Responsabilidade emocional: Pais e profissionais devem orientar sobre o controle das emoções, ensinando que discussões e agressões verbais não são aceitáveis;
6. Exemplo dos adultos: Pais e profissionais devem ser modelos de comportamento positivo, demonstrando respeito, fair play e controle emocional em todas as situações;
7. Enfoque na diversão e no aprendizado: Priorizar não apenas os resultados, mas também a diversão e o aprendizado, destacando a importância da experiência esportiva para o desenvolvimento global dos jovens atletas;
8. Apoio mútuo: Encorajar a colaboração e o apoio entre colegas, promovendo um ambiente de união e respeito, onde todos se sentem apoiados e valorizados;
9. Comunicação aberta: Estimular a comunicação aberta entre pais, alunos e profissionais, incentivando o diálogo construtivo para resolver conflitos e melhorar o ambiente esportivo;
10. Desenvolvimento de habilidades sociais: Reconhecer que o futsal não se trata apenas de habilidades esportivas, mas também do desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais fundamentais para a vida.