Um recente estudo conduzido pelo Instituto Carlos Chagas, por meio do Projeto Menina-Moça, Mulher, apresentou resultados reveladores sobre as dificuldades enfrentadas por mulheres em situação de vulnerabilidade social no Rio de Janeiro ao buscarem oportunidades de trabalho. As entrevistas realizadas com 40 participantes atendidas pelo projeto forneceram insights importantes sobre a realidade enfrentada por esse grupo.
Dados indicam que uma maioria expressiva, representando 67% das mulheres participantes, manifestou o desejo de trabalhar, contudo, enfrenta o desafio do desemprego. O estudo destacou que 87% dessas mulheres são mães, sendo que 89% delas têm filhos menores de 15 anos, tornando a busca por oportunidades de emprego formal mais complexa.
Apesar das adversidades, 75% das participantes expressaram o desejo de retornar aos estudos, evidenciando claramente sua aspiração por um futuro mais promissor. Surpreendentemente, 42% das mulheres possuíam algum curso profissionalizante concluído, mas não foram encaminhadas para o mercado de trabalho após a conclusão.
A falta de uma rede de apoio familiar para cuidar dos filhos durante a busca por emprego é uma dificuldade significativa, conforme evidenciado por relatos das participantes. Além disso, o estudo revelou que a falta de recursos financeiros foi um obstáculo para aquelas que não conseguiram concluir seus cursos de capacitação ou aperfeiçoamento.
Entrevistas destacam o impacto dessas dificuldades na vida dessas mulheres:
- “Eu tenho uma filha de cinco anos, só que assim, para mim deixar ela com alguém teria que pagar. Só que eu não tenho uma pessoa que possa ficar com ela. Tipo vou começar a trabalhar e não tem ninguém para olhar ela, entendeu?” – CRDO, 42 anos.
- “No momento, eu não tenho uma pessoa porque foi tudo muito recente que eu me separei (…), então minha mãe está trabalhando, minha irmã também trabalha aqui próximo, o pai só pega nos finais de semana, mas não são todos, então pra mim eu ainda não tenho uma pessoa de confiança para olhar ele. Mas eu quero bastante trabalhar.” – TM, 23 anos.
Apesar dos obstáculos, 75% das mulheres expressaram o desejo de voltar a estudar, demonstrando sua busca por um futuro mais promissor. O estudo destaca a importância de enfrentar os desafios identificados, não apenas por meio de políticas públicas eficazes, mas também através de iniciativas como as desenvolvidas pelo Projeto Menina-Moça, Mulher. A análise desses dados à luz das pesquisas premiadas de Claudia Goldin sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho fornece insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes em prol da igualdade de gênero e do empoderamento econômico.
Informações: Assessoria de Imprensa.