Sabemos que uma boa nutrição infantil impacta diretamente no crescimento e desenvolvimento das crianças. Mesmo assim, o Brasil tem enfrentado desafios relacionados tanto à desnutrição quanto à obesidade infantil. De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), lançado em maio de 2024, aproximadamente 25% das calorias consumidas por crianças abaixo de 5 anos no Brasil é composta por alimentos ultraprocessados, ou seja, produtos que passam por múltiplos processos industriais, contêm corantes, emulsificantes, aromatizantes e outros aditivos e são associados a uma série de doenças. Entre crianças de 2 a 5 anos, essa proporção é ainda maior: 30%.
Os ultraprocessados foram associados a pelo menos 32 agravos de saúde no estudo feito sobre o tema, publicado na revista científica The BMJ, em fevereiro deste ano. Após analisarem 45 trabalhos, que englobam quase 10 milhões de pessoas, os pesquisadores encontraram risco aumentado para doenças cardiovasculares, transtornos mentais, diabetes, entre muitos outros problemas.
Segundo a Dra. Joyce Borba Marques, nutróloga pediatra (CRM SP 178400 – RQE 63852-1), disponível na Doctoralia, plataforma líder em agendamentos de consultas, o especialista deve fazer o diagnóstico e tratamento das alterações nutricionais e metabólicas que acontecem em diversas doenças, assim como otimizar o consumo dos nutrientes para o crescimento e desenvolvimento ideal da criança desde o período gestacional até a vida adulta.
Em complemento, a Dra lista mitos e fatos sobre a nutrição infantil. Confira:
Quando devo me preocupar com a estatura da criança?
Mito: Toda criança pequena em estatura tem algum problema de saúde.
Fato: Nem sempre. Muitas crianças menores de estatura podem estar perfeitamente saudáveis. No entanto, a preocupação deve surgir quando a criança apresenta um padrão de crescimento inadequado ao longo do tempo. É fundamental avaliar a velocidade de crescimento e outros fatores antes de tirar conclusões precipitadas.
Criança pode consumir açúcar?
Mito: Após 2 anos o consumo de açúcar por crianças está liberado.
Fato: Após os 2 anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria “libera” o consumo de açúcar por crianças, porém segue a recomendação de evitar sempre que possível o consumo de alimentos açucarados. Ou seja, o consumo de mel pode até ser incluído na rotina alimentar, mas limitado a 1 colher de sopa por dia, devido ao seu alto teor de açúcares.
Já os adoçantes não são recomendados para crianças sadias, assim como não há consenso na literatura sobre a idade que é permitido de ser utilizado, por falta de estudos de boa qualidade nesse sentido. Algumas crianças muito obesas ou com diabetes, por exemplo, podem utilizar adoçantes eventualmente. E nesta hora é importante escolher a opção mais adequada. Algumas opções de substituições para o açúcar em crianças saudáveis são: tâmaras, pera, maçã, beterraba, banana madura, figo.
Qual escolher: Manteiga ou Margarina?
Mito: A manteiga é mais saudável do que a margarina.
Fato: A escolha entre manteiga e margarina depende das necessidades nutricionais e do contexto da dieta. A manteiga é um produto natural, rico em gordura saturada e colesterol, deve ser consumido com moderação, especialmente em crianças. Já a margarina é um produto industrializado feito a partir de óleos vegetais, muitas vezes contendo gorduras trans. Existem versões mais saudáveis, livres de gorduras trans e enriquecidas com vitaminas. Por isso, ler os rótulos é essencial para fazer uma escolha mais saudável.
Informações: Assessoria de Imprensa.