Carla é uma mulher que planejou e desejou sua gravidez. Curtiu muito o período de gestação: foi a todas as consultas de pré-natal, fez chá de bebê, anotou semanalmente o desenvolvimento do feto e deixou a mala da maternidade organizada com bastante antecedência.
A previsibilidade é um valor muito importante para Carla. Ter a sensação de saber o que está por vir lhe conforta.
No dia do nascimento do filho tudo correu melhor do que havia imaginado e logo a família pôde voltar para casa e começar uma nova vida.
Como muitas de nós sabemos, a chegada de um bebê desestabiliza toda e qualquer ordem – por mais calminha que a criança seja.
Quando Carla se viu cheia de sono e com um neném que não correspondia aos recém-nascidos dos livros que lera, se sentiu tomada pela desorientação e sensação de impotência.
Outra coisa que Carla não conseguia compreender era o fato de amigas suas que tiveram bebês em períodos próximos ao dela, parecerem mais bem resolvidas com a chegada da maternidade. Todas estavam cansadas sim! Mas como aquelas que tinham bebês mais sensíveis e chorões que o seu, não estavam com cara de “vou me jogar pela janela”!!??
O que Carla não sabia era que o seu valor principal, o que dominava suas escolhas, era o da previsibilidade! Não saber o que está por vir, quais seriam as próximas reações de seu bebê, tiravam o chão de Carla.
Provavelmente as suas amigas se apoderam de valores que favorecem a entrada avassaladora da maternidade na vida de uma mulher. Por exemplo: variedade/mudança, compaixão, desafio, comprometimento com o próximo…
Não que Carla não tenha os valores citados acima impressos em seus comportamentos, mas a previsibilidade é a dominante.
Mas então ser previsível é muito ruim para uma mãe!? Claro que não!! Todos os valores tem suas vantagens e desvantagens. E até mesmo as desvantagens, se trabalhadas, podem deixar de ser uma ameaça e se transformar em oportunidade.
Imaginem o quanto o filho de Carla será beneficiado por ter uma mãe que introduz a rotina em seu desenvolvimento! Isso é tudo de bom!
“Os valores governam nossas decisões e é num momento de decisão que nosso destino é traçado.” (Geronimo Theml)
Saber quais os próprios valores, qual é o dominante e agir para respeitá-lo e supri-lo faz com que atravessemos os obstáculos melhor preparados. Permite também que façamos escolhas mais conscientes – no início da maternidade e para toda a vida.
E você? Já sabe quais são os seus valores?
Com carinho,
Aline Gomes