Todo mundo já ouviu falar em festa do pijama, certo? Muito comum entre as crianças e adolescentes dos anos 80 e 90, essa festa nunca saiu exatamente de moda. Mas, de uns tempos para cá, os pequenos voltaram a pedir esse tipo de encontro para os pais com mais frequência. Improvisadas ou com maior produção, essas festinhas ajudam as crianças a se socializarem e serão para sempre uma lembrança na vida de todos.
A psicóloga Andréa Montenegro, de 42 anos, mãe de Ana Clara, Maria Eduarda e Tiago, de 12, 13 e 8 anos, respectivamente, conta que já fez varias festas desse tipo, mas uma, em especial, ganhou retoques por ser o aniversário de uma das filhas. “A ideia foi minha, mas a Ana adorou. Foram convidadas 12 meninas. Elas ganharam um kit do soninho e um kit de unha. Fizeram um grande salão de beleza e depois um desfile. Só participaram meninas, e os pais trouxeram um dia e buscaram no seguinte.”, explica. Durante a organização do evento, a filha participou de todas as etapas, inclusive na confecção dos kits, que foram entregues no início da festa. “Fiz as comidinhas, como cachorro quente, mini pizza, sanduíches e nuggets; uma mesa com doces e guloseimas; e uma fonte de chocolate. Para o dia seguinte, café da manhã com misto quente, frios, pães e o bolo.”. A menina, é claro, amou a festa, que até hoje é lembrada por ela e pelas amigas – a comemoração foi para os 9 anos dela. Para Andrea, a importância dessas festas para a vida social da sua filha foi muito importante, pois era um momento de interação.
A assistente financeira Lucia Cristina Guilherme, mãe de Mariah, de nove, fez uma festa do pijama para a filha e a ideia também partiu dela, embora tenha sido aprovada imediatamente pela filha. “Foi em minha casa. O tema da decoração foi ‘Dormir’, com ursinhos e carneirinhos. Teve vídeo game com jogo de dança; leitura; quebra-cabeça; e até um show de mágica. Convidamos avós, tios, primos e as mães das amigas. Marquei o início às 19h30 e pedi que buscassem no dia seguinte às 11h.”, contou. Na festa de Mariah, embora fossem mais convidados que apenas as crianças, somente as meninas ficaram para dormir. Para organizar, Lucia pediu a filha que fizesse uma lista com seis meninas. “Fiz o convite, enviei para as mães e pedi que confirmassem a presença. No convite, pedi que levassem o pijama e o travesseiro. A decoração foi toda feita por mim. No quarto havia colchonetes, mantas, máscaras de dormir. Como as máscaras eram personalizadas com o nome das meninas, foi Mariah quem organizou a posição de cada uma. Durante a festa, servimos salgadinhos, cachorro quente, refrigerantes e sucos. No café da manhã, servimos pães, ovos mexidos, frios, pastas, leite, café, chocolate e pão de queijo. Fizemos tudo.”, complementou. A filha, logicamente, amou a festa e não queria que as amigas fossem embora. Para Lúcia, as crianças de hoje estão voltando às “raízes” dos pais, que, por sua vez, estão cada vez mais resgatando as brincadeiras de sua infância para fazer com que seus filhos se movimentem, brinquem com outras crianças ou para aumentar o vínculo. E as crianças, mesmo muitas vezes tendo preferencia pelos eletrônicos, se interessam em aprender e exploram sua criatividade.
E é verdade. Durante essas festas, as crianças esquecem um poucos as telas e toques no computador, tablets e celulares. São eventos que acabam se tornando importantes para o desenvolvimento infantil, uma momento em que socializam, brincam, e fortalecem os laços de amizade. Além disso, qual criança não gosta de brincar de esconde-esconde, amarelinha e queimado? Essas festas oferecem, também, certa autonomia às crianças, mesmo que controlada. Elas se sentem realmente “crescidas”, com senso de responsabilidade para que tudo dê certo.
Mas embora sejam festas normalmente pequenas, elas exigem organização por parte dos pais para serem realizadas. Afinal de contas, será preciso preparar comida e acomodação para um número maior de pessoas e, se tratando de crianças, principalmente, todo cuidado é necessário. E para os pais que não dispõe desse tempo para pensar no que fazer ou não sabem organizar uma festa, há no mercado algumas empresas que se profissionalizaram nesse sentido. E esse é o caso da Ideias Etc, da jornalista Simone Mousse, mãe de Bernardo, Rodrigo, Guilherme, com 5, 3 e 2 anos. Simone conta que festas do pijama viraram uma febre de uns tempos para cá. Ela lembra uma questão importante e que, talvez por isso, as festas do pijama nunca tenham “saído de moda”. “Acho que é porque as crianças se sentem orgulhosas com esta autonomia de dormir ‘sozinhas’ fora de casa. De maneira geral, acho que se sentem importantes e especiais por ganharem este voto de confiança dos pais. É como se eles dissessem: “ Você já é crescida e responsável, pode ir!”. É uma grande aventura! ”, comenta.
Outro fator que pode explicar o sucesso desse tipo de comemoração entre os pequenos é o resgate da simplicidade, com comemorações mais simples, com bolo caseiro, enfeites feitos à mão, brincadeiras ao ar livre. Menos luzes piscantes, menos som alto. “É tão legal ver crianças correndo, com bochechas vermelhas e cabelo despenteado pelo vento, não é? É isso que eu busco nas minhas festas. O menos é sempre mais.”, exemplifica Simone.
Simone conta que todos sempre curtem muito. Ela monta cabaninhas de tecido para que as crianças durmam ali dentro. Por isso, é preciso ter um certo espaço. “Em geral, consigo montar umas seis cabanas nas salas dos aniversariantes. Em cada uma dormem duas crianças, então, a média é de 12 convidados. Mas podem ser mais. Já fiz uma festa para 28 crianças. Em minhas experiências, foram todas festas de um dia para o outro. As crianças chegam, brincam, jantam ou lancham e dormem. Os pais buscam no dia seguinte de manhã e geralmente ninguém quer ir embora”., exemplifica. E um dado curioso: embora seja normalmente um evento pedido por meninas, os meninos estão cada vez mais entrando nesta onda também. Para eles, Simone monta barraquinhas em cores mais escuras, muitas vezes com tecido camuflado, para se sentirem em um acampamento.
Sobre a organização das festas, vai depender de cada família. “Já fiz festas do pijama em que a mãe quis uma equipe de recreação que dormiu lá na sala com as crianças, ou seja, literalmente brincaram até dormir. Em outras as crianças, já maiores um pouco, se viravam sozinhas, brincavam com jogos, videogames ou no play, e depois subiam para dormir. Quanto a alimentação, nas minhas festas nunca há padrão. Tudo é sempre exclusivo e diferente, de acordo com cada família cliente. Pode ser um lanche mais reforçado antes de cantar o parabéns; ou um jantar com cardápio de massa com molho à bolonhesa, por exemplo. Já fiz com rodízio de crepe e com comidinhas tipo piquenique. Varia muito!”, complementa.
Vale lembrar que, para as crianças, o importante é estar com os amigos, ter comidinhas gostosas e se divertir muito. E como diz a Simone, “É muito fácil fazer uma criança feliz. Quando os pais entenderem que não é necessário uma festa de arromba e presentes caros para arrancar um sorriso. Muitas vezes os filhos gostam muito mais do papel do embrulho do que do brinquedo. O que eu sempre digo para as minhas clientes é como eu acho importante festejar a vida, principalmente a das crianças. Sou a favor de festa sempre. E não falo de festa grande e cara, não. Criança não precisa de nada ostensivo para ser feliz. Pede para uma avó fazer o bolo, para uma tia enrolar os brigadeiros, vamos fazer uma decoração simples, clean e caseira, chamar meia dúzia de amiguinhos e a festa está pronta! Tenho certeza de que ela ficará marcada na memória do seu filho. Ou vai me dizer que você não se lembra das festinhas pequenas e divertidas da sua infância?”, finaliza. E temos que concordar com a Simone: sim, ainda estão entre as melhores lembranças da nossa infância, não é mesmo?!
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Slumber Party – slumberpar
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