Ele sacia a fome e impulsiona uma vida saudável. O aleitamento materno promove uma série de benefícios para a mãe e para o recém-nascido, com aspectos importantes que podem ser duradouros e perdurarem por toda a vida. O agosto dourado é o mês de conscientizar sobre a importância do leite materno nos primeiros meses de vida do bebê. A primeira semana do mês é marcada pela Semana Mundial da Amamentação, com a proposta de que todos os dias do período sejam dedicados a incentivar e estimular a amamentação.
Não existe alimento mais completo do que o leite materno. Quanto mais tempo o bebê amamentar no peito, melhor para ele e para a mãe, conforme diz a enfermeira da Perinatal, Graziela Abdalla. “Ele recebe anticorpos, todas as substâncias necessárias para hidratação e nutrição, e ainda trabalha a musculatura oral, facilitando o seu desenvolvimento”. A Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda a amamentação até os dois anos ou mais, e pede para que nos seis primeiros meses de vida, a criança receba somente o leite materno, sem a necessidade de complementação.
A importância do leite para o bebê, se deve a vários fatores bioativos. Até os dois anos vai contribuir para a formação do sistema imunológico, entre outros benefícios. Beneficia também a formação da arcada dentária, além de ser um leite de fácil digestão, que não sobrecarrega nem os rins nem o intestino da criança, tornando a alimentação do bebê de excelência e saudável. Para a enfermeira, o leite materno é a primeira vacina que os bebês recebem. “É através do leite materno que são transmitidos todos os anticorpos que o bebê precisa no momento. É a melhor proteção que o recém-nascido pode ter”, afirma.
Benefícios para a mãe
Mulheres que amamentam tem menor ocorrência de osteoporose, câncer de útero e câncer de mama. Nesse último caso, os resultados são expressivos. Estudos sugerem que o aleitamento materno pode ser responsável por 2/3 da redução estimada no câncer de mama. Além disso a amamentação proporciona a involução uterina, quando acontece a diminuição do tamanho do útero, diminuindo o risco de hemorragia pós-parto. Também ajuda a perder peso, tendo em vista que o corpo perde em média 800 calorias na produção de um litro de leite.
Mais do que saúde física, a amamentação está também ligada a saúde mental. A amamentação reduz o tempo de resposta ao estresse. Também ajuda a mãe a dormir mais e melhor após o parto. Para Grazi, como a enfermeira é conhecida nos corredores da Maternidade Perinatal, amamentar aumenta o vínculo com o bebê, além de criar um laço afetivo. “Durante a amamentação, faz nascer o amor, que na minha opinião, é o que tem de mais brilhante em todo esse processo”, afirma.
Brasil é referência em amamentação
O aleitamento materno no Brasil, é responsável por expressivos números no combate a mortalidade infantil. Segundo dados do Ministério da Saúde, morte em crianças menores de cinco anos caiu 80%, passando de 66 para 12,9 para cada mil nascidos vivos entre 1990 e 2014. No Brasil, 41% das mães já mantêm a amamentação exclusiva até os primeiros seis meses de vida do bebê, dobro das taxas registradas nos Estados Unidos, Reino Unido e China. Segundo a Unicef, apenas 43% dos bebês no mundo com menos de 6 meses de idade são amamentados exclusivamente através do leite materno.
“O aleitamento é a forma barata e eficaz de diminuir a mortalidade infantil”, sintetiza Graziela Abdalla. Além de fazer bem para a saúde da criança e da mulher, amamentar é a forma mais econômica e ecológica de alimentar uma criança. Para fabricação dos leites em pó ou longa vida é necessário o uso de energia, assim como materiais para embalagem, combustível para a distribuição e de água, além de produtos de limpeza tóxicos para o preparo diário. A campanha para aleitamento materno combate a falta de informação, que somados à falta de apoio da família e retorno precoce ao trabalho, fazem muitas mulheres desistirem da amamentação.
Doar leite materno salva vidas
O leite materno é de suma importância para bebês que estão internados e não podem ser amamentados pela própria mãe. Todos os anos aproximadamente 150 mil litros de leite materno humano são coletados, processados e distribuídos aos recém-nascidos de baixo peso que estão internados em unidades neonatais de todo o Brasil. O Brasil possui a maior e mais complexa Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH) do mundo, segundo a OMS. Um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Qualquer quantidade de leite materno doado é importante.
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Para doar, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. Para doação, basta procurar um Banco de Leite Humano mais próximo ou ligar para o Disque Saúde, no número 136. O Banco de Leite Humano referência para o estado do Rio de Janeiro é no Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), no Flamengo. O contato é através dos telefones 0800-0268877 e 21-2554-1703. Ou através do e-mail blhiff@iff.fiocruz.br. O ato solidário de doar leite materno humano significa vida para uma criança.
Informações: Assessoria de Imprensa