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Risco do Coronavírus para grávidas: o que se sabe até agora sobre os riscos do novo Coronavírus para a gravidez

Com cada vez mais casos confirmados no Brasil do novo Coronavírus, uma pandemia que ainda não conta com uma vacina, o assunto começa a assustar gestantes de todo o país.

Afinal, quais são os riscos para gestantes no caso do Covid-19?

As gestantes são imunodeprimidas devido à própria condição da gravidez. Esse é um período em que o organismo da mulher fica propenso a adquirir doenças virais e bacterianas com mais facilidade e ele não consegue combatê-las adequadamente.

Por isso, as gestantes estão sempre no chamado grupo de risco de qualquer doença. No caso do Coronavírus, essa regra permanece. Como as mulheres grávidas não podem ser tratadas com qualquer medicamento, é mais difícil cuidar de algumas doenças sem causar mal ao bebê.

Ainda que não exista nenhuma pesquisa científica sobre a vulnerabilidade de mulheres grávidas ao vírus, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, o melhor conselho é evitar ao máximo ser contaminada. 

A mãe pode transmitir coronavírus para o bebê?

Essa ainda é uma pergunta sem resposta. No começo de fevereiro, um bebê de Wuhan, na China, foi diagnosticado com o novo coronavírus 30 horas após o nascimento. A mãe era um caso confirmado da infecção.

A infecção poderia ter sido passada de mãe para filho durante a gravidez, parto ou imediatamente após o parto, mas outros casos de mães infectadas com filhos saudáveis também foram relatados. Então, esse ainda é um mistério.

Qual a orientação no Brasil?

A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) divulgou orientações em relação aos cuidados pré-natal e obstétrico com as gestantes no Brasi em tempos de coronavírus. 

Até agora, os protocolos seguem os mesmos de infecções causadas por outros vírus, como o H1N1.

Prevenção

Os cuidados para o atendimento pré-natal de gestantes sem risco epidemiológico ou clínico serão usuais. A Febrasgo indica:

Evitar:

  • aglomerações; 
  • contato com pessoas febris;
  • contato com pessoas apresentando manifestações de infecção respiratória,
  • contato das mãos com boca, nariz ou olhos.

Fazer:

  • Higienização constante das mãos;

Cuidados para “casos suspeitos”

É ideal que a paciente grávida com suspeita de infecção pelo Covid-19 use máscara de proteção. Para evitar o risco de contaminação nos hospitais, os profissionais de saúde também devem usar máscara, além de luvas, óculos e avental.

Amamentação e malformações

Ainda não existe nenhuma informação sobre o potencial do vírus em causar malformações no feto ou no bebê. Por isso, segundo a Febrasgo, a amamentação deve ser mantida para puérperas infectadas – fazendo o uso de máscara e higienização das mãos.

Parto para gestantes infectadas

Como não há detalhes por enquanto, o indicado é realizar o parto o que for melhor para mãe e bebê. 

Em casos anteriores de mães infectadas pelo H1N1, CoV-SARS ou CoV-MERS, mulheres sem restrição respiratória e elevada taxa de oxigenação puderam ter partos normais. Já nas que apresentaram restrição respiratória, a interrupção da gravidez por cesárea foi a melhor opção.

Nada de automedicação

É importante ainda evitar tentar se proteger com automedicação, nem que sejam apenas suplementos vitamínicos. A gestante só pode consumir medicamentos orientados por seu médico porque, como já falamos antes, mulheres nessas condições não devem tomar qualquer remédio para evitar riscos ao bebê.

Para as grávidas, vale a regra: em casos de suspeita de qualquer doença ou contaminação, procure um serviço de saúde imediatamente. 

Para escutar: o podcast 40 Semanas, da Folha de S. Paulo, ouviu Rosana Richtmann, umas das autoridades quando o assunto é infectologia sobre o assunto Coronavírus x Grávidas. Ela trabalha no Emilio Ribas, instituto referência em infecções no Brasil, e no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

De acordo com a especialista, mesmo que ainda não se saiba o que de fato o Coronavírus causa em gestantes e recém-nascidos, o que a medicina pode fazer agora é uma comparação com outros vírus desse tipo, que comprovadamente já  causaram:

  • Abortamento espontâneo no início da gestação
  • Trabalho de parto prematuro a partir do 3° trimestre

O que fazer se a grávida tem uma viagem para a Europa ou áreas sob risco?

A especialista não aconselha esse deslocamento, a não ser que ele seja estritamente necessário.

Limpeza

Além dos já citados hábitos preventivos, como a higienização das mãos, evitar tocar nariz, boca ou olhos, não frequentar aglomerações e manter distância de pessoas tossindo, a infectologista ressalta ainda a importância de manter o ambiente em que a grávida está devidamente higienizado.

Informações: Assessoria de Imprensa

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Priscila Correia

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