Quando as crianças saem, os adultos sempre se preocupam com o bem-estar delas, se elas entrarão em contato com pessoas doentes, se tocarão superfícies contaminadas ou se comerão sem lavar as mãos. Mas agora, durante o isolamento social, não é preciso se preocupar, pois já que as crianças não têm contato com o mundo externo, não irão adoecer, certo? Errado.
De acordo com a alergista pediatra Pilar Blanco, membro da plataforma Doctoralia, também há perigos dentro de casa. “Grande parte das doenças infecciosas, tanto virais, quanto bacterianas, são transmitidas quando as crianças estão fora de casa, em lugares aglomerados, como creche, escola, festas de aniversário e shoppings. Mas, apesar do isolamento social, muitas crianças têm apresentado quadros de tosse persistente, espirros, coriza constante, coceira nos olhos e nariz e problemas de pele dentro de casa. Esses são os sintomas comuns de alérgenos internos que os pais devem ficar atentos quanto a sua persistência, pois podem não ser infecciosos, e sim, alérgicos”, explica.
E por que isso tem acontecido? Alguns fatores têm contribuído para o aumento da incidência das doenças alérgicas durante a pandemia, tais como:
Estação do ano:
No Brasil, o período de isolamento se estendeu até outubro e, provavelmente, será mantido no inverno. “Naturalmente, durante essas estações do ano, há aumento dos quadros alérgicos na população. Isso ocorre, principalmente, pelo clima seco, oscilações bruscas de temperatura e pelo aumento da concentração de alérgenos e poluentes no ar”, esclarece Pilar.
Mudança de rotina:
Associado ao fator climático, as famílias têm permanecido o tempo todo dentro de casa. Várias pessoas ao mesmo tempo, compartilhando o mesmo ambiente, que muitas vezes não é muito espaçoso. “Como estamos todos dentro de casa, devemos redobrar nossa atenção com o ar que respiramos, muitas vezes preso ou impuro devido ao filtro poluído do ar condicionado, favorecendo a proliferação de ácaros e de outros microrganismos”, ressalta a especialista da Doctoralia.
Mudança de hábitos:
Além da rotina, os hábitos também estão mudando. Com o isolamento social, pacientes alérgicos estão em maior contato com ácaros, fungos e poeira que acumulam nas casas, em especial, nas superfícies de móveis, livros, brinquedos, mantas, tapetes, colchão e travesseiro. Para a médica, além do acúmulo desses alérgenos, a presença de animais domésticos pode ser um fator agravante. “Eles também estão ficando mais dentro de casa, por isso, mais estressados e soltando mais pelos, além de irem menos vezes aos petshops para tomarem banho e realizarem a tosa, aumentando a concentração dos alérgenos que esses animais eliminam no ambiente”, conta.
Como prevenir?
Ainda segundo a especialista, as principais medidas para uma higienização adequada são:
• Limpeza da casa com pano úmido todos os dias, iniciando pelos móveis e posteriormente o chão. Caso queira usar aspiradores de pó, eles devem seguir algumas exigências, como possuir filtro de água ou filtro chamado HEPA (filtros capazes de reter os alérgenos, os quais são muito pequenos);
• Utilização de capas antialérgicas em colchões e travesseiros;
• Lavar cortinas, tapetes, almofadas e mantas a cada 15 dias;
• Guardar brinquedos e livros em caixas plásticas organizadoras vedadas;
• Trocar a roupa de cama toda semana;
• Manter portas e janelas abertas para a ventilação do ambiente e evitar o acúmulo de mofo nos cômodos.
“Apesar da correria e do acúmulo de funções sobre os pais que a pandemia trouxe, nesse momento, o mais importante é nos atentarmos aos cuidados necessários para realizar um controle ambiental da casa efetivo, prevenindo, assim, o aparecimento ou a exacerbação de doenças alérgicas”, finaliza a alergista pediatra Pilar Blanco, membro da Doctoralia.
Informações: Assessoria de Imprensa.