O inverno aumenta os casos de doenças respiratórias em crianças. No entanto, com o isolamento social, houve a diminuição de contágio de muitas delas. O vírus que mais ganha destaque no momento é o Sars-CoV-2, causador da Covid- 19, de acordo com o infectologista da Maternidade Brasília Felipe Freitas. “Tem se notado muito o coronavírus de forma leve, que ocasiona quadros gripais, nas crianças porque parece que esse vírus dominou a circulação viral. As medidas de isolamento, como, por exemplo, não ter escola, e os protocolos de higienização reduziram a transmissão dos outros vírus, principalmente de influenza”, explica o especialista.
Estudos comprovam que as doenças respiratórias são as mais frequentes na infância. Aproximadamente 150 milhões de novos casos de pneumonia ocorrem a cada ano. Entre 11 a 20 milhões de crianças necessitam de hospitalização e 2 milhões morrem. No Brasil, as doenças respiratórias, em especial a pneumonia, são responsáveis pela principal causa de morte entre crianças de 1 a 4 anos, contabilizando 22,3% de todas as mortes nesta faixa etária. A frequência de casos de pneumonia costuma resultar em uma alta taxa de de hospitalização, já que 30 a 50% das crianças que procuram atendimento médico de emergência ou básico apresentam sintomas respiratórios.
As doenças respiratórias começam no outono (março) e atingem o pico em julho, agosto, período que caracteriza o inverno e a seca. Felipe Freitas explica a maior quantidade de casos durante este tempo: “90% dos quadros são causados pelos vírus rinovírus, parainfluenza, adenovírus, sincicial respiratório (que o público não conhece tanto). Nessa pandemia, a Covid causa bronquiolite, quadro de pneumonia viral que causa óbito e muita internação em crianças. O vírus influenza não leva a casos tão graves, exceto em gestantes e idosos, mas também acomete crianças nesse período”, afirmou o especialista.
Apesar da Covid-19 ser a doença respiratória em destaque, os sintomas em crianças são mais leves. Além disso, o infectologista recomenda os cuidados necessários para a prevenção das doenças. “O novo coronavírus em crianças é menos grave do que em adultos. A Covid tem passado como quadro respiratório leve comparado a outros tipos de vírus em anos anteriores. Independentemente dos cuidados respiratórios que valem para a Covid, como a higienização (que uma criança muito pequena não consegue seguir), os pais e cuidadores têm que ficar de olho nos sintomas respiratórios e tirar a criança do convívio”, destacou o médico, que ainda lembra da importância de vacinas e os cuidados nos hospitais. “É muito importante que as crianças mantenham a caderneta de vacinação em dia. Nem todos esses vírus têm vacinas, mas a vacina da influenza, que está indicada para as crianças, já diminui a circulação de alguns desses vírus e de doenças bacterianas que são de transmissões respiratórias. Os protocolos de segurança nos hospitais diminuem a transmissão. É realizada a identificação precoce no pronto socorro, com área especifica para receber esses pacientes, garantindo menor risco para todos”, concluiu o especialista.
Informações: Assessoria de Imprensa.