A campanha de vacinação de combate à Covid-19 está em andamento por todo o Brasil, dividida por fases, segundo graus de prioridades. Até o final de Janeiro, duas entidades médicas se posicionaram sobre a imunização no caso das grávidas.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) publicou um posicionamento em seu site, onde recomenda que a segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas em gestantes e lactantes, porém estudos em animais não mostram risco de malformações. A instituição ainda destaca que as vacinas não são de vírus vivos e têm tecnologia conhecida e usada em outras vacinas que já fazem parte do calendário das gestantes como as vacinas do tétano, coqueluche e influenza.
Ainda segundo a Febrasgo, será preciso avaliar cada caso: as gestantes e lactantes que pertencem ao grupo de risco, a vacinação poderá ser realizada após avaliação dos riscos e benefícios, em decisão compartilhada entre mulher e médico prescritor.
Já a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou documentos científicos em que esclarece e orienta a importância da imunização contra Covid-19. No documento, a instituição ressalta que “puérperas e lactantes pertencentes aos grupos prioritários devem ser vacinadas normalmente com qualquer uma das vacinas”.
A seguir, Maria Cecília Erthal, diretora-médica do Vida – Centro de Fertilidade e especialista em reprodução humana assistida, esclarece algumas dúvidas sobre o tema.
1 – Qual tem sido o posicionamento das entidades médicas e dos médicos ao orientar suas pacientes grávidas em relação às vacinas para a Covid-19?
Com a autorização do uso da vacina para Covid-19, pela Anvisa, claro que veio a preocupação do uso desta vacina nas gestantes e lactantes. As sociedades médicas já pararam para discutir o assunto, principalmente a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia, dos riscos e benefícios do uso da vacina na gestação.
Sabemos que é uma vacina que não é feita com o vírus vivo, isso, em princípio, poderia fazer parte do calendário de vacinação das gestantes, como a vacina antitetânica e para coqueluche, porque significaria segurança, porém, os estudos não comprovaram essa segurança, Com isso ainda não nos sentimos confortáveis para indicar o uso da vacina na gestação.
2 – E os casos de grávidas que pertencem a grupos de risco como diabéticas, obesas e hipertensas? Qual a orientação?
Existem os casos que devem ser discutidos, muitas vezes o risco daquela gestante, que já tem um outro fator que realmente traga um risco aumentado para infecção pelo coronavírus, como a hipertensão ou o diabetes, isso irá fazer com que o médico, junto com a paciente decidam pelo uso da vacina.
O que se faz hoje em dia é a decisão caso a caso, de acordo com os riscos que a infecção pode causar para aquela gestante, versus o risco que a vacina pode causar.
Informações: Assessoria de Imprensa.