A prática da equoterapia auxilia, física e psicologicamente, pessoas com ou sem deficiência. No entanto, o que pouco se divulga é o alcance dos benefícios também para as famílias dos praticantes. A Associação de Equoterapia Vassoural – AEV, em Pontal/SP. desenvolve um trabalho focado justamente nesse objetivo: as famílias, chamado “Cuidar de quem cuida”.
“A Equoterapia é um método que não somente reabilita, mas, também, habilita, educa e socializa o praticante com sua família e a comunidade aonde está inserido”, comenta Elaine C. S. Leite, fisioterapeuta e vice-presidente da AEV. Ela explica que o acolhimento estendido que as profissionais da entidade realizam com os familiares dos praticantes tem como objetivos: preservar os vínculos afetivos entre eles e seus familiares, auxiliando com a proteção da saúde mental, proporcionando um convívio mais harmonioso e a inserção de todos na sociedade. “Durante o período que o praticante frequentar a equoterapia, serão realizados atendimentos em grupos ou individuais com seus responsáveis, orientando às famílias do conhecimento adequado de seus direitos e deveres e auxiliando-os nos cuidados com os praticantes”, complementa Elaine.
“Não há rejeição: há acolhimento e carinho”
A mãe Luana, que acompanha dois filhos nas atividades da Equoterapia, o D. com 12 anos e a G. com 19 anos, se emociona ao relatar a mudança no comportamento de seus filhos, principalmente no menor, com autismo. “Ele era muito nervoso, quebrava móveis da casa, tinha medo de animais e não era carinhoso. Hoje ele me beija, me abraça, faz carinho nos cavalos e apresentou uma melhora na comunicação comigo, pois não fala”, relata a mãe, que recebe acompanhamento da equipe de profissionais da AEV enquanto seus filhos participam das atividades equoterápicas. “Estou enfrentando diversos problemas, inclusive de saúde. E a equipe da AEV me encoraja e me fortalece a me manter firme na minha luta mesmo com tantas dificuldades. Me sinto muito acolhida e minha vida é outra desde que começamos frequentar as atividades”, ela conta.
Outro familiar de praticante é a Dudy, que leva seus dois filhos semanalmente à AEV: E. com 7 anos, com Síndrome de Down e F. com 16 anos, com Autismo e Hiperatividade. “Os estímulos que eles recebem são muito importantes, o menor fica calmo com um comportamento mais atento e obediente. O F. apresentava comportamentos de tics e TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo e isso agravou-se na pandemia, com a pausa nas atividades. Retornando às atividades, melhorou muito”. A mãe complementa com a informação de um fato muito delicado, porém, real: a exclusão social. “Meus filhos não recebem convites de amigos e familiares para sair para um lanche pois apresentam essas condições especiais. As atividades na AEV auxiliam na sociabilização deles, pois lá não tem rejeição: tem carinho e é o lugar aonde eles passeiam, somos acolhidos e nos sentimos amados!”
A AEV foi fundada em 2010 e, desde o início, já realizou mais de 19 mil atendimentos a praticantes de 5 cidades do interior paulista: Pontal, Ribeirão Preto, Sertãozinho, Pitangueiras e Morro Agudo. A associação é uma OSC (Organização Sociedade Civil) que se sustenta por meio de doações e parcerias e sem fins lucrativos. Podem participar do projeto crianças a partir de três anos, adolescentes, jovens e idosos que possuam algum tipo de deficiência.
Informações: Assessoria de Imprensa.