Aventuras Maternas

Mais que especial

bb e Renata
O período da gravidez é um momento mágico para toda mulher. Planejada ou não, a gestação muda tudo, desde a relação com as pessoas ao redor até a maneira de enxergar o mundo. Mas o sonho encantado de ter um filho que, com o tempo, vai andar com as próprias pernas, pode se transformar em preocupação, ainda que momentânea, quando chega a notícia que ele será especial.
Muitos, obviamente, vão dizer que a rotina será apenas adequada, que nada vai ser diferente do previsto. Entretanto, apenas o tempo e o grau do que o pequeno terá é que vão dizer exatamente o quão a rotina e os planos serão revistos. Mas o mais importante é saber que tudo, absolutamente tudo, que se espera da maternidade será vivido, ou seja, uma mudança hormonal absurda que fará você dar valor ao que realmente é importante, o prazer de ter um ser tão pequeno em suas mãos e o amor incondicional que terá pelo seu filho.

Mas as dificuldades também farão parte da vida, especialmente para quem é pego de surpresa sobre o nascimento do filho. Esse foi o caso da psicóloga Renata Dourado, 41 anos, mãe de Gabriel, que nasceu com a Síndrome de Down e tem hoje dois anos e meio. Durante a gestação, nada foi dito. Exames feitos com prazos corretos, mas nenhum sinal que Gabriel – ou Biel, para os íntimos – pudesse ser especial. Ela conta que descobriu que ele era especial depois do nascimento e que o contato com outras mães e a pediatra foram fundamentais para saber enfrentar o momento. “Nos primeiros meses, tive que fazer uma busca de entendimento, do que fazer e controlar a preocupação com futuro. Foi uma loucura, cada dia em um médico diferente e 100% do meu tempo dedicada a ele. Esqueci de mim, pois precisava entender e aprender a cuidar dele da melhor forma, para que pudesse estar perto da chamada `normalidade’”’, explica.

Renata fala que a infância de Biel está sendo exatamente como ela imaginou, porém, como o organismo de crianças com alguma síndrome são mais frágeis, a escola ficou para um pouco mais tarde, já que é bastante comum crianças passarem doenças umas para as outras nesses locais. “Ele entrou ano passado e começou a ter muitos probleminhas de saúde. A pediatra, então, pediu para eu esperar um pouco mais. Agora ele voltou e está se adaptando, o que tem sido incrível e muito gratificante”, comenta.

É importante lembrar que o medo do futuro é comum para toda mãe, seja ela de um, dois ou 10 filhos. Obviamente, quando um pequeno tem algum tipo de limitação, essa preocupação aumenta, mas, com o tempo e o devido conhecimento, é possível pensar no dia seguinte de forma mais clara, ainda que com algumas limitações, dependendo da síndrome da criança.

Sobre a realização com a maternidade, Renata suspira e diz: “Meu filho é uma alegria só. Com ele aprendo a dar valor as pequenas coisas e a ser feliz com pouco. Tê-lo na minha vida, acordar e dormir com ele sorrindo, olhando dentro dos meus olhos e dizendo com esse olhar o quanto me ama, pq sua expressão não será nesse momento em palavras, mas, sim, em gestos, é a melhor coisa do mundo. Se tivesse que dizer algo para uma mãe que terá filhos especiais ou já tem, eu diria que somos especiais e diferenciadas pela força, dedicação, parceria, amor etc, pois apenas pessoas especiais podem cuidar de crianças especiais. Fui escolhida e hoje entendo que foi um presente. Não é fácil e nunca será, mas não é impossível”, finaliza.

                     

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Priscila Correia

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  • Que lindas as palavras dessa mãe, crianças especiais ou não, acredito que as mães quando amam seus filhos com eles conseguem superar qualquer barreira que possa aparecer, muito legal ler isso logo pela manhã 🙂 seu blog é ótimo! um abç

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