Aventuras Maternas

Tá na hora do banho!

comodarbanho1A hora do banho pode ser uma diversão ou um pesadelo. Isso depende do dia, da personalidade e de como cada criança encara essa rotina e a forma de abordagem. Sempre encarei o banho como diversão. Mais do que um ato de higiene, apresentei meu filho uma maneira lúdica e que, hoje, ele associa como sinônimo de brincadeira.

Ele começou a tomar banho no chuveiro desde bem cedo. Não lembro se por incentivo nosso ou pura curiosidade dele. Aos poucos, quando ele foi ficando mais independente, deixei ele a vontade no chuveiro, sentado com seus brinquedos e baldinho. Ele gostava tanto que não queria sair! Era um choro só.

Agora, já um pouco maior, com 2 anos, tenho tido alguns problemas para fazê-lo entrar no banho. Apesar de não gostar de ficar sujo, ele tem uma personalidade digna dos grandes Reis. E quando cisma que não vai é um parto! Aí começa o meu repertório de estratégias de convencimento. Começo pelo básico: falar que vai ficar sujo, falar do Cascão etc . Depois passo a falar mais sério e tiro os brinquedos dele. E quando isso (e outras coisas) não dão certo, entro no chuveiro com ele no colo. Lá ainda tento uma brincadeiras, distraio e aí vai.  Ah! Vale comprar sabonete e xampu de seus personagens favoritos! Pode até não ser o mais indicado, mas há dias em que apenas conversar e tentar o convencimento não são o suficiente.

Também tem a questão de lavar a cabeça, xampu no olho etc. Eu resolvi mostrando mil vezes a propaganda do xampu Jonhson, onde as crianças cantavam aquela música: “Cabeçaaaa, ta na hora de lavar, bumbumbum, gostoso…..” Batata!!! Mas temos que cantar a música toda, várias vezes. Hoje, ele praticamente, toma banho sozinho.

É aquela famosa guerra de braço que nossos filhos travam conosco todos os dias. Por volta de 3 a 4 anos é que isso piora. Seja na hora do banho, comer ou dormir. Por isso paciência, criatividade e resistência são as palavras-chave que toda mãe deve ter dentro de si.

O outro lado da história

Existem aquelas crianças que já nascem ou adquirem a mania de limpeza. Algumas em excesso. Mas cuidado! Ser higiênico e gostar de ficar limpinho é uma coisa. Ficar obcecado por limpeza e fazer escândalo quando uma gota de suco cai na camisa já é preocupante.

De acordo com o psiquiatra Fábio Barbirato, os pais funcionam como co-terapeutas. São eles, normalmente, que notam o aparecimento dos primeiros sintomas de uma obsessão, por exemplo. “O mais importante é que eles ajam rápido na busca por tratamento”, explica o psiquiatra, que aponta o preconceito como um fator complicador.

Segundo pesquisas norte-americanas, as pessoas demoram, em média, 17 anos após o aparecimento dos primeiros sintomas para procurarem ajuda.

O psiquiatra explica ainda que broncas não são solução para o problema. “É como uma paixão. Não adianta os amigos falarem que a pessoa pela qual você está apaixonado não vale a pena: você não vai simplesmente esquecer”, diz ele. 

A psicanalista Cristina Hoyer explica que não são só os pais muito rígidos que têm uma postura equivocada. Para ela, pais permissivos podem contribuir para reforçar os sintomas. 

“Os pais podem agir com firmeza e discernimento em alguns casos. Vamos supor que uma criança comece a insistir em só usar determinado chinelo. Mesmo para uma festa ela quer usar o chinelo. Logo nas primeiras vezes do aparecimento dessa mania, o pai deve explicar que não pode e deve colocar o calçado apropriado. Agora, se deixar passar, o hábito vai se desenvolver”, explica a psicanalista.

Meu filho é obsessivo?

Considera-se que as crianças têm um transtorno, quando essas manias, obsessões e compulsões ocupam tanto o tempo durante o dia, que lhes atrapalham o funcionamento normal, e interrompem de modo significativo suas atividades cotidianas.

Quando as crianças não podem fazê-las, sofrem uma ansiedade desmedida, que elas manifestarão em choros, gritos, puxões de cabelo, conduta agressiva consigo mesmas ou com as demais, etc.

No transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) nas crianças, predominam os comportamentos compulsivos diante dos pensamentos obsessivos. 

As condutas obsessivas mais frequentes nas crianças são:

– Lavar-se com muita frequência;

– Receio ou preocupação em pegar uma doença;

– As condutas repetitivas para deitar-se ou vestir-se;

– Na hora de dormir pedem aos pais que contem sempre as mesmas histórias e contos, de forma insistente;

As crianças no colégio podem desenvolver rituais em grupo quando aprendem a brincar, a praticar esportes em equipe. As crianças maiores e os adolescentes começam a colecionar objetos e a desenvolver atividades favoritas. São sintomas transitórios associados ao desenvolvimento, à auto-afirmação e á constituição como indivíduo.

Veja algumas dicas para ser mais feliz no banho:

Dê o exemplo

A maior parte das coisas que as crianças aprendem é a partir do exemplo. Tomar banho com o seu filho pode ser uma maneira de demonstrar como é bom, como faz bem e o quanto é importante e agradável estar sempre limpinho e cheiroso. Essa atitude ajudará a influenciar a criança, mais do que qualquer outro argumento.

Afaste os medos

A resistência das crianças quanto ao banho pode estar vinculada ao medo da água, neste caso, é fundamental evitar que ela escorregue na banheira e que coloque a cabeça debaixo da água de uma vez. Quando for fazer a transição da banheira para o chuveiro, comece pela ducha do chuveirinho, que costuma ter jatos menos intensos.

Convide os personagens preferidos

Nenhuma criança gosta de interromper uma brincadeira para fazer uma obrigação, mas quando o banho se torna uma outra brincadeira tão divertida quanto qualquer outra, as coisas mudam de figura. Separe os brinquedos que ele gosta e que podem ser molhados para ajudar a distrair a criança enquanto você lava ele.

Brincadeiras com espuma

Brincar com a espuma também pode virar uma grande festa. Além de distrair a criança, estimula a imaginação. Escolha sabonetes e xampus específicos para criança, para evitar que a espuma caia nos olhos e cause irritação, o que criaria um novo trauma.

Desenhos no Box

O vapor do banho deixa o vidro do box embaçado, o que se transforma em um verdadeiro quadro para a criança escrever letras, números e se divertir fazendo vários desenhos e deixando a imaginação solta.

Cantar no chuveiro

O banho é um momento de relaxamento, por isso, muitos adultos têm o hábito de cantar no banho. Para as crianças, além de relaxante, esse hábito pode ser divertido. E você pode cantar com ele sua música preferida, enquanto ele se distrai com a letra, você aproveita e deixa ele limpinho.

Escolha o horário adequado

A hora do banho também deve ser levada em consideração. Escolher o mesmo horário para criar uma rotina é fundamental para incorporar o banho como um hábito, mas seja sensata e não exija que a criança tome banho na hora de seu desenho preferido, por exemplo.

Explique a importância do banho

Todo adulto sabe a importância do banho para a higiene, para a saúde e até para o convívio social. Entretanto, para uma criança, principalmente para as pequenas, não é muito fácil assimilar tais fatores. Mesmo assim eles devem ser incorporados pelas crianças desde cedo.

Não perca a paciência

A criança pode chorar, espernear, sair correndo, fingir que não está ouvindo quando a mãe diz que é hora do banho e qualquer dessas atitudes podem tirar a mãe do sério, mas por mais difícil que pareça, evite perder a cabeça. Antes de tomar qualquer atitude enérgica, respire fundo e contorne a situação.

Para que toda essa diversão venha acompanhada de segurança, lembre-se que em hipótese alguma a criança deve ficar sozinha no banheiro, que costuma ser um ambiente escorregadio, quando molhado. Qualquer minuto de distração pode ser suficiente para um escorregão e até para afogamentos. Deixe o banheiro sempre seguro, com tapetes antiderrapantes e não descuide um minuto sequer do seu pequeno.

                        

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Priscila Correia

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