Li no facebook da Revista Crescer que pesquisadores afirmam que o horário da manhã é o período mais estressante para pais e mães. Eles descobriram que o pico do estresse acontece sempre pela manhã, especialmente às 8h15, horário em que geralmente os pais estão indo ou voltando do trajeto da escola dos filhos. O estudo ainda mostrou que, após o pico de cortisol – o hormônio do estresse, que aumenta por volta das 7h30 da manhã – na corrente sanguínea, o organismo sente as consequências disso por 2h30. Nesse tempo, seu coração fica mais acelerado.
Pois bem, a matéria aborda que o estresse se dá por conta do corre corre para fazer tudo antes que o dia comece (Acordar e trocar as crianças, fazer o café da manhã, checar o material escolar, tomar um banho, se trocar, levar todo mundo para a escola e finalmente ir para o trabalho).
Na minha opinião o estresse vai muito além disso. Supomos que você tenha uma boa noite de sono (o que é raro no meu caso e no da Pri, que nos vemos às voltas com noites mal dormindas em função de filhos doentes ou de problemas no trabalho que nos assombram às 22h ou às 7h). Mas vamos pensar que a noite foi boa, pensamento positivo é tudo! Além de todos os afazeres já citados, você tem que lidar com a birra d i á r i a do filho que não quer ir pra escola – ele grita, chora, tira a roupa, sai correndo pelado pela casa…
Quando você finalmente consegue sair de casa, ele vai chorando o caminho todo, pára, pede colo e o trajeto que levaria 15 minutos se transforma em 45 min. Quando você chega na escola já está exausta, e o dia nem começou. E vamos lá pro trânsito que consome mais de 1 hora e para a luta diária contra o tempo de fazer todas as funções propostas para aquele dia se realizarem antes de buscar o filho na escola.
Afinal, quando chega à noite, o filho quer brincar, você tem dar banho, fazer comida, arrumar as coisas pro dia seguinte, sem contar o dia que alguma coisa quebra, como o aquecedor de gás, e você tem que tomar banho de baldinho. Tudo o que resta é desmaiar na cama e ter a certeza que vai ser acordada no meio da noite pelo seu filho querendo fazer xixi ou te avisando que fez na cama.
Então, realmente, o estresse da manhã é ruim sim, mas a batalha que nós travamos diariamente – independente do horário – pode até matar.
Agora vamos ao ponto principal desse meu desabafo. Sabe esse ciclo vicioso? Você acaba não parando pra olhar pra si mesma. E quando percebe, um belo dia, deitada no sofá descobre um caroço no seio.
Sinceramente, nunca dei muita importância em fazer o autoexame, fiz mamoplastia muito nova, por isso minha mama era muito “desorganizada”, o que dificultou bastante minha amamentação. Enfim, eu estava sempre no ginecologista para ver se estava tudo ok. Por isso o meu susto quando senti um caroço enorme, que surgiu….do nada!
No dia seguinte já estava no consultório médico, ele me passou um ultrassom e uma mamografia. Fui até o laboratório de imagem para marcar e, para a minha surpresa, consegui fazer os dois exames no mesmo dia. E ainda ter o resultado!!! Tudo porque a médica que me atendeu ficou preocupada com o que viu e queria que eu levasse o resultado para o meu ginecologista no mesmo dia.
Foi aí que entrei em pânico. Detalhe, estava fazendo o exame com o Arthur junto, pois não deu tempo de deixá-lo na escola. Com as lágrimas escorrendo no meu rosto sem controle, liguei pra minha irmã e pedi que ficasse com ele pra mim. Voltei ao médico, que me indicou para uma mastologista. Chegando lá, ela me acalmou e falou que poderia ser um fibroadenoma, mas que pediria uma ressonância para garantir.
Só consegui marcar esse exame para os dois meses seguintes, abstrai e tentei levar uma vida menos estressada e corrida. Não deu muito certo… Enfim, chegou o dia do exame e, na semana seguinte, o resultado. Não entendi nada, só que eram dois nódulos de categoria 4, ou seja, com grandes chances de ser benigno. Mesmo assim, segundo a mastologista, terei que fazer duas biópsias dolorosas e operar.
Ai você passa por toda essa maratona, no meio do caminho resolve 365 milhões de problemas do trabalho e chega em casa com que ânimo? Ao mesmo tempo que paro pra pensar: “nossa, isso foi uma alerta para dar mais atenção pra minha família, aproveitar mais a vida etc”; também penso quão cansada estou, como tudo vai ser penoso e doloroso, e como vai ser a recuperação dessa cirurgia. Só de pensar, já cansei.
Sei que devemos pensar positivo, repensar as coisas, mas no momento só quero um tempo. Um tempo de tudo. Um tempo pra mim.
Moral da história: desacelerem antes que vocês estejam fraca demais pra isso; cuidem-se antes que vocês tenham que passar por essas coisas chatas de doenças e exames; dêem mais atenção pra suas famílias, antes que elas fiquem definitivamente sem você.
Não existe receita de bolo, existem estratégias pra facilitar mais a vida. Mas pense se vale a pena passar por coisas que podem acabar com tudo o que você mais preza.
Vamos ver se no próximo post trago melhores notícias.