Todos os dias ouvimos falar sobre alguma criança doente, seja uma bastante próxima da família ou da creche dos nossos filhos, ou algum caso relatado pela imprensa. Gripe, resfriado, diarreia, entre outros, estão entre os problemas mais comuns. Entretanto, parte dessas crianças têm aparecido com as chamadas “doenças da primeira infância”, como catapora, sarampo, caxumba etc. E é exatamente por serem tratadas como “comuns”, que alguns pais acabam, inconscientemente, não dando a atenção merecida, o que pode, com o tratamento não adequado, levar a óbito.
As doenças mais comuns nas crianças até os 10 anos são as infecções respiratórias, como amigdalites, sinusites, bronquites infecciosas e pneumonias, tanto virais como bacterianas, além das infecções intestinais e gastroenterites agudas (diarréia com ou sem vômitos). Entretanto, no início do mês, circulou na Internet a notícia de uma menina que morreu de encefalite em decorrência de uma caxumba – diante disso, inclusive, alguns colégios enviaram comunicados aos pais para ficarem atentos aos sintomas da doença. Já a Secretaria Municipal de Saúde informou em nota sobre um surto localizado da doença. Mas o que os pais devem fazer exatamente quando os sintomas aparecerem? Somente a caxumba oferece o risco de óbito? Certamente não.
Vamos falar das doenças comuns que podem acabar oferecendo risco de vida:
- A caxumba é doença viral da infância, que acomete as glândulas parótidas, causando inchaço e dor. Os tecidos do pâncreas, testículos e ovários também podem ser afetados pelo vírus durante a “caxumba” e trazer complicações mais severas.
- O sarampo, que também tem acontecido com frequência ultimamente, é uma doença viral, severa, que acomete crianças pequenas e causa pneumonia grave e, em alguns casos, encefalite.
A vacina para ambas é administrada com um ano de idade e conjugada com catapora e rubéola.
Segundo a Dra. Claire Tesch, que é Gastropediatra pela UFRJ e Sociedade Brasileira de Pediatria, outra enfermidade que tem grande probabilidade de se transformar em algo grave e levar a óbito é a pneumonia.
- “As pneumonias são, na maioria das vezes, doenças mais severas e que se não tratadas adequadamente podem levar a uma mortalidade elevada, principalmente em menores de 2 anos de idade pela fragilidade imunológica desta faixa etária”, alerta.
Sobre as precauções que devem ser tomadas pelos pais para evitar que as doenças progridam, ela diz que a prevençao é o melhor caminho. “Vacinação, consultas periódicas ao pediatra, alimentação adequada, ambiente seguro, limpo e afeto garantem uma saúde melhor para as crianças. A vacinação sistemática das crianças previne doenças graves na infância”, complementa.
E é exatamente essa questão da vacina que tem contribuído para o reaparecimento de doenças que quase não se viam mais. Por parecerem erradicadas, alguns pais criaram a corrente da NÃO VACINAÇÃO e decidem por conta própria deixar de imunizar seus bebês, fazendo com que seus filhos tornem-se suscetíveis à transmissão dessas antigas doenças.
Para concluir, mudanças de comportamento ou sintomas de doenças que progridam para novos sintomas do quadro são um alerta importante de que algo não está bem e o auxilio do pediatra é fundamental. Por isso, ao menor sinal de uma doença, procure ajuda profissional imediatamente. Afinal, nosso bem mais precioso não pode correr nenhum risco, não é mesmo?