No último sábado, dia 15, começou no Brasil a Campanha de Vacinação Contra a Poliomielite. Programada para acontecer até o próximo dia 31 de agosto, a campanha também inclui outras vacinas previstas para crianças de até 5 anos, como a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba.
Conhecida também como paralisia infantil, a pólio é provocada por um vírus que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total, e pode atingir crianças e adultos.
Apesar de erradicada no Brasil (o último caso de poliomielite registrado no Brasil aconteceu em 1989), o Ministério da Saude explica que a vacinação é fundamental para manter o vírus fora do país, já que vírus causador ainda pode ser encontrado em países da África e da Ásia.
Segundo o médico Carlindo Machado e Silva Filho, pediatra, chefe da ala Pediátrica do Hospital Municipal Pedro II e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, a vacina é aplicada em duas doses, portanto, o reforço é necessário. “Os pais precisam estar atentos as campanhas de vacinação e, se por algum motivo, perderem esta data, devem procurar o posto de saúde da sua região para imunizar seu filho”, comenta.
Ele lembra que em aproximadamente 95% dos casos, o vírus da pólio causa uma clínica semelhante a de um resfriado comum. As formas paralíticas, graves, correspondem a cerca de 2% dos casos.
A poliomielite é uma doença causada pela infecção do poliovírus, que se espalha por contato direto e também por muco, catarro ou fezes infectadas. Após entrar no organismo, se multiplica na garganta e no trato intestinal, alcançando a corrente sanguínea, podendo atingir o cérebro. Ao atacar o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia nos membros inferiores. É importante lembrar, inclusive, que a pólio pode levar a pessoa a óbito, se forem infectadas as células nervosas que controlam os músculos respiratórios e de deglutição.
Embora a poliomielite possa causar paralisia e até mesmo a morte, a maioria das pessoas infectadas com o poliovírus não fica doente e não manifesta sintomas, de modo que a doença passa muitas vezes despercebida.
“O esquema vacinal adotado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é vacinar aos 2, 4, 6 meses e reforços aos 15 – 18 meses e entre 4 e 5 anos de idade. Os sintomas mais comuns da doença são aqueles encontrados nas outras viroses, como febre, mal estar, prostração e, em seguida, dificuldade na locomoção”, explica o Dr. Ricardo Lopes Pontes, pediatra da Casa de Saúde São José, no Humaitá, Rio de Janeiro.