O Dia das Bruxas (Halloween) está chegando no próximo dia 31, e algumas crianças pedem festas com essa temática, seja para comemorar o aniversário ou para reunir os amigos em torno de fantasias, brincadeiras e comidinhas diferentes.
Para quem não sabe, o Halloween é um feriado celebrado, principalmente, nos Estados Unidos. Em uma matéria de 2015 da Rede BBC, eles contaram um pouco sobre a história dessa data. O Halloween tem suas raízes não na cultura americana, como imaginamos, mas no Reino Unido e seu nome deriva de “All Hallows’ Eve”, que designava, até o século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro. Segundo o artigo, “desde o século 18, historiadores apontam para um antigo festival pagão ao falar da origem do Halloween: o festival celta de Samhain (termo que significa “fim do verão”). O Samhain durava três dias e começava em 31 de outubro. Segundo acadêmicos, era uma homenagem ao “Rei dos mortos”. Estudos recentes destacam que o Samhain tinha entre suas maiores marcas as fogueiras e celebrava a abundância de comida após a época de colheita.”
Mas o Dia das Bruxas “atual”, como conhecemos hoje, começou a ganhar essa “cara” entre 1500 e 1800. Mas, então, como essa tradição se tornou tornou tao marcante nos EUA? Em 1845, durante o período conhecido na Irlanda como a Grande Fome, um milhão de pessoas foram forçadas a imigrar para os Estados Unidos, levando junto a sua história e as suas tradições. Sobre as comidinhas servidas nesse dia, “a princípio, as tradições do Dia das Bruxas nos Estados Unidos uniam brincadeiras comuns no Reino Unido rural com rituais de colheita americanos. As maçãs usadas para prever o futuro pelos britânicos viraram cidra,servida junto com rosquinhas. O milho era uma cultura importante da agricultura dos EUA, e acabou entrando com tudo na simbologia característica do Halloween americano. Tanto que, no início do século 20, espantalhos – típicos de colheitas de milho – eram muito usados em decorações do Dia das Bruxas. Foi na América, também, que a abóbora passou a ser sinônimo de Halloween. No Reino Unido, o legume mais esculpido era o turnip, um tipo de nabo. Em terras norte americanas que que surgiu, ainda, a tradição moderna de “doces ou travessuras”. Há indícios disso em brincadeiras medievais que usavam repolhos, mas pregar peças tornou-se um hábito nesta época do ano entre os americanos a partir dos anos 1920.”, contava a reportagem.
No Brasil, essa tradição americana ganhou força por volta de 2000 e, pelo que parece, a tendência é aumentar ainda mais, a cada dia, o número de festas com essa temática. Prova disso é a quantidade de lojas que se dedicam ao tema durante este período, dos mais variados segmentos, desde comércio de roupas até a área de gastronomia, em que reinventam doces com ingredientes típicos do Halloween – como o brigadeiro de abóbora da Bia Gindri. E para falar mais sobre isso, conversamos com uma especialista em festas infantis para dar dicas super legais para quem quer fazer um encontro cheio de brincadeiras e travessuras.
Juliana Villa, consultora de festas do Buffet Villa Party, conta que essa festa acabou “pegando” no Brasil por ser divertida e diferente dos nossos costumes. Além disso, é democrática, agrada tanto crianças como adultos, permite ousar na decoração, comer comidas típicas e tem um clima gostoso e original.
Uma das maiores “ atrações” do Dia das Bruxas é, certamente, e desfile de fantasias diferentes. Assim como acontece durante o Carnaval no Brasil, quem entre na brincadeira leva a sério na hora de escolher o que vestir. E entre os mais pedidos pelas crianças, estão bruxas, caveiras e fantasmas. “Fora os personagens febre da época. É curioso porque, nos EUA, as pessoas vão fantasiadas do que querem, e não apenas de monstros horripilantes.”, explica Juliana. Outra curiosidade sobre o Halloween daqui é que, por termos um clima bem diferente do americano durante essa época (outubro), nós adequamos as “nosso estilo”, com tecidos mais leves. Juliana lembra que, para cá, as fantasias mais indicadas seriam de bruxas e fantasmas, mas com o modelo de manga curta, sainhas e vestidos.
Outra diferença das nossas comemorações para as dos EUA está no local da festa. Como aqui é primavera, e o tempo permite, as festas podem ser realizadas do lado de fora, em terraços, plays ou jardins.
Já em relação a famosa pergunta “brincadeiras ou travessuras?”, Juliana conta que já é tradicional em prédios as crianças se juntarem, levarem um saco, se fantasiarem e tocar a campainha dos vizinhos pedindo doces. Seria, então, um novo Cosme e Damião? Na realidade, há espaço na cabecinha das crianças para todas as comemorações, principalmente as que incluam doces, fantasias etc. Alice Dias, mãe de três filhos com idades entre dois e nove anos, diz que essas festas são ótimas para diversão e para conhecer a cultura de outros países também. Entretanto, lembra ela, é muito importante alertarmos os nossos pequenos sobre o valor cultural de nossas tradições e personagens, como o próprio Dia de São Cosme e São Damião e histórias como Mula sem Cabeça, Saci etc. Ela diz, ainda, que quando os filhos pedem algo relacionado ao Dia das Bruxas, incentiva, mas as fantasias sempre têm que ter temática brasileira. Juliana, porém, conta que as fantasias, no geral, costumam ser como as de fora mesmo, já que existe muita influência dos Estados Unidos pelos filmes, músicas etc, e a criançada quer copiar tudo.
Na hora de decorar, Juliana sugere que se dê preferência para as cores que remetam à data, como preto, laranja e roxo. “Opte por bexigas laranjas e faça desenhos nelas com canetinha. Teias de aranha podem ser representadas por linhas de crochê. Com cartolinas pretas, você pode fazer os morcegos, e bolas de isopor podem representar o corpo das aranhas e pedacinhos de jornais as patinhas. Não se esqueça de manter a iluminação sob luz baixa. Velas nos castiçais ficam super bacana, inclusive deixando a cera derreter. Compre uma vela vermelha e deixe alguns respingos no chão, imitando sangue. Faça lanternas com vidros de maionese, forrando-os de preto ou pintando com tinta spray. Coloque réchauds de velas dentro para iluminar. Você pode fazer mais opções com gaze, imitando uma múmia. Se tiver porta retratos pela casa, coloque fios de algodão, imitando poeira. Enfeites de caveira são uma boa pedida também. Pedaços de feltro branco ou laranja podem ficar em cima dos abajures representando fantasmas. Folhas secas no chão dão um toque divertido e enfeitam o ambiente.”, diz.
“Para comer, no melhor estilo “gostosuras ou travessuras”, o Halloween pede doces, muitos doces. Por isso, não economize nas balas, pirulitos e chocolates. Se for fazer bolos, opte pelos corantes coloridos (como os vermelhos que imitam sangue por exemplo) para um toque arrepiante. Os biscoitos em cima do bolo fazem a vez de lápides. Se quiser, coloque os doces como balas de goma em espetinhos (como de churrasco). Além disso, também pode comprar luvas cirúrgicas e encher de chocolates dentro, inflando-as. Com origem dos Estados Unidos, a festa pede comidas tradicionais e a abóbora não pode faltar, tanto para decoração como receitas. Você pode optar pelo pão preto e fazer pequenas aranhas com azeitonas e palitinhos. A sopa de tomate também fica super legal devido ao tom avermelhado. Já as bebidas coloridas, como Aperol e Sangria, têm tudo a ver com a comemoração para adultos, pois são alcoolicas. Para crianças, tudo que tenha cores fortes”, exemplifica Juliana.
E, então? Preparados para o próximo dia 31? E o que vão querer? Gostosuras ou travessuras?
Confira abaixo 5 opções de gostosuras para curtir o fim de semana em clima de Halloween!