Mesmo quando tudo na nossa vida está bem, podemos entrar em depressão, sabia? Eu nem imaginava isso, mas uma vez ouvi essa explicação de uma psicóloga que me acompanhou na minha “Depressão pós-casamento”. Eu estava super feliz, mas achava que algo ia dar errado, sentia um peso no coração… Tudo isso surgiu por medo da mudança e é exatamente isso que causa tantos problemas em nossa vida: o receio de mudar! A chegada de um filho, a mudança na carreira, transformações alegres ou tristes deixam nosso cérebro em estado de alerta e ficamos mais expostos. Quando se trata de tristezas e perdas, então, é lógico que a sensação é muito pior e acabamos criando uma espécie de auto sabotagem da nossa felicidade, presos na correria do dia a dia, nos problemas e exigências do trabalho e na pressão que colocamos em nós mesmos para atingirmos uma série de metas de vida, por exemplo.
Mas, segundo os principais pensadores e espiritualistas do nosso tempo, existem formas de encarar as fases difíceis pelas quais passamos com sabedoria e de maneira menos dolorosa, além de alternativas para encarar a nossa rotina de maneira mais leve. No livro do jornalista Lauro Henriques Jr., Palavras de Poder, reeditado e lançado pela Editora Alaúde em setembro, personalidades de peso como a monja Coen, a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, o psicoterapeuta José Ângelo Gaiarsa, a especialista em meditação Lia Diskin e um dos principais nomes da yoga no Brasil, o Professor Hermógenes, são entrevistadas pelo autor e fazem suas análises sobre esses temas.
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Veja abaixo cinco dicas desses pensadores sobre como podemos viver de forma mais leve e aprender a lidar com fases de sofrimento:
Lidando com a morte de um ente querido
“Quando alguém que amamos se vai, parece que um pedaço de nós morre com essa pessoa, mas, na verdade, uma parte dela também fica em nós, vive em nós. O essencial é dar vida a esta vida em nossa vida. Que qualidades tinha este ser que eu amava? Será que, em minha vida, consigo manifestar essas qualidades para os outros? Isto é muito importante: aprender a manifestar esse ser no relacionamento com os outros. Assim, a pessoa que se foi não desaparece, pois continua viva em nós. ” – Monja Coen
Em paz com o estrese
“Todos nós precisamos do estresse para evoluir. A resposta de estresse faz parte da reação biológica “lutar ou fugir”: é um instinto desenvolvido por todos os animais para o caso de situações de perigo. Na verdade, segundo alguns médicos, a ausência de estresse seria a própria morte. Ter uma quantidade equilibrada de estímulos e desafios na vida é o segredo para maximizar a produtividade e o desenvolvimento pessoal […] O problema do estresse não é a situação em si, mas a resposta que se dá a ela. Na medida certa, o estresse nos mobiliza, nos energiza, nos ajuda a concentrar todas as nossas forças para melhorar o desempenho. ” – Susan Andrews
Ritualizando o cotidiano
“Em geral, nós colocamos “metas” na vida, passando a viver em função delas, como se a própria vida já não fosse uma meta. Nós esquecemos que o único sentido da vida é viver. Isso não significa que vamos sair por aí de forma inconsequente, sem planejar as coisas, mas, sim, que eu não espero para começar a viver só depois que tiver conseguido o título da universidade, o cargo respeitável ou o grande amor. A pessoa ritualiza seu cotidiano à medida que se engaja no próprio ato de viver, tendo isso como seu grande projeto. Qual deve ser o nosso objetivo na vida? Viver. ” – Lia Diskin
Vivendo em equilíbrio
“O importante não é ser equilibrado, mas ser um bom equilibrista. […] Ou seja, o importante não é ser equilibrado, fazendo tudo do jeito tido como “certo”, mas ser um bom equilibrista, se mover nesse balanço, indo e voltando experimentando a variedade da vida sem perder o centro do equilíbrio. O segredo é esse balanço. E nisso estão implícitas todas as formas de balanço que experimentamos na vida, como a alternância entre os momentos de repouso e atividade, de alegria e tristeza, de festa e introspeção. ” – José Ângelo Gaiarsa
Quando nós causamos o mal
“Temos que aprender a lidar com os males que praticamos, mesmo que involuntariamente, por meio do arrependimento. E de forma serena, corajosa, sem severidade, mas também sem complacência consigo mesmo, reconheça seus defeitos. Nesse processo de reconhecimento, é importante, sobretudo, a pessoa não fazer nenhum julgamento do outro. […]. Descobrir os próprios defeitos é útil para você mesmo; descobrir os defeitos dos outros não tem utilidade para ninguém. Agora, uma vez descobertos os nossos defeitos, é preciso se arrepender. Com isso, criamos espaço para esta grande verdade: você é o outro. ” – Professor Hermógenes