Aventuras Maternas

Atividades lúdicas e educativas durante a quarentena

Crianças em casa, tempo de sobra e um desafio para pais e responsáveis: manter o desenvolvimento dos pequenos em tempos em que a quarentena faz parte da rotina das famílias de todo o mundo. Momento que a criatividade e o lúdico precisam aflorar no ambiente familiar, para que muito do que as crianças aprenderam neste primeiro trimestre do ano letivo não fique esquecido e acabe prejudicando o aprendizado quando as aulas retornarem.

O ato de brincar tem todo o potencial para se aprofundar em temas trabalhados pela pedagogia. O diálogo entre o brincar e o aprender vem de longa data e é alicerçado por linguistas, pedagogos e historiadores do século XX. Este é um momento único para colocar esses conceitos em prática e fortalecer ainda mais o vínculo entre pais e filhos, fundamental para superar esse momento tão complexo da sociedade.

A tutora do curso de Pedagogia, Elisangela Silva da Cruz Raymundo, da Anhanguera de São João de Meriti, elenca atividades lúdicas e educativas para crianças de 0 a 5 anos. Ela cita porém, que as ações de 0 a 3 anos são diferentes comparado às crianças de 4 e 5 anos, que já estão na pré-escola.

Texturas, canções e brincadeiras simples

Para os bem pequenos – de 0 a 3 anos – brincadeiras com texturas e estímulo a percepção, como, por exemplo, pintura com os dedos utilizando a tinta guache e folha A4, picolé de massinha, blocos de montar e encontre a tampa utilizando potes da própria casa para trabalhar as formas geométricas, em que a criança precisa relacionar o formato da tampa ao pote. Objetos de cozinha, como panelas e utensílios não cortantes também prendem demais a atenção dos bebês. “Esse tipo de brincadeira mantém a concentração deles, podendo chegar a cerca de 30 minutos, o que é um tempo excelente nesta idade”.

As canções e contação de histórias – métodos muito usados na educação infantil – também são bem simples de reproduzir em casa. “Foque em cantar músicas e relembrar histórias sem precisar de recursos tecnológicos – como celular e televisão – estimule ao máximo a interação presencial. Nesse tipo de brincadeira lúdica, as crianças permanecem geralmente atentas por 10 a 15 minutos. Portanto, o ideal é fazer uma alternância das atividades. Quando a criança começa a ficar chorosa, geralmente é porque já está entediada com a brincadeira”, salienta a professora Elisangela.

Colagem, recorte e reciclagem

Para as crianças da pré-escola – de 4 a 5 anos – o leque de atividades lúdicas também é interessante, sendo que a capacidade concentração delas já é maior. A tutora da Anhanguera cita o recorte de jornais e revistas, colagens, bola, bambolê e a produção de brinquedos com material reciclável. “Brinquedos com garrafas pets e potes de iogurte são bem simples de fazer, como por exemplo um telefone sem fio com copos e barbante. Já nas colagens, as crianças têm contato com as letras e figuras fundamentais para a alfabetização”.

Todas essas ações são importantes que estejam balizadas em uma rotina, algo que a escola de forma geral enfatiza no dia a dia. “Horário de comer, de tirar o soninho e de brincar são bem trabalhados nas escolas. É interessante manter isso em casa, deixar no desenho, no máximo, 30 minutos pela manhã e por mais meia hora à tarde, além de evitar brinquedos ‘prontos’ que desestimulem a criatividade”, complementa a professora da Anhanguera de São João de Meriti.

Na educação fundamental: leitura e raciocínio lógico são a base

Para as crianças dos 6 aos 10 anos, do 1º ao 5º ano da educação fundamental – boa parte com uma nova rotina de atividades, viabilizada pelas atividades do Ensino à Distância – os trabalhos de leitura, interpretação de texto e raciocínio lógico são essenciais neste momento. A falta de ações neste sentido por semanas pode fazer com que eles percam a evolução da linguagem escrita e do raciocínio como um todo. “Manter esse estímulo neste momento vai fazer que ao voltarem para a escola seja bem mais simples de recuperar outros conteúdos”, explica a professora Elisangela.

Para trabalhar a linguagem, buscar histórias para leitura no tablet ou celular pode ser uma opção caso as opções de livros físicos sejam escassas em casa. “Mas além disso, por exemplo, é possível criar um jogo de perguntas e respostas da língua portuguesa com regras definidas que toda a família vai se envolver”.

Já para ações de raciocínio lógico, a criação de jogos de tabuleiro com material reciclável é boa pedida. “Um jogo numérico, com dois dados, um com números de 1 a 6 e o outro com os sinais de operação matemática já pode ensinar muito para eles. Estamos falando de um tempo que pode ser de até 50 minutos – dia sim, dia não – e que já faz uma diferença enorme para eles”.

Informações: Assessoria de Imprensa.

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Priscila Correia

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