A gestação é um momento único da vida da mulher que provoca modificações no organismo, estas modificações afetam diversos órgãos e sistemas que acabam por contribuir para que a gestante seja considerada como grupo de risco para Síndromes Gripais (inclusive a COVID-19) e de outras doenças causadas por infecções virais. Enquanto o mundo luta contra a pandemia, a recomendação é de que permaneçam em casa. Restam, no entanto, dúvidas sobre quais cuidados se deverá tomar para manter bebês e puérperas protegidas quando a quarentena acabar. Frequentar restaurantes e shopping centers com crianças de colo e reintroduzir chupetas que caíram no chão na boca dos filhos são alguns dos hábitos que precisarão ser extintos, de acordo com o diretor clínico da UTI da maternidade Perinatal Jofre Cabral. “Talvez nunca mais sejamos os mesmos. Esperamos que a vacina seja o nosso ponto final , nossa salvação para que tudo possa voltar à rotina de antes da pandemia”, diz.
Embora ainda não exista medicamentos para se defender do coronavírus, especialistas apontam o atual momento como uma oportunidade de ampliar a conscientização sobre a importância da imunização e, assim, evitar mortes no futuro. Sociedades médicas de obstetrícia e de pediatria defendem programas de vacinação direcionados aos parentes de recém-nascidos para construir bloqueios familiares contra doenças. As tradicionais visitas para conhecer a criança, pegá-la no colo e beijá-la estão entre as práticas que precisarão ser revistas. “Agora fica mais nítido como a gestação e o início de uma vida são momentos que requerem proteção. O contexto festivo deve dar lugar a um contexto de cuidado, que priorize saúde da mãe e do bebê, com menos visitas em maternidade e em casa, durante período neonatal”, alerta o obstetra e Coordenador Geral do Centro de Diagnóstico da Perinatal Renato Sá.
A aglomeração em ambientes pequenos, como elevadores, metrôs e ônibus, parte da rotina dos brasileiros, estabelece condição propícia à disseminação de vírus. O uso da máscara é indicado para proteger as pessoas sob essas circunstâncias, mas a coordenadora da Comissão de Controle Hospitalar da Perinatal, Alexandra Leite, não acredita que o utensílio se popularize no Brasil quando o período de quarentena acabar. “Acredito que as pessoas utilizarão somente no período sazonal das doenças respiratórias, que geralmente vai do início do outono ao final do inverno. Mas a COVID 19 nunca deixará de ser uma doença grave. O que se espera é que o número de pessoas atingidas seja menor que não haja casos de recidiva em quem criou anticorpos”, projeta a especialista.
Os mais crescidos também precisam de atenção. A principal recomendação dos médicos aos pais é a comunicação clara e lúdica da seriedade da doença, pois o tocar em objetos, compartilhar brinquedos e levar a mão à boca são comportamentos comuns entre crianças. Nesta fase, é possível que a presença do vírus não se manifeste em forma de sintomas. Os pequenos podem ser um vetor para os pais e avós. Por isso, é preciso cuidado. “As limitações certamente continuarão a ser de evitar aglomerações. As aulas, quando liberadas em grupo, deverão ter mais atividades online e ao ar livre, com ambientes mais arejados, conservando uma distância entre os alunos da classe”, explica Jofre.
Informações: Assessoria de Imprensa.