A pandemia de Covid-19 mudou a dinâmica do mundo e a forma como nos relacionamos. Os antigos abraços e beijinhos ao cumprimentar conhecidos foi substituído por um distante aceno de cabeça. As aulas presenciais e a interação com os amigos, agora acontecem por meio de uma tela de tablet, celular ou computador. E mesmo as reuniões familiares já não são mais as mesmas.
Diante deste cenário, quem mais sofre são as crianças, que muitas vezes não compreendem a gravidade da situação e precisam se adaptar a esta nova realidade que estamos vivendo. A médica pediatra Thais Bustamante, da Sociedade Brasileira de Pediatria, indica que os pais conversem com as crianças e expliquem a situação vivida e a importância do uso da máscara e do distanciamento social, tentando sempre adequar a informação à faixa etária da criança.
A médica dá algumas dicas para cuidar da turminha durante esta fase também:
- uso de máscara: “as crianças acima de 2 anos já podem utilizar máscaras feitas de tecido 100% algodão dupla-camada ou de TNT, adequadas para o tamanho do rosto de cada uma. A máscara deve cobrir boca e nariz e deve estar bem ajustada nas laterais, ou seja, é necessário que ela esteja bem adaptada ao rosto da criança”, diz a médica, que reforça que o acessório é só mais uma medida para prevenir o contágio e que a criança deve ser orientada a não tocar a máscara ou o rosto.
- lavar as mãos: a higiene não deve ser banalizada pelo uso das máscaras.
- cuidados com os bebês: antes dos 2 anos a máscara não é indicada pelo risco de sufocamento. O ideal é manter a turminha em casa. “Se não for possível, deve-se manter a distância de 1,5 m de outras pessoas e lavar a mãozinha da criança com água e sabão constantemente porque é uma fase em que colocam tudo na boca, se arrastam pelo chão, engatinham e não compreendem regras. São dependentes totalmente dos cuidados e supervisão dos adultos”, reforça Thais.
- o desafio da recusa: entre 2 e 5 anos, a médica diz que a criança pode manifestar a crise de oposição, recusando as propostas dos adultos. Os pais e cuidadores devem ser firmes no uso da máscara e da lavagem das mãos, além da necessidade de evitar a interação social – brincar com outras crianças, compartilhar objetos, abraçar etc. “Se a criança quiser retirar a máscara ou se sentir incomodada com a necessidade de ajustes frequentes por parte dos pais , o beneficio do seu uso poderá não compensar o risco. Nestes casos, é indicado avaliar individualmente a possibilidade e pertinência do uso, conforme o grau de maturidade de cada criança e até mantê-la mais tempo em casa para não precisar usar o acessório.”
- a fase escolar: entre 6 e 10 anos a criança entende a necessidade das medidas preventivas, mas ainda precisam ser monitoradas pelos pais. Acima de 12 anos ela já têm maturidade para adotar tais medidas com menos supervisão.
- álcool gel: deve ser usado acima dos 2 anos de idade e com supervisão de adultos para evitar que toquem olhos, boca etc.
E se houver suspeita de contaminação pelo novo coronavírus?
“Os casos suspeitos de COVID-19 na infância devem sempre ser avaliados por médico e, se confirmados, devem seguir as orientações, que no momento , pela indisponibilidade de um medicamento específico contra o novo coronavírus, serão dos medicamentos sintomáticos, ou seja, medicações que aliviam a febre, dor, mal-estar”, diz a médica.
Até o uso de medicamentos simples, como antitérmicos, devem ser prescritos pelo médico, pois há casos em que certos produtos podem ser nocivos para o organismo.
Informações: Assessoria de Imprensa.