Todo mundo fica triste. E você consegue saber disso com facilidade porque você também já ficou triste em algum momento da vida. A tristeza é uma das emoções mais básicas do ser humano, junto com outras como a raiva, a alegria e o medo. Se é assim tão comum, então por que temos tanta dificuldade de aceitá-la, principalmente quando ela surge em uma criança? Quando o adulto percebe a tristeza na criança, a situação pode caminhar para várias direções. É comum, por exemplo, que pais, mães e responsáveis tentem compensar essa percepção de alguma maneira. É muito difícil ver um filho sofrendo. A tristeza aciona uma vontade de fazer oposição a isso, de fazer com que a criança saia desse estado. E nesse sentido surgem as famosas frases: “Não é nada! Não fica assim! Não chora! Deixa para lá, isso vai passar!”.
De acordo com especialistas do LIV, um dos primeiros passos para ajudar uma criança a compreender melhor seus sentimentos é saber reconhecê-los em si e nos outros. Isso porque a tristeza não necessariamente se manifesta com lágrimas. Muitas vezes, a criança reage a situações de frustração e tristeza de forma irritada, raivosa ou chateada. Para quem vê de fora, pode parecer que ela está com raiva. Acontece que nessa hora, se o adulto não identificar que aquilo pode ser, no fundo, uma tristeza, ele pode até agir de maneira punitiva ou com respostas agressivas. Quando o adulto percebe que não é bem a raiva que está ali, já é um grande avanço. Pode ser que, por traz da reação raivosa da criança, haja uma tristeza e uma dor que ela tem por não se sentir capaz de recuperar alguma coisa. E isso traz frustração, decepção e quebra de expectativa.
A tristeza em crianças tem inúmeras causas, mas a emoção surge, essencialmente, de uma sensação de falta ou de ausência. Ela é desencadeada por conta da percepção de que alguma coisa nos falta. Pode ser a falta, por exemplo, de uma pessoa que gostaríamos de ter por perto, mas que não podemos ter por algum motivo, ou de um objeto no qual se depositava afeto e que foi perdido ou quebrado, ou até uma tristeza causada pela saudade do passado, que chamamos de nostalgia. Essas formas de ausência desencadeiam a tristeza e uma sensação de impotência, de que a gente não vai poder recuperar o que perdeu ou não vai poder ter nunca na vida.
Informações: Assessoria de Imprensa.