Por conta da pandemia, a depressão e saúde mental se tornaram temas recorrentes no ano de 2020. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, e o primeiro na quantidade de indivíduos com ansiedade no mundo. Compondo esses dados, estão homens, mulheres, jovens, crianças, idosos e, até mesmo, gestantes. Segundo a psicóloga da Perinatal – que faz parte da Rede D’Or, Helena Aguiar, a depressão na gravidez não pode ser nunca ignorada e deve ser tratada o quanto antes. “Alguns fatores de risco para depressão pós-parto são justamente isolamento social, sedentarismo e eventos de vida estressantes”, pontua. A especialista explica que estar grávida num momento como o que estamos vivenciando, tem sido um grande desafio para algumas mulheres. “Tenho visto na Perinatal muitos relatos de gestações mais tensas e com muito medo, o que em alguns casos, desencadeiam quadros depressivos”.
A psicóloga Helena Aguiar traz para um debate um ponto muito importante nesse quadro depressivo nas gestantes: o pós-parto. “Algumas vezes ouvimos que a depressão na gestação termina após o parto, mas isso não é verdade, pois não é apenas devido uma alteração hormonal”. Helena esclarece que se a depressão não for acompanhada na gravidez, todo cansaço, alteração da rotina e da dinâmica familiar, insegurança em cuidar do bebê e aumento súbito da responsabilidade, podem contribuir para que os sintomas piorem no puerpério. “Por isso é muito importante procurar tratamento o mais breve possível”, aponta.
Familiares e amigos são peças fundamentais para o diagnóstico, mas não é uma tarefa fácil. “Sintomas depressivos podem ser confundidos com sintomas da gravidez, como: sono, alteração do apetite e libido. Nesse momento, também é comum as gestantes procurarem esconder sua tristeza”. A atenção deve vir de pessoas próximas, que a conheçam bem e a incentivem a buscar ajuda profissional. “A rede de apoio é importante para dar um suporte emocional a mulher. O baixo auxílio familiar aumenta, consideravelmente, o risco de depressão na gestação. O ideal é estar junto, quando possível, nem que seja através do uso da tecnologia. Sempre respeitar o tempo da grávida e a forma como ela está lidando e se conectando com sua gravidez”.
Uso de medicamentos
De acordo com a Helena Aguiar, psicóloga, se a mulher está gestante e já possui o diagnóstico de depressão é importante que ela esteja em contato com seu médico, e mantenha o acompanhamento que tinha. “O tratamento não deve ser interrompido sem o aval de um especialista”. Vale ressaltar, que apenas um profissional poderá decidir pela manutenção, suspensão ou alteração da medicação. “É fundamental essa assistência para que possam ser avaliados todos os benefícios ou riscos. Para isso, é recomendado que o obstetra da mulher possa estar em contato com o psiquiatra (ou clínico) para juntos decidirem qual a melhor opção”, esclarece Helena.
A terapia também oferece um grande benefício. “O psicólogo irá ajudar a pessoa a se fortalecer para lidar com todas as transformações e adaptações que a gestação convoca. Também vai auxiliar a aceitar o tratamento, sem se sentir tão culpada e frustrada, pois normalmente associamos gravidez a alegria e nem sempre é assim”, finaliza Helena.
Informações: Assessoria de Imprensa.