Você sabe o que a ginasta Simone Biles, o nadador Michael Phelps, o jogador Michael Jordan e o corredor Usain Bolt têm em comum, além de serem medalhistas olímpicos? Todos foram diagnosticados com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ainda jovens.
É difícil imaginar que atletas têm dificuldades para se manterem concentrados, mas a hiperatividade é um alerta nessas circunstâncias, como explica o psicólogo Renato Caminha.
“Não existe diferença entre déficit de atenção e TDAH. Na verdade, o primeiro faz parte do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O déficit de atenção é mais comum em meninas e difícil de ser diagnosticado. Por exemplo, a pessoa fica distraída em sala de aula, não chama atenção e não incomoda. Enquanto a característica impulsiva e a hiperatividade do TDAH são diagnosticadas na primeira infância, ao entrar na escola, em meninos. Eles tendem a serem mais agitados, inconvenientes, inclinados a fazer coisas perigosas, como subir em árvores sem medo”, explica o especialista que é Membro fundador e presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBIC).
Após o diagnóstico, é possível que a pessoa tenha consequências negativas para o resto da vida, como explica a psiquiatra Maria Francisca Mauro.
“Você pode encontrar um prejuízo para conseguir ter uma vida com independência financeira, para manter relacionamentos duradouros ou mesmo atingir seus sonhos”, pontua a médica que é Mestre em Psiquiatria pelo PROPSAM/UFRJ.
Apesar de não existirem exames como testes de comportamento, imagem ou sangue que ofereça a definição para o transtorno, alguns dados podem corroborar para análises, como o teste de neuro imagem ou avaliação neuropsicológica. Uma vez diagnosticado, o tratamento será estabelecido pelo especialista que o acompanha.
“O tratamento ‘ouro’ do déficit de atenção, e o mais indicado, é o uso de medicação farmacológica, acompanhada de psicoterapia. O déficit de atenção sem hiperatividade ou impulsividade pode ser tratado apenas com psicoterapia, principalmente para aqueles que têm resistência a medicamentos, apesar de a resposta não ter efeito imediato. Há casos, ainda, de adultos que usam o medicamento para ter foco em estudos, por exemplo”, sinaliza Caminha.
O exercício físico também pode ser um forte aliado para aliviar os sintomas da doença.
“Praticar exercícios antes das atividades intelectuais de média intensidade traz benefícios no foco, atenção e melhora na capacidade de execução. Quando praticado em intensidade média, não extenuante, pode colaborar para que a pessoa sustente sua atenção naquela execução e, com isto, estabeleça uma melhora do processo cognitivo envolvido naquela atividade”, sustenta Maria Francisca.
Vale destacar que para além deste efeito psicológico associado, a psiquiatra explica que na prática há a liberação de hormônios e substâncias moleculares no cérebro que auxiliam de forma imediata e em longo prazo para que o desempenho melhore mediante o treinamento.
Informações: Assessoria de Imprensa.