No mundo do empreendedorismo brasileiro, nunca fez tanto sentido a expressão “de pai para filho”. A maioria das empresas é fundada pelos pais e herdada pelos primogênitos ao longo do tempo, que veem neles uma grande inspiração não só para a vida pessoal, mas especialmente para a profissional. De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de cada 10 empresas brasileiras, nove são familiares. Porém, o mesmo estudo aponta que só 25% delas conseguem passar o negócio com sucesso para outra geração. Por isso, cada vez mais, se faz importante educar, desde a infância, crianças para cargos de liderança, a fim de que elas contribuam de forma positiva para com as empresas que venham a integrar e assumam esses cargos com assertividade no futuro, independentemente de serem em empresas familiares ou não.
Ter assumido o negócio familiar é o caso da empresária Greice Ciarrocchi, CEO da CCS Tecnologia e Serviços SA, que herdou a empresa brasileira de seu pai, Almir Ciarrocchi, que está entre as maiores do mundo no segmento de fornecimento de peças de aço de alta complexidade, soldadas e montadas para empresas de máquinas de construção, mineração e agrícolas, além de empilhadeiras. A empresária cresceu vendo o pai à frente dos seus negócios e aprendeu tudo o que sabe com ele, entrando para a empresa aos 20 anos e assumindo o posto de CEO em 2017, 18 anos depois, quando o pai veio a falecer. “Aprendi tudo com ele e ganhei dele valores importantes para sempre escolher fazer as coisas pelo caminho da ética e da transparência, o que faz com que nós tenhamos muita credibilidade com todos os nossos clientes e colaboradores”, afirma Greice, que enfrentou uma crise que quase levou a CCS à falência e hoje prevê para esse ano um faturamento de R$1 bilhão.
Para ela, que também é especialista em Relações Humanas (RH), a educação desde a infância e criação de crianças é importante não só para o futuro das empresas do país, mas para tudo. “A educação é a base de tudo. Toda a parte técnica dela é importante, mas também as bases éticas e valores que são o que mais faltam. Precisamos pensar que essas crianças vão liderar daqui 20 ou 30 anos e quais são as bases e exemplos que elas têm recebido”, explica. Ainda de acordo com Ciarrocchi, os líderes têm por obrigação serem pessoas boas porque inspiram outras pessoas. Por isso, é importante trabalhar o autoconhecimento e a busca por evolução das crianças. “E, como pais, é preciso fazer a mesma coisa. Somos nós que lideramos os filhos. É importante refletir quais valores e exemplos de ética são passados para eles. Valorizar o seu esforço, o seu trabalho em equipe e como eles se relacionam com os colegas vale muito mais que o resultado em si”, explica.
Greice, que hoje lidera mais de 2 mil funcionários, divididos em duas sedes próprias, uma em Limeira (SP) e outra em Palmeira (PR), também acredita que é muito importante trabalhar a inteligência emocional das crianças para que elas saibam gerir emoções e para ajudá-las a serem líderes futuramente. “A meu ver, as escolas estão muito atrasadas nesse sentido, porque o diferencial de um profissional é a gestão das emoções e a resiliência. Trabalhar a inteligência emocional das crianças e ensiná-las a lidarem com a frustração ajuda muito, para que elas saibam lidar com o mundo real. Então, é muito importante que os pais estimulem os filhos a falarem sobre as suas emoções e, principalmente, que os acolham”, aconselha. “É preciso olhar para as crianças como seres que estão aqui para aprender conosco e nós com elas. O que elas mais querem escutar é que são amadas do jeito que são e verbalizar isso é essencial. Precisamos pensar e refletir sobre o que temos sido para elas”, completa.
No que diz respeito à sua criação e ao que aprendeu com Almir, seu pai, e que leva hoje consigo para a sua vida pessoal e profissional enquanto líder na CCS, que está no mercado há 25 anos, Greice ressalta que a honestidade e a bondade são alguns dos maiores valores passados por ele. “Ele sempre me ensinou a ser honesta e fazer o melhor para as pessoas e para nós mesmos com intenções boas no coração, porque quando desejamos isso, tudo acontece. Outro ensinamento que sempre levo comigo é a capacidade de criar o futuro e persistir, sabendo que, quando uma porta se fecha, duas se abrem. Meu pai sempre acreditou que nossa mente e emoções são muito fortes e que são capazes de criar ao mentalizar e crer naquilo”, finaliza.
Informações: Assessoria de Imprensa.