O verão está chegando e, com ele, para muitos, a temporada de férias. Se por um lado, o tempo quente e seco é um verdadeiro convite para praias, piscinas e cachoeiras, por outro, pode ser a porta de entrada para alguns problemas de saúde.
Os otorrinolaringologistas do Hospital Paulista Gilberto Ulson Pizarro e Cristiane Passos Dias Levy alertam para as doenças mais comuns na estação e dão dicas de prevenção às otites, dores de garganta e alergias respiratórias.
Dor de garganta
Apesar de mais comum no frio, a dor de garganta pode ter várias causas, sendo a mudança brusca de temperatura uma delas. Conforme Gilberto, a oscilação do clima diminui o batimento ciliar da mucosa, podendo deixar bactérias entrarem na garganta.
“A piora pode acontecer por conta das trocas bruscas de temperatura, como quando alguém está no sol quente e depois toma sorvete. Ou, ao chegar da praia com o corpo quente, ir para o ar-condicionado”, explica o especialista.
O médico reitera a importância de tomar água com frequência ao longo do dia, principalmente durante o calor. “A garganta é uma região que só trabalha bem quando está úmida. Caso haja ressecamento por falta de hidratação ou alguma doença, podemos ter inflamações da mucosa, dores e sensações de inchaço ao engolir”, ressalta.
Otites e ouvido tapado
Outro grande afetado durante as férias pode ser o ouvido, que sofre tanto por conta das otites – processo inflamatório e infeccioso que acontece por conta do tempo excessivo que as pessoas passam dentro da água – como em decorrência dos incômodos causados ao descer a serra em direção ao litoral, por exemplo.
Gilberto detalha como é possível evitar o problema, mantendo livre a comunicação do nariz com o ouvido, chamada de tuba auditiva. Já para evitar as otites, o médico indica algumas recomendações básicas:
• Enxugue os ouvidos com a ponta da toalha, sem esfregar, após nadar;
• Não utilize hastes flexíveis ou qualquer objeto dentro dos ouvidos. Eles podem causar feridas na pele, retirar a camada protetora de cera e aumentar a probabilidade de infecção;
• Evite mergulhar em água suja;
• Para quem tem otites recorrentes, é recomendável utilizar protetores auriculares de silicone;
• Procure não passar um longo período dentro da água.
Alergias respiratórias
Cerca de 30% da população brasileira possui algum tipo de alergia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para aqueles que apresentam o problema, o verão costuma ser uma estação mais delicada, podendo potencializar crises e desconfortos.
“Apesar das alergias respiratórias estarem associadas a outras estações do ano, devemos lembrar que é no verão que temos exposição a mudanças bruscas de temperatura, ao ar seco do ar-condicionado e a ambientes com muitos ácaros, que ficaram fechados por longos períodos de tempo, como casas de veraneio”, explica Cristiane.
A especialista destaca que, para um diagnóstico correto e completo, é importante que o médico pesquise o histórico clínico do paciente, bem como o familiar. Dessa forma, ele poderá identificar a causa da alergia.
Confira abaixo algumas dicas da médica para diminuir as chances de crise:
• Tomar bastante água;
• Fazer lavagens nasais frequentes com soro fisiológico para hidratar as mucosas;
• Abrir as casas de veraneio com antecedência e chegar, de preferência, durante o dia para abrir bem a casa;
• Limpar bem a casa ou o ambiente que irá utilizar;
• Optar por aspirar e passar pano úmido em vez de varrer os locais;
• Usar capas antiácaros em colchões e travesseiros;
• Sempre que possível, colocar travesseiros e edredons no sol;
• Evitar objetos que acumulem pó nos quartos, como cortinas, tapetes e carpetes;
• Limpar com frequência os filtros de ar-condicionado;
• Evitar, quando possível, mudanças bruscas de temperatura;
• Buscar auxílio médico assim que possível e não abandonar o tratamento após o verão.
Informações: Assessoria de Imprensa.