A obesidade é o problema de saúde mais comum em mulheres que estão em idade reprodutiva. Essa doença além de apresentar riscos clinicamente significativos para a saúde das mulheres durante a gravidez e após o parto, ainda tem implicações de longo prazo para a saúde que necessitam de reconhecimento e tratamento. Ela pode afetar adversamente os resultados fetais, neonatais e infantis, com consequências ao longo da vida para essas crianças.
Segundo estudo publicado no New England Journal of Medicine (NEMJ), em julho de 2022, é importante que haja um acompanhamento nutricional, comportamental e cirúrgico nos casos de obesidade materna. O ideal é que isso seja feito antes da gravidez e continuado após o parto, além de parte dos cuidados de longo prazo para garantir os melhores resultados possíveis para as mães e os bebês e assim prevenir complicações graves.
Segundo Andrea Pereira, médica nutróloga do hospital Albert Einstein e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, a obesidade pode alterar o eixo cerebral-ovariano ocasionando redução da fertilidade e até mesmo infertilidade. Além disso, também prejudica a implantação do embrião no útero com aumento da taxa de aborto espontâneo. Já na gravidez associada à obesidade existe de três a quatro vezes mais probabilidade de haver diabetes gestacional, aumentando o risco do bebê. Existem estudos relacionando obesidade à pressão alta da gravidez, ao parto prematuro e a complicações após o parto, como infecções.
“Todas essas condições pioram à medida que a obesidade é mais grave, por isso, perdas de 5 a 10% do peso antes da gravidez melhoram a fertilidade e reduzem complicações durante a gestação. Durante a gravidez adotar um estilo de vida saudável com alimentação equilibrada e prática de atividade física regular é importante para reduzir riscos”, explica a nutróloga.
O cirurgião bariátrico Carlos Schiavon, também cofundador da ONG Obesidade Brasil afirma que a obesidade é um fator de risco na gravidez, por isso realizar cirurgia bariátrica antes de engravidar é uma forma de prevenir complicações como hipertensão e diabetes gestacional. “No entanto, é importante deixar claro que a gravidez deve ocorrer após no mínimo 18 meses da cirurgia, evitando a fase de emagrecimento intenso. O acompanhamento também é fundamental, principalmente com relação às vitaminas”, conclui Schiavon.
Informações: Assessoria de Imprensa.