De acordo com o Center for Disease Control and Prevention dos EUA, nos últimos 50 anos o número de diagnósticos de autismo aumentou de um em cada 10 mil para um em cada 36 pessoas, de acordo com o último dado publicado em março de 2023. Só no Brasil estima-se que há aproximadamente mais de 4 milhões de pessoas dentro do espectro autista, com e sem diagnostico fechado. Dados como esse mostram a importância de se discutir políticas públicas e de saúde para essa fatia da população, além das amplas discussões sobre a inclusão destas pessoas no sistema educacional, mercado de trabalho e atividades sociais.
De acordo com a doutora em Análise do Comportamento Lívia Aureliano, a ciência tem avançado em seus estudos sobre a condição e desmistificado muitas questões acerca do autismo. Em contrapartida, as discussões sobre o TEA ainda pairam nos aspectos mais conhecidos do espectro, limitando o acesso à informação e contribuindo com um cenário pouco inclusivo para essas pessoas.
Embora o Transtorno do Espectro Autista (TEA) possua níveis diferentes, com desafios diversos, está longe de ser algo limitador, principalmente se as dificuldades forem alvo de intervenções precoces ainda na primeira infância, oferecendo muito mais autonomia para essas pessoas. “A falta de conhecimento da sociedade sobre o TEA impede que muitos autistas desenvolvam suas capacidades de forma saudável. Falta avançarmos para discussões mais aprofundadas, sobre a vida pós diagnóstico e desmistificar os conceitos que as pessoas formaram sobre essa população. Muita gente se relaciona diariamente com autistas no sistema educacional, mercado de trabalho ou rotina social e nem sabem, ou seja, nem tudo é o que parece ser” – comenta Dra Lívia, diretora do TatuTEA, clínica especializada no atendimento a crianças e adolescentes com TEA.
O autismo se desenvolve ainda no período de gestação, porém, por não se tratar de uma doença, mas sim de uma condição neurológica, só é possível perceber traços do autismo após o nascimento, muitas vezes ainda nos primeiros meses de vida, outros se apresentam de acordo com a fase de desenvolvimento da criança. Os principais indicativos estão associados comunicação, ou seja, quando a criança não atende aos chamados, não responde aos estímulos de comunicação, como acompanhar com os olhos, comportamentos repetitivos sem propósito definido, seletividade alimentar, crises nervosas e apego excessivo à rotina, inclinação ao isolamento, além de organização exacerbada. Esses são os comportamentos estereotipados, mas que não podem ser considerados como regra para o diagnóstico e muito menos para a exclusão dessas pessoas. E é importante lembrar também que não se trata de características ou dificuldades que estejam SEMPRE presentes, ou seja, a criança pode atender aos chamados as vezes, mas não na maioria das oportunidades, por exemplo.
A intervenção precoce, ainda na primeira infância aumenta o potencial de desenvolvimento da criança. Por tratar-se de intervenções individualizadas de acordo com as dificuldades mais latentes do bebê, as chances de evolução são proporcionalmente maiores, oferecendo ao adulto autista uma vida com muito mais qualidade.
Informações: Assessoria de Imprensa.