A partir de fevereiro, a Qdenga, vacina contra a dengue, estará disponível no Sistema Único de Saúde. Crianças a partir de 04 anos, que já tiveram ou nunca entraram em contato com o vírus, podem ser imunizadas. Essa é a primeira vacina liberada no país para crianças que já tiveram ou não infecção prévia.
Mães que não imunizaram os seus filhos contra a doença devem ficar em alerta ao calendário de vacinação, isso porque é no verão em que temos o maior número de casos, como pontua o Dr. André Ricardo Araújo da Silva, infectologista do Grupo Prontobaby.
“Os principais focos do mosquito estão nas próprias áreas urbanas, de modo que permanece fundamental o controle nas casas e arredores de água parada. Normalmente, isto acontece em locais com entulho, terrenos baldios, pneus velhos, piscinas abandonadas. O uso de mosquiteiros em regiões muito quentes também é recomendado, assim como repelentes adequados para cada faixa etária”, explica o médico.
Em 2022, o Brasil registrou 1.016 mortes pela doença, algo nunca visto desde a década de 1980, quando ela chegou com mais força no país e começou a ser mais frequente. Nos primeiros meses de 2023, também houve uma explosão da dengue no Brasil, 503 mortes foram confirmadas até maio – quase a metade de todas as mortes registradas em 2022. Nesse período, mais de 1 milhão de casos foram confirmados pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o Dr. André Ricardo Araújo da Silva, o imunizante ajuda a prevenir, principalmente, as manifestações mais graves que geram internação hospitalar.
“Ao aplicar a vacina, o organismo demora cerca de 14 dias para produzir uma reação imune. A Qdenga deve ser administrada por via subcutânea em um esquema de duas doses, de 0,5 ml, com um intervalo de três meses. A necessidade de uma dose de reforço ainda não foi estabelecida”, comenta o especialista.
Os resultados iniciais analisaram as manifestações clínicas de 30 dias, até quatro anos após a administração do imunizante, no que se refere à dengue sintomática e hospitalização por dengue.
“Ele tem melhor eficácia contra os tipos 1 e 2, em indivíduos soronegativos e menor eficácia contra os tipos 3 e 4 da doença, com esta mesma condição”, pontua.
Para as mães que ficam apreensivas quanto aos efeitos colaterais, o infectologista alerta para os mais comuns.
“Os principais são: dor no local da injeção (50%), cefaleia (35%), mialgia (31%), eritema no local da injeção (27%), mal-estar (24%), astenia (20%) e febre (11%). Os sintomas ocorrem dentro de dois dias após a injeção, de gravidade leve a moderada, com curta duração (1 a 3 dias) e menos frequentes após a segunda dose”, aponta.
Vale enfatizar que essas reações não o tornam contraindicado se aplicado no público correto.
O infectologista acredita que esse é mais um progresso da medicina.
“Apesar de ser um avanço, ainda há outros imunizantes em estudos que podem ser ainda melhores, como a vacina do NIH/Butantan/Merck, que será uma dose, para pessoas de dois a 59 anos. Em breve teremos novos dados a respeito desse imunizante”, finaliza o médico.
Informações: Assessoria de Imprensa.