Feriado e acidentes ainda são uma associação comum. Dados do Ministério da Saúde apontam que acidentes domésticos foram responsáveis pela morte de mais de 8 mil crianças em 2022 e quando as crianças têm mais tempo livre esses números tendem a aumentar.
Diante disso, a médica pediatra, Loretta Campos, fundadora do Espaço Zune, alerta para a importância de se ter um olhar preventivo com relação ao risco de acidentes em casa ou durante viagens. “Eles são muito frequentes e estão entre as principais causas de mortalidade infantil. Os pais precisam estar atentos com o objetivo de prevenir, pois alguns segundos podem mudar a vida da criança e da família”, ressalta.
Afogamento entre principais acidentes
A especialista afirma que os afogamentos estão entre os principais acidentes e que 70% deles acontecem com um adulto presente. “Digo sempre que quem está cuidando da criança precisa ter um nome. Normalmente, em períodos de festas e viagens em família, as pessoas acham que todos estão vigiando a criança e que não precisa que alguém do grupo fique responsável por esse cuidado quando, na verdade, basta um descuido para a criança se afogar”, salienta.
Assim, a pediatra recomenda ainda que piscinas sejam cercadas e devidamente trancadas ou cobertas com telas de proteção a menos que haja alguém completamente responsável por acompanhar a brincadeira. Contudo, a pediatra Loretta Campos lembra que afogamentos em vasos sanitários também são frequentes e que é preciso instalar travas de segurança para prevenir.
Finalmente, a especialista pede cuidado com os baldes, muito utilizados por pais e cuidados em dias quentes em casa ou mesmo pela própria criança sem a devida supervisão. “Esse tipo de acidente é comum porque, depois de se abaixar, a criança não tem força suficiente para voltar já que a cabeça ainda é maiorzinha em relação ao resto do corpo. Por isso, os baldes com água são causas frequentes de afogamento”, esclarece.
Induzir o vômito ou não?
Além do afogamento, ainda existem vários riscos em potencial pela casa como choques elétricos, objetos cortantes, líquidos quentes dentre outros. Diante disso, a médica pediatra reforça a importância de cobrir tomadas corretamente, fixar móveis e outros objetos que podem cair sobre a criança e, principalmente, armazenar materiais de limpeza, medicamentos e outros produtos que podem causar intoxicação em lugares realmente seguros. “Cabeceiras e mesmo gavetas não impedem a criança de abrir e ingerir essas substâncias”, pontua.
Mais do que isso, Loretta explica que a primeira atitude que deve ser tomada em constatação ou mesmo suspeita de intoxicação por ingestão acidental de algum produto é buscar orientação. “É preciso ligar imediatamente para o CIATox*, um centro de assistência toxicológica que orienta como proceder. Essa orientação cuidadosa é importante porque, às vezes, a mãe tende a achar que o primeiro passo é induzir o vômito, mas para algumas substâncias isso pode piorar o quadro do esôfago, por isso deve-se evitar agir sem ter a informação correta. Na dúvida, a alternativa é levar a criança ao pronto socorro imediatamente”, frisa.
A médica pediatra esclarece que é importante ficar atento a sintomas neurológicos nos casos de intoxicação. “Confusão mental, sonolência excessiva, vômitos repetidos que não cessam ou mesmo a mãe ter a impressão de que a criança mudou o comportamento devem ser observados”, conclui.
Informações: Assessoria de Imprensa.