Todas nós já escutamos histórias de pais que “esqueceram” seus filhos dentro do carro ou passaram por situação semelhante. E confesse: a primeira reação é sempre julgar. Mas aí, ao escutar os relatos de como tudo aconteceu, percebemos, mesmo que intimamente, que o mesmo poderia acontecer com qualquer pessoa, fosse por distração ou por obra do destino mesmo.
E esse foi o caso da engenheira Tatiana Fischer, que esta semana passou por uma situação que nenhuma mãe gostaria: ter seu filho, o Paulo Henrique, de apenas um ano, trancado dentro de um carro.
Conversamos com ela para saber como tudo ocorreu e como resolveu o problema.
AM – O Paulo Henrique estava na cadeirinha brincando ou dormindo?
Mãe – Ele estava preso na cadeirinha acordado com a chave do carro na mão para distrair.
AM – Como foi que aconteceu?
Mãe – Deixei o Paulo Henrique preso na cadeira quando fui guardar o carrinho de bebê na mala. Bati a porta do carro e depois fechei a mala. Quando fui entrar no carro escutei o barulho do carro sendo trancado.
AM – Como percebeu q seu filho estava trancado?
Mãe – Após escutar o barulho da tranca, verifiquei todas as portas e percebi que estavam trancadas.
AM – Ele ficou nervoso ou não percebeu o que estava acontecendo?
Mãe – Ele estava calmo com a chave na mão. Estava com uma cara de quem estava brincando.
AM – Quanto tempo ele ficou dentro do carro ate sair?
Mãe – Durou 15 minutos, que pareceram uma eternidade.
AM – Quem te ajudou? E como foi?
Mãe – O chaveiro me ajudou a tentar abrir o carro, mas não conseguimos. Depois chegou a Guarda Municipal e decidimos quebrar o vidro. Daí veio o impasse de qual vidro quebrar para não feri-lo.
AM – Enquanto tudo acontecia, o que sentiu exatamente? O que passa pela cabeça da mãe em um momento como esse?
Mãe – Eu tinha confiança que sairia tudo bem, mas minha cabeça ficou em transe, pois queria abraçá-lo e não conseguia. Depois de 10 minutos ele jogou a chave no banco e começou a chorar. Neste momento tive vontade de gritar.
AM – Você achava que algo assim poderia acontecer com você ou sempre que via algo parecido na imprensa achava que nunca passaria por isso?
Mãe – Nunca achei que seria possível. Ele é muito pequeno e não tinha ideia de que ele saberia acionar a tranca.
AM – Qual é a sensação do “reencontro”?
Mãe – Muito forte!
AM – Se tivesse que falar algo para as mães que nunca passaram por isso, o que diria?
Mãe – Se mantenham calmas (sei que difícil) e passem calma para a criança. Isso evita que eles chorem muito.
AM – E para as que já passaram?
Mãe – A energia positiva de quem está em volta é tudo para superar o ocorrido. Não ligar para as pessoas que acusam a mãe!!!