Geralmente os distúrbios do crescimento passam despercebidos até a idade escolar, quando se torna evidente a diferença de altura em comparação às outras crianças da mesma faixa etária. É comum que crianças com baixa estatura grave passem a ser alvo de brincadeiras frequentes e até mesmo bullying. Ao longo da vida, elas podem desenvolver complexos que afetam seu comportamento psicossocial, gerando isolamento, baixa autoestima, entre outros.
Diversos fatores podem impactar no crescimento, como o déficit nutricional, problemas hormonais e até mesmo doenças genéticas ou crônicas. Algumas dessas condições podem interferir na produção do GH (hormônio do crescimento) pelo organismo e levar à baixa estatura na vida adulta.
O diagnóstico tardio compromete o melhor resultado do tratamento, pois o que foi perdido em fases anteriores pode não ser totalmente recuperado. Por isso, é importante que os pais não deixem de fazer o acompanhamento da curva de crescimento junto ao pediatra e busquem orientação do endocrinopediatra, caso a criança apresente alguma alteração.
“Ao perceber a necessidade de tratamento, o pediatra encaminha a criança para o endocrinopediatra. Em várias indicações, o tratamento inclui a reposição do hormônio com injeções diárias até o fim da fase de crescimento”, explica Carlos Alberto Longui, chefe da Unidade de Endocrinologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, presidente da Sociedade Latino-americana de Endocrinologia Pediátrica (SLEP).
A falta de adesão tem sido apontada pelos especialistas como a principal causa de falha no tratamento¹. “Deixar de tomar a dose diária de GH não aparenta um impacto imediato na saúde do paciente, por isso, não é raro que os pais omitam algumas aplicações. E com isso, os resultados esperados não são alcançados,” comenta o Dr. Longui.
Hoje, pacientes e médicos podem contar com o apoio da tecnologia para ter um melhor acompanhamento do tratamento. O Easypod™ Connect é uma plataforma digital que permite que o endocrinopediatra possa ter acesso a informações precisas do histórico das aplicações e com isso acompanhar o tratamento de qualquer lugar a qualquer momento. Ao conectar o Easypod (aplicador que facilita o tratamento) na base, os dados são enviados para a nuvem, permitindo que o especialista tenha uma visão mais detalhada e rápida da adesão ao tratamento.
Projeção da altura na idade adulta
Embora muitos fatores possam influenciar no crescimento, é possível estimar a altura que uma criança terá na vida adulta a partir da fórmula elaborada pelo pediatra britânico James Mourilyan Tanner, que se baseia na herança genética.
O cálculo da fórmula de Tanner é simples e muda conforme o sexo da criança.
Para meninas:
Faça média da altura dos pais em centímetros (altura do pai somada à altura da mãe, dividido por 2) e subtraia 6,5. O resultado será a altura aproximada em centímetros da menina na idade adulta.
Para meninos:
Faça média da altura dos pais em centímetros (altura do pai somada à altura da mãe, dividido por 2) e some 6,5. O resultado será a altura aproximada em centímetros do menino na idade adulta.
Os requisitos essenciais para que a formula acima tenha a precisão esperada é que a idade óssea seja compatível com a cronológica e que a puberdade se inicie próxima à média esperada para o sexo (10 anos para meninas e 12 anos para menino). Acelerações da idade óssea ou antecipação puberal determinam perda de previsão da estatura final em relação ao alvo genético.
Referências:
1Growth Hormone Treatment Adherence in Prepubertal and Pubertal Children with Different Growth Disorders.Hartmann et al. Horm Res Paediatr 2013;80:1–5