Desde adolescente vivo na dúvida cruel sobre adoçante e açúcar. O que é melhor? Mais gostoso? Enfim, quando eu e a Pri descobrimos que estávamos grávidas o adoçante passou a fazer parte do passado. Até que descobrimos a tal da Sucralose – depois divulgar um trabalho com os produtos da Línea. Segundo vários profissionais, ela é um adoçante com capacidade que vai de 600 a 800 vezes o poder do açúcar. Além de ser mais saborosa, a sucralose é o único adoçante que pode ser utilizado sem restrições, inclusive por fenilcetonúricos, gestantes, crianças e diabéticos. Realmente provamos os produtos e são os melhores de todos os “dietéticos”. Porém não funcionou para a Priscila que, coincidência ou não, tinha terríveis dores de cabeça ao consumir qualquer coisa com sucralose.
Enfim, optamos por buscar algo que fosse mais natural, saudável e saboroso. Uma missão! A minha mãe me apresentou para o açúcar orgânico, que é bem saboroso, natural e não passa por todo aquele processo de refinamento. A Pri ainda está na dúvida entre o orgânico, o mel, mascavo e o demerara (esse último eu nunca tinha ouvido falar).
Por isso chamamos a nutricionista Bruna Lyrio para nos ajudar a esclarecer alguns pontos. Quem sabe assim conseguimos tomar aquele cafezinho sem dor na consciência ou fazer um bolo mais saudável para os nossos pimpolhos.
Cristal – O caldo de cana passa por processos de purificação, evaporação, cristalização, centrifugação e, por último, pela secagem. A partir do açúcar cristal, são obtidos outros tipos de açúcar, como o refinado e o confeiteiro. O açúcar cristal, portanto, passa por menos processos na hora de ser preparado.
Refinado – Tipo de açúcar conquistado a partir da diluição do açúcar cristal. A calda obtida passa por diversos processos até chegar ao peneiramento. A porção mais fina é separada para a obtenção do açúcar de confeiteiro. O restante é o açúcar refinado. Ele não carrega quantidades significativas de nutrientes e ainda recebe aditivos químicos no seu processo de industrialização. Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) o açúcar refinado é tão perigoso quanto o álcool e o cigarro, e seu consumo também deveria ser controlado. Em artigo publicado pela revista Nature, os cientistas afirmam que ele é o responsável por problemas de saúde que vão além da obesidade e diabetes, também provoca a elevação do triglicérides, alterações no fígado e na hipertensão arterial.
De confeiteiro – A granulação do açúcar de confeiteiro é mais fina do que o refinado, podendo ou não ter como aditivo algum tipo de amido ou fosfato de cálcio para dar maior leveza. Sua minúscula constituição favorece a fixação sobre pães e doces após o seu preparo e para a confecção de coberturas. Pode ser feito em casa moendo o açúcar comum em um moedor de café ou em um processador.
Orgânico – O diferencial é que a cana utilizada em sua fabricação é cultivada sem fertilizantes químicos. O açúcar orgânico utiliza processos apoiados na sustentabilidade do meio ambiente, desde o plantio até a etapa final. Suas características nutricionais se assemelham com as do açúcar mascavo. Portanto, apresenta uma quantidade maior de vitaminas e minerais em relação ao açúcar refinado. No entanto, seu consumo também deve ser moderado, já que também aumenta a taxa glicêmica no sangue.
Light – É uma mistura de açúcar (sacarose) e adoçante (sucralose, ciclamato ou sacarina). Por causa dessa mistura, o light não apresenta o gosto residual que os adoçantes contêm, mas também não tem uma redução de calorias. A diferença é que a mesma quantidade de açúcar light adoça entre duas e cinco vezes mais do que o açúcar comum. Podemos dizer que o açúcar light é intermediário entre o açúcar refinado e o adoçante. O seu consumo é contraindicado para dietas com restrição de açúcar, a exemplo dos diabéticos.
Líquido – É também uma solução aquosa, obtida a partir da sacarose transparente e límpida, usada quando é fundamental a ausência de cor, caso de bebidas claras, balas, doces e produtos farmacêuticos.
Frutose – Como o próprio nome indica, está bastante presente em frutas. É mais doce do que a sacarose (o açúcar propriamente dito). Você pode encontrá-la até no mel,que é fonte de carboidratos, vitaminas do complexo B e minerais. Também é conhecido pelas suas ações antifúngica e bactericida. Mas possui elevado valor calórico, portanto não deve ser consumido em grande quantidade. Quando é aquecido, o mel pode sofrer uma perda significativa dos nutrientes. Por isso, prefira consumi-lo sem cozinhar.
Mascavo – Por não passar pelo processo de refinamento, a qualidade nutricional do açúcar mascavo é melhor em relação ao açúcar refinado. Ele apresenta menos calorias, mais vitaminas e minerais – cálcio, magnésio, potássio e fósforo – que não estão presentes na versão refinada. Mesmo assim não pode ser consumido por diabéticos.
Demerara – Se você não apresenta patologias como diabetes mellitus, adoçar os alimentos com pequenas quantidades de açúcar demerara orgânico pode ser uma boa opção, uma vez que esse tipo de açúcar preserva alguns minerais, como cálcio e ferro, no processamento. O fato de ser orgânico traz o beneficio de não estarmos ingerindo fertilizantes químicos, o que beneficia a saúde. Em termos nutricionais, é muito parecido com os valores nutricionais do mascavo. O grão do açúcar demerara é marrom-claro e possui um benefício em relação ao mascavo: não altera o sabor dos alimentos como faz o mascavo.
Se você ainda assim quiser optar por adoçantes, pode tentar:
Sucralose – é elaborada a partir da modificação da molécula do açúcar. Apesar de não conter nutrientes, ela não tem os efeitos nocivos do açúcar, já que não altera a taxa glicêmica
Stévia – Os adoçantes feitos à base de stévia são extraídos da folha da Stevia rebaudiana, uma planta de origem indiana. Essa opção figura entre as mais saudáveis, já que é de origem natural e não causa qualquer alteração na glicemia. “Ela adoça cerca de 300 vezes mais que o açúcar sem adicionar calorias à dieta”, explica a nutricionista Bruna Pinheiro, do programa de emagrecimento Dieta e Saúde.
Veja as opções e faça a sua escolha, perceba quem nem sempre o que mais saudável, engorda menos. Portanto, moderação é a palavra-chave!