Desespero e confusão marcaram o início das férias da filha do casal Carolina Petter e Felipe Capelli, de São Paulo. A menina, de apenas 7 anos, embarcaria na manhã de domingo (19) no Aeroporto de Guarulhos para visitar os avós em João Pessoa, na Paraíba. A garota, no entanto, foi esquecida por um funcionário terceirizado da TAM, ficou sozinha no portão de embarque errado e perdeu o voo. A mãe só descobriu o erro após mandar uma mensagem para o celular da filha.
Carolina e Felipe chegaram a Cumbica por volta das 9 horas. No balcão do check-in, pagaram uma taxa extra de 100 reais para que a menina, que viajaria sozinha, tivesse assistência da companhia. Meia-hora antes do voo, programado para as 11h55, os pais entregaram nas mãos de um funcionário da TAM, que cuidaria também do embarque de uma idosa e de um cadeirante.
Carolina conta que um ficou preocupada quando o rapaz perguntou se a menina seguiria para Salvador. “Respondi que ela iria para João Pessoa e comecei a ficar nervosa. Ele nem olhou na cara da minha filha e saiu andando na frente dela”, diz a mãe.
O grupo entrou na área restrita para passageiros, a garota se despediu e os pais, já desconfortáveis com o atendimento, foram até o check-in fazer uma reclamação. Também decidiram que aguardariam até a decolagem do voo para se certificar de que a criança havia viajado.
“Pode ficar tranquila, senhora. Vi aqui no sistema, sua filha está dentro da aeronave”, informou uma atendente. Aliviados, mas nem tanto, os pais decidiram enviar uma mensagem de WhatsApp para a garota. “Mandei só por desencargo, sabia que ela não ia escrever de volta, pois estava dentro do avião. Mas ela respondeu falando que estava esperando o moço.” Carolina e Felipe, então, ligaram para o celular da filha, que estava sozinha, no portão de embarque errado.
Àquela altura, a garota já tinha perdido o voo para a capital paraibana e não sabia o que fazer. Já em desespero, os pais questionaram a equipe da TAM e pediram para trazer a garota de volta. “Eles só faziam cara de paisagem e me perguntavam: ‘A senhora lembra como era o rapaz que levou sua filha para o embarque?'”.
Enquanto isso, Felipe falava por telefone com a menina, que chorava muito. Instruiu a garota que pedisse ajuda para levá-la de volta ao check-in da companhia. Ele ainda ouviu de uma funcionária: “Trazer de volta? Imagina, podemos colocá-la em um outro voo para João Pessoa, com conexão no Rio de Janeiro!”. Os pais descartaram a opção.
Quarenta minutos depois, a menina reapareceu – Carolina estava tão nervosa que nem viu com quem a garota chegou. “Só sei que ninguém falou comigo, me pediu desculpas, assumiu o erro, nada”. Os pais registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil, prestaram queixa na Anac e cogitam processar a TAM.
Ao todo, foram mais de oito horas no aeroporto. Exausta e assustada, a menina não conseguiu dormir da noite do domingo (19) para segunda (20). Ela deve embarcar para a capital paraibana ainda hoje, mas não vai sozinha: o avô pegou um avião em João Pessoa e vem até São Paulo buscar a neta. Tudo pago do próprio bolso.
Por meio de nota, a TAM informou que está apurando o caso.