Por Cristine Lima dos Santos.
Sinto informar, mas não existe! Claro que você, pai, mãe, avó, já sabiam disso!
Criar filhos é um desafio diário, eterno e depois de toda jornada, quando adultos, muitos se tornam uma caixinha de surpresa: às vezes com bons resultados, mas noutras fogem ao que se esperava.
Os pais, como era de se esperar, se questionam e carregam uma culpa que nem sempre lhe pertencem.
O que os pais precisam entender é que quando seu tão esperado filho nasce não se deve criar muitas expectativas quanto ao seu futuro, porque assim que ele estiver trilhando seu caminho sozinho, vai fazer o que achar melhor para si. Se dará certo ou errado não depende somente de você.
Logicamente que os valores passados, as regras, os limites, o respeito, o meio ambiente em que está inserido, aqueles que estão em torno dele, tudo tem sua influência e se faz necessário. Entretanto, existe um componente interno, que é dele, e essa somatória é que vai resultar num determinado indivíduo.
O filho muda e pode ficar melhor, pior, diferente…
Você me pergunta: mas esse interno pode modificar? Sim, pode melhorar muito ou até se modificar, dependendo da intensidade desse componente interno e as ferramentas utilizadas para ajudar na mudança.
Passe a ter um olhar diferenciado no seu filho desde pequeno, já quando ele começar a andar.
Faça uma avaliação, observe as atitudes dele, principalmente as negativas.
Quando eu, como profissional, começo a atender uma criança, ressalto na minha ótica todas as problemáticas que os pais trazem e projeto anos à frente, pois são estas que podem superar as positivas e intensificando o comportamento indesejado.
Sabemos também que os genitores procuram fazer o seu melhor, claro, ninguém quer o mal do próprio filho. Mas, infelizmente, tenho que ser transparente e afirmo com toda confiança que os pais têm uma grande responsabilidade nos resultados desse comportamento e de forma “quase inocente”.
“Quase inocente?” Sim, porque em nome do amor, muitas situações vão sendo justificada, vou citar alguns exemplos:
– Percebe o comportamento mas acredita que vai passar;
– Tenta melhorar o comportamento do filho, mas desiste no meio do caminho;
– Não enxerga claramente porque tem um olhar mais emocional do que racional;
– Não tem autoridade suficiente para se fazer entender e obedecer ;
– Não busca ferramentas para conduzir melhor suas atitudes;
– Se desgasta utilizando as mesmas ferramentas que não têm mais resultados;
– Demora muito para tomar uma atitude e ele cresce rápido;
– Ouve a professora, um parente, uma amigo criticar seu filho e enraivece.
Avalie sua forma de educar constantemente
Lembre-se: criamos os filhos para o mundo!
Ouço isso em todos os atendimentos, pois na teoria todos sabem que deveria ser assim, contudo, na prática, não acontece desta forma. Como está o comportamento do seu filho? Você está utilizando ferramentas que lhe trazem os resultados desejados?
Se perceber algo errado, seja mais imediatista, procure resolver logo, porque quanto maior ele fica, mais o problema se enraíza, dificultando a mudança de comportamento.
Cristine Lima dos Santos é psicóloga clínica, psicomotricista, orientadora vocacional, diretora da Clínica Eubiose Integração em Saúde e coautora do livro “Mulheres Invisíveis”, sobre violência contra a mulher.
Informações: Assessoria de Imprensa.