Receber o diagnóstico que seu filho precisará tomar medicamento injetável para o resto da vida é uma notícia que causa impactos, e quando a notícia vem junto com outros cuidados permanentes e diários, a rotina é quebrada e invadida por preocupação, tensão e até angústia nos primeiros meses, pois será preciso reorganizar a própria vida para que sua atenção fique ainda mais focada na saúde da criança.
É o que acontece com as “Mães Pâncreas”, mulheres que têm filhos com diabetes tipo 1. Essa nomenclatura se dá pois o diabetes é uma doença crônica não transmissível na qual o pâncreas não produz insulina (diabetes tipo 1). Daí, as mães acabam ‘fazendo uma parte essencial do papel’ do pâncreas ao administrarem a insulina em seus filhos.
“É um diagnóstico familiar, uma vez que impacta a todos os integrantes da família. Mas para a mãe, abre um buraco debaixo de nossos pés. De um dia para o outro, você descobre que seu filho tem uma condição de saúde incurável, cujo tratamento é injetável, e que você terá que calcular essas doses. Você descobre que um passo em falso pode fazer um grande mal ao seu filho. Não há preparo para isso”.
O relato acima é de Lilian Pastore, mãe da Luiza, de 13 anos, diagnosticada aos 8 anos, que encontrou no Programa Correndo Pelo Diabetes (CPD) – organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo social estimular a prática regular de atividade física como ferramenta de promoção da saúde e inclusão da pessoa com diabetes – o apoio que procurava para enfrentar a questão, compartilhando suas dificuldades do dia a dia com outras mães que participam do CPD e que recebem, além de assessoria para a prática de atividade física juntamente com seus filhos, o atendimento psicológico para as pessoas com diabetes e seus familiares.
“Saber naquele momento que o Christian precisaria de cuidados para toda a vida foi um choque. Tive meus cinco minutos de choro intenso. Depois lavei o rosto e em seguida acionei o ‘botão’ recalcular rota. Eu precisava mais do que tudo saber o que fazer. A pergunta era ‘e agora?’ E não ‘por que comigo?’”, relata Flavia Mosimann, mãe de Christian, de 10 anos, diagnosticado aos 5 anos. Flavia conheceu o trabalho do CPD por meio do Instagram e atualmente é Diretora de Impacto Social do Correndo Pelo Diabetes.
Mudança de Rota
Diminuir a carga horária no trabalho e até recorrer a uma licença profissional para adaptar toda a família à nova rotina, como alimentação balanceada, acordar várias vezes na madrugada para medir a glicemia e levar as informações passadas pelo médico para a escola que, segundo as mães, é uma das partes mais complicadas, já que a maioria das escolas desconhecesse as necessidades de uma criança com diabetes, são algumas das mudanças que acontecem repentinamente na vida das Mães Pâncreas.
“Assim como na rotina em casa, nas festas temos os famosos “combinados”. O Cristian não fica beliscando salgadinhos e doces, pois a insulina tem uma ação que dura cerca de 2 horas. E se ficar comendo durante toda a festa, vai dar a maior confusão. Então eu sempre peço pra ele sentar e comer como se fosse uma refeição”, conta Flavia.
Atividade Física para Mães Pâncreas
Criado em 2018, o Correndo pelo Diabetes oferece atividades físicas elaboradas para as mães, com intuito de cuidarem da própria saúde e incentivarem seus filhos a praticar exercícios, que são muito importantes para a qualidade de vida de uma pessoa com diabetes. Além disso, o CPD promove a troca de informações entre as famílias e pacientes, formando uma verdadeira rede de apoio por meio de encontros virtuais com os especialistas, informações sobre tratamentos e tipos de diabetes, além de terem um educador em Diabetes para orientação e dúvidas e conhecem outros pais pâncreas.
“Crianças acima de 12 anos podem participar do programa com acompanhamento dos responsáveis e vemos uma excelente evolução em adolescentes que participam das atividades de caminhada, corrida e Yoga. Todos ganham em saúde física, emocional, reiteram vínculo afetivo e de confiança”, explica Lilian, que se apaixonou pelo tema Educação em Diabetes quando conheceu o CPD por intermédio das redes sociais de Bruno Helman, fundador e CEO do Correndo pelo Diabetes. Hoje é a Diretora de Educação em Diabetes do CPD.
Ela explica que as mães devem estar bem para poder cuidar da criança e a atividade física é uma das ferramentas que proporciona isso, além de outros inúmeros benefícios ao corpo, ajuda na saúde emocional, libera hormônios que trazem bem-estar e resultam em mais energia para que possam enfrentar o dia a dia.
Quanto ao suporte psicológico, também oferecido pelo CPD, Lilian conta que é inegável o quanto isso ajuda a enfrentar a notícia, as mudanças de vida e a encontrar equilíbrio para lidar com as intercorrências do dia a dia. “É como a regra do oxigênio nos aviões: primeiro se coloca no cuidador e depois na criança. Ela refletirá sua aceitação e forma equilibrada com que você lida com a condição”, conta Lilian Pastore.
A mensagem da Mãe Pâncreas Flavia para mães que acabam de receber o diagnóstico de seu filho é: “Acalmem o coração, porque vai dar tudo certo mesmo. As coisas vão se encaixando. As crianças são mais capazes do que a gente imagina. E quanto mais seu filho participar dos cuidados com o diabetes, mais tranquila vai ser a relação dele com a nova condição”.
Para saber mais, acesse https://correndopelodiabetes.com/ e https://instagram.com/correndopelodiabetes
Informações: Assessoria de Imprensa.